Discurso no Senado Federal

CONSIDERAÇÕES SOBRE A DECISÃO DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM FIXAR NOVOS CRITERIOS PARA ACESSO AO ENSINO UNIVERSITARIO. TRANSCRIÇÃO DE ARTIGO DO PROFESSOR LAELIO DINIZ GUIMARÃES, PUBLICADO NO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE, INTITULADO 'FANTASIA OU REALIDADE', SOBRE A DETERIORAÇÃO DO ENSINO UNIVERSITARIO E SOBRE OS RESULTADOS DO CHAMADO 'PROVÃO'.

Autor
Paulo Guerra (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Paulo Fernando Batista Guerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO.:
  • CONSIDERAÇÕES SOBRE A DECISÃO DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM FIXAR NOVOS CRITERIOS PARA ACESSO AO ENSINO UNIVERSITARIO. TRANSCRIÇÃO DE ARTIGO DO PROFESSOR LAELIO DINIZ GUIMARÃES, PUBLICADO NO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE, INTITULADO 'FANTASIA OU REALIDADE', SOBRE A DETERIORAÇÃO DO ENSINO UNIVERSITARIO E SOBRE OS RESULTADOS DO CHAMADO 'PROVÃO'.
Publicação
Publicação no DSF de 12/12/1998 - Página 18617
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, DECISÃO, CONSELHO NACIONAL, EDUCAÇÃO, FIXAÇÃO, CRITERIOS, INGRESSO, ESTUDANTE, CURSO SUPERIOR, UNIVERSIDADE.
  • TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, AUTORIA, LAELIO DINIZ GUIMARÃES, PROFESSOR, PUBLICAÇÃO, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), REFERENCIA, PROCESSO, DECADENCIA, ENSINO SUPERIOR, REALIZAÇÃO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), EXAME ESCOLAR, AVALIAÇÃO, ATUAÇÃO, UNIVERSIDADE, BRASIL.

O SR. PAULO GUERRA (PMDB-AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo-me mais uma vez de assunto da maior relevância para o nosso País relativo à área educacional.  

O Conselho Nacional de Educação vem de adotar decisão sobre novos critérios para o acesso ao 3º grau. Aguarda-se agora o posicionamento final do Sr. Ministro da Educação sobre a matéria.  

Tal decisão vem ao encontro das expectativas da sociedade brasileira, que, além de almejar pluralizar as alternativas para o atendimento à demanda de milhares de estudantes que concluem o 2º grau e pretendem ingressar no ensino superior, reclama por mecanismos modernizadores que promovam, sem prejuízo da qualidade, outros fluxos de acesso e também concorram para gradativamente quebrar impactos que causam verdadeiras frustrações àqueles jovens que se vêem cerceados de freqüentar os cursos superiores almejados.  

Destaque-se que a decisão do egrégio Conselho Nacional de Educação resulta de iniciativa que responde aos princípios constantes do próprio texto constitucional e vem, portanto, trazer uma resposta e, ao mesmo tempo, regulamentar aqueles preceitos.  

Sr. Presidente, Srs. Senadores, creio que para o assunto não poderia haver melhor ilustração do que a matéria publicada recentemente no Correio Braziliense , de autoria do Professor Laélio Diniz Guimarães, representante de uma das instituições educacionais de nível superior do Distrito Federal.  

Diz o articulista diante dos resultados dos exames de curso:  

Vamos crucificar as universidades? São elas as únicas culpadas desse transe consciente do descaminho do ensino brasileiro? Não, obviamente não. O Governo também tem sua "meaculpa", originada nos meandros das políticas econômicas, onde a educação submerge sob o peso de déficits públicos, dívidas internas e externas e controles monetários.  

Temos os culpados, vamos puni-los. Não, não é assim. Falta um terceiro e importante parceiro que também detém parcela de responsabilidade no contexto das dificuldades do ensino brasileiro. O aluno. O seu silente comportamento, o fechar dos seus olhos a essa deterioração crescente colabora para que o nosso país viva momentos de angustiante preocupação e de incertezas quanto ao futuro da educação brasileira.  

É nessa engrenagem envelhecida, cujo valor residual é praticamente marginal, que se deve entender o provão. A participação do aluno é importante e necessária, permitindo que se desnude a máscara do ensino falacioso ou que se ressalte toda a dignidade, responsabilidade e eficiência do ensino recebido, mostrando que a sua universidade realmente está no caminho desejado e esperado.  

O resultado dessa participação não pode, simplesmente, servir para massacrar instituições de ensino, num simples espetáculo de mercado que se perde no vazio do tempo. É preciso que o governo empreste aos resultados obtidos o dever de sua participação consciente, modificando estruturas corroídas por políticas empobrecidas e por idéias inexistentes de princípios verdadeiramente educacionais.  

Devemos participar sim. Somente a participação constrói e aponta os descaminhos de instituições que precisam se ajustar às novas realidades desejadas para a educação brasileira."  

Seria inócuo, portanto, se considerássemos como finalidade última do "provão" a organização de um ranking das instituições de ensino superior.  

Tais resultados se constituem na manifestação corajosa do Ministro Paulo Renato, que desde o início de sua gestão vem implementando mecanismos e propostas que desnudam esse quadro de atraso da educação nacional, convocam a ajuda da sociedade brasileira - a família, as escolas públicas e privadas, os sistemas educacionais, as universidades, os governos municipal, estadual e federal - para que sejam garantidos os recursos constitucionalmente previstos para a educação e ações complementares que, de fato, comprovem o compromisso de todos, sem exclusão, para o acesso, a permanência, a universalização das oportunidades educacionais e de desenvolvimento dos recursos humanos no contexto da educação.  

O resultado dos exames revelam uma radiografia triste, um diagnóstico grave, mas não pode nos levar ao desalento. Ao contrário, é trilhando o caminho da verdadeira reconstrução, calcada em dados reais, que haveremos de atingir nossos grandes objetivos".  

Concluo, Sr. Presidente, solicitando a publicação do inteiro teor do artigo, em razão da citação e autoria.  

Muito obrigado.  

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR PAULO GUERRA EM SEU PRONUNCIAMENTO:  

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/12/1998 - Página 18617