Discurso no Senado Federal

RELATORIO SOBRE A SUA ATUAÇÃO POLITICA NO EXERCICIO DO MANDATO, EM FACE DO IMINENTE AFASTAMENTO DE S.EXA. PARA ASSUNÇÃO AO CARGO DE VICE-GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Autor
Benedita da Silva (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Benedita Souza da Silva Sampaio
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • RELATORIO SOBRE A SUA ATUAÇÃO POLITICA NO EXERCICIO DO MANDATO, EM FACE DO IMINENTE AFASTAMENTO DE S.EXA. PARA ASSUNÇÃO AO CARGO DE VICE-GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Aparteantes
Ademir Andrade, Artur da Tavola, Casildo Maldaner, Djalma Bessa, Emília Fernandes, Francelino Pereira, Jader Barbalho, Josaphat Marinho, José Eduardo Dutra, Lúdio Coelho, Ney Suassuna, Pedro Simon, Ramez Tebet, Ronaldo Cunha Lima.
Publicação
Publicação no DSF de 15/12/1998 - Página 18656
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • BALANÇO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ORADOR, ESPECIFICAÇÃO, APRESENTAÇÃO, PROJETO DE LEI, DEFESA, JUSTIÇA SOCIAL.
  • AGRADECIMENTO, SENADOR, DESPEDIDA, ORADOR, OPORTUNIDADE, POSSE, CARGO PUBLICO, VICE-GOVERNADOR, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quis proferir um discurso, como habitualmente o faço, escrevendo algo a respeito do tema que desenvolveria desta tribuna. No entanto, pensei bem, até pelo meu estilo, em acompanhar uma música conhecida por todos nós, que deixou saudades e tem marcado profundamente minhas reflexões diárias. O nome dela é “Não Aprendi a Dizer Adeus”. É uma música que me deixa, de certa forma, muito à vontade, pois sempre vou a algum lugar e faço algo por determinado tempo.

Hoje, gostaria de falar a esta Casa que tive, em 1987, a oportunidade de chegar à Câmara dos Deputados, onde permaneci durante oito anos, em um mandato que entendi importante. Naquele momento, falávamos, na Assembléia Nacional Constituinte, em ter uma Constituição que tivesse a cara do País.

Talvez essa Constituição ainda esteja por ser feita, mas o nosso esforço, na época, foi muito importante. Vimos chegar ao Congresso Nacional brasileiro gente de todos os lugares do País. Todos os segmentos se expressaram; alguns foram contemplados, outros, não. Aquele momento marcou a minha vida, já que tinha tido a experiência como Vereadora na Câmara da minha cidade.

Dali nasceu em mim a vontade de contribuir um pouco mais com pessoas iguais às de meu Município, que estão pelo Brasil. E foi com esse espírito que, durante todo esse tempo, apresentei 84 projetos. Poderão até dizer que é pouco, mas sabemos que não. Apresentar projetos é muito fácil, mas não aqueles que defendem interesses antagônicos, conflitantes, difíceis e com conteúdo importante. Foram 84 projetos que possibilitaram ao Congresso Nacional brasileiro debater temas que, pelo conhecimento, dado o grau de informação e da intelectualidade que permeia os Deputados e Senadores, não haviam sido, até então, considerados preferenciais ou referenciais. Nós os introduzimos por meio desses projetos.

Também não podemos deixar de dizer que, segundo informações do Serviço Legislativo do Congresso Nacional, falei 650 vezes. Também é pouco, mas tenho certeza de que não me repeti em alguns dos temas. Procurei voltar-me para os direitos humanos, para a defesa dos trabalhadores, para o interesse do meu Estado, o Rio de Janeiro, para o interesse das crianças, das mulheres e dos negros, para o desenvolvimento econômico, para as injustiças sociais. Tive, sim, oportunidade de ver propostas aprovadas e transformadas em leis, que posteriormente foram sancionadas. Foram poucas, mas certamente levaram alguns anos para que chegassem a ser sancionadas. Não vou repeti-las, pois estou produzindo um relatório de toda a minha atividade durante o tempo em que estive nesta Casa, mas gostaria de destacar alguns projetos que, certamente, necessitam ainda de respaldo e de compreensão.

Temos um projeto sobre a profissão de assistente social. Como assistente social cheguei à Casa compromissada com a categoria, para que pudéssemos, com dignidade, exercer a ação social. As pessoas podem não entender como, logo que cheguei a uma Casa Legislativa, comecei a trabalhar com questões específicas. Assim o fiz porque era muito importante defender os direitos dos trabalhadores domésticos. Também era importante reconhecer que nós mulheres, vítimas de violência, preconceito e discriminação, precisávamos ter voz com referência e destaque nas proposições, e assim fiz. Entendendo o conflito existente nas relações raciais, que se confundem nas desigualdades sociais, também fui porta-voz desses direitos defendendo a criação de leis específicas.

Em alguns momentos, podem até ter dito: mas como você tem coragem de falar sobre esse assunto, quando a importância de uma representação política está em se falar de economia? Respondi que prefiro falar dos que não alcançam essa economia. Também diziam que existem acontecimentos de caráter nacional e internacional que precisam ser expostos. Respondi que prefiro falar dos direitos humanos internacionais. Por isso, apresentei um grande projeto que foi recebido com muito carinho pelo relator, na época meu digníssimo Senador Fernando Henrique Cardoso que, sabedor dos meus intentos, recebeu do nosso relator, que hoje preside os trabalhos do Senado, o Senador Geraldo Melo, e trabalhou para dar uma resposta negativa ao Tribunal Internacional dos Direitos Humanos. A política tem dessas coisas. Quantos e quantos projetos apresentados tiveram parecer contrários, mas nem por isso deixaram de ser relevantes, foram aprovados por algum colega meu ou, por iniciativa do Poder Executivo, ainda estão em pauta.

Então, acertei, não errei; apenas as injunções políticas não me permitiram aprová-los.

Essa é a alegria que tenho neste momento. Mas, ao mesmo tempo, tenho a necessidade de dizer que a defesa, nesta Casa, das minorias, das crianças, dos idosos, as mulheres, dos negros de forma alguma minimizou a atuação parlamentar que tive até então.

Hoje, desta tribuna - como já disse que não aprendi dizer adeus -, quero agradecer primeiramente a Deus por ter me dado a oportunidade de estar nesta tribuna como Senadora da República e indo para o Rio de Janeiro para exercer a Vice-Governadoria de Anthony Garotinho.

Quero também agradecer ao meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, à Liderança dos Senadores Eduardo Suplicy e José Eduardo Dutra, e agora novamente o Senador Eduardo Suplicy. Agradeço ao Bloco da Oposição da Casa, a todos os Srs e Srªs Senadores, aos Srs. Deputados, ao meu Gabinete, à minha assessoria, pessoas que estão comigo há muito tempo e que deram uma contribuição com sua competência e experiência para que eu pudesse, com muito brilhantismo, defender grandes causas. Não fora a contribuição deles, talvez não desse conta. Agradeço a todos os órgãos deste Senado Federal, da Assessoria da Mesa aos departamentos existentes. Não quero citar nomes porque sempre há uma complicação quando o fazemos; mas lembro a Comunicação, a Assessoria Legislativa, a todos o meu muito obrigada.

Não foi fácil chegar até aqui. Pensei em não fazer este pronunciamento. Não queria fazê-lo, sequer aparte a Senadora Emilia Fernandes. Queria apenas enfocar o tema direitos humanos, mas achei que era importante fazê-lo.

Enquanto refletia, escrevi algumas coisas, após lê-las, concederei aparte aos Srs. Senadores.

Fiquei pensando neste meu tempo por aqui e as coisas que me aconteceram alegres e tristes. Escrevi o seguinte:

Fatos, boatos

mentiras peças

do componente

chamado fracasso

amigo direto

do ingrediente

“estou fraco”

Fiz, vou fazer

e faço

e não faço barato

Amigos versos canções e contratos

já fui de pés descalços

não ligo não se fico

ou se vou

ao lado do amigo

ou do amor

Só sei que vou

à calçada fria

levar meu calor,

o sorriso de quem

mesmo quando

perdeu ganhou.

Vou, eu sei que vou

pintar nas favelas

em telas jamais

exibidas o seu interior

Não se preocupem não

Sei que não é ilusão

eu tudo posso

naquele que me

fortalece

mesmo quando a

panela empobrece

quando falta água, luz e pão.

Estou acostumada

a dar nó em pingo

d’água.

Não faço nada

sozinha, é sempre com minhas vizinhas.

Lá onde eu moro, tem

reza, tem oração,

tem samba, gente

dormindo no chão,

tem também carne assada,

feijoada, aquela cerveja

gelada. Só que eu não bebo não.

Lá tem gente sem

emprego,

sem escola, com fome,

cheirando cola.

Lá tem gente dando duro,

trabalhando sem cessar,

dia e noite,

noite e dia

só para a vida melhorar.

Pensem bem agora

que já comi, estudei,

trabalhei, estou aqui.

Acham que posso

cruzar os braços

fingir que nada

acontece, naturalmente

sorrir e dizer

está tudo bem e depois

dormir?

Nada disso, deputados

Presidente e Senadores

vou para o Rio de Janeiro

Eu vou, eu vou, eu vou.

Vou para a festa

vou para a luta

vou para a terra do amor

vou ver minha gente mais feliz

não quero mais contar nossa dor.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB-PB) - V. Exª concede-me um aparte, Senadora?

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Com prazer, concedo o aparte ao Senador Ney Suassuna.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB-PB) - Benedita da Silva, você é um exemplo neste País: mulher, pobre, negra, você venceu em todos os fronts. Sou seu admirador antigo, do Rio, daqui, e sei que você fará falta neste Senado, mas conto com seu sucesso no Rio, a cidade mais bonita do Brasil, para que ela melhore cada vez mais, volte a ser aquele Rio de antigamente, da fraternidade, de tudo isso que você acabou de mostrar com seu dom de poetisa, que eu não conhecia. Você é um exemplo para este País. Parabéns, Senadora, V. Exª realmente dignifica as Casas por onde passa. Parabéns, Benedita.

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Agradeço a V. Exª pelo aparte. Não farei comentários, uma vez que vejo outros Srs. Senadores a solicitarem aparte, quero apenas ouvi-los e, em seguida, quando os apartes terminarem, agradecerei a V. Exªs.

A Srª Emilia Fernandes (Bloco/PDT-RS) - Permite V. Exª um aparte?

A Srª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Ouço o aparte da nobre Senadora Emilia Fernandes.

A Srª Emilia Fernandes (Bloco/PDT-RS) - Senadora Benedita da Silva, dizer tudo o que eu gostaria é impossível. No momento em que se despede desta Casa, V. Exª abre o seu sentimento diante deste novo desafio que a vida de política, de cidadã e de mulher atuante e lutadora lhe apresentou. Mistura emoção com trabalho e saudades e, principalmente, com luta e compromisso. As mulheres do Senado da República sentirão sua falta. E eu, particularmente, pois durante esses últimos 4 anos estivemos bem próximas, o que nos trouxe muito carinho e amizade. Sabemos que o novo desafio trará a proximidade de sua terra, de sua gente, com seus bairros, favelas, suas alegrias e tristezas. Enfim, será uma nova lição de vida. Tenho certeza de que Deus a acompanhará nesta nova jornada e a sua missão será vitoriosa. Conte V. Exª com esta amiga e com as mulheres do Congresso Nacional, pois, no momento em que estivermos aqui, levando adiante nossa luta pelas causas da justiça e da igualdade, em defesa das crianças e do adolescentes, dos idosos, das pessoas portadoras de deficiências, das mulheres e das minorias discriminadas deste País, estaremos reverenciando a lembrança do trabalho prodigioso, maravilhoso, profundo e carregado de sentimento que V. Exª desenvolveu no Senado. Um abraço da amiga, Senadora Emilia Fernandes.

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Muito obrigada.

O Sr. Lúdio Coelho (PSDB-MS) - V. Exª me concede um aparte, nobre Senadora?

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Pois não, nobre Senador.

O Sr. Lúdio Coelho (PSDB-MS) - Senadora Benedita da Silva, é uma satisfação e um conforto ouvi-la; é uma alegria para mim. Ao mesmo tempo em que o Senado da República vai sentir a sua falta, V. Exª haverá de prestar um excelente serviço, juntamente com o Governador Garotinho, em benefício do Rio de Janeiro. Lá no meu Estado, seguidamente, pessoas me perguntam: “Como é a Senadora Benedita?”. Eu respondo que é uma excelente Senadora, que nos faz crer na democracia brasileira. De origem humilde, passou por dificuldades, mas, pelo seu trabalho, por sua competência e persistência, passou pela Câmara de Vereadores, pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal e hoje se torna Vice-Governadora. Sempre cito V. Exª como exemplo, porque penso que a participação mais intensa da mulher na vida pública brasileira é muito importante para o nosso PaÍs. A mulher ainda não está tão comprometida com as coisas indevidas; a mulher é quem responde pelas dificuldades do dia-a-dia da família e tem uma visão mais completa da vida do cidadão. Desejo, Senadora Benedita, que V. Exª auxilie muito o Anthony Garotinho. Nós temos muita esperança no trabalho do V. Exª. Felicidades e boa sorte! Muito obrigado.

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Muito obrigada.

O Sr. Ramez Tebet (PMDB-MS) - Permite-me V. Exª um aparte?

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Com muito prazer.

O Sr. Ramez Tebet (PMDB-MS) - Senadora Benedita da Silva, ouvi, comovido, os versos com que V. Exª traduzia o seu sentimento. Lembrei-me dos versos da poetisa Cecília Meireles ao dizer que “partir é morrer um pouco, para tudo que se ama e se adora deixa-se a alma pouco a pouco”. O seu discurso é de despedida, mas não é tanto assim um discurso de partida. V. Exª vai para o Rio de Janeiro, mas fica muito de V. Exª aqui nesta Casa. Ficam os ensinamentos humanitários de V. Exª, fica a defesa que V. Exª fez dos mais humildes e dos mais necessitados. Fica , para os seus colegas, um dos mais nobres sentimentos que um ser humano carrega dentro de si, que é o sentimento da amizade. Com efeito, nessa convivência de quatro anos, aqui no Senado da República, V. Exª soube granjear o respeito e a amizade de todos nós. V. Exª vai - não parte de vez - para uma outra missão, vai para o Executivo enfrentar os embates da vida; vai tentar resolver o problema das favelas, que V. Exª conhece muito bem; vai ajudar o Governador do Estado; tentar dar de si, como sempre deu, em favor do povo fluminense. Eu, que tive a honra e a alegria de conviver com V. Exª nesta Casa e de admirar os dotes que ornamentam sua personalidade, tenho a convicção de que o Senado da República continuará a tê-la aqui, e o Rio de Janeiro a terá mais perto na defesa dos interesses da nossa sociedade, principalmente na defesa dos mais necessitados. Um grande abraço a V. Exª e muito sucesso na nova missão.

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Obrigada.

O Sr. Ademir Andrade (Bloco/PSB-PA) - V. Exª me concede um aparte?

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Concedo o aparte ao Senador Ademir Andrade.

O Sr. Ademir Andrade (Bloco/PSB-PA) - Senadora Benedita da Silva, o povo do Rio de Janeiro é que é feliz, porque tem a felicidade de tê-la, neste momento, mais próxima. Nós do Senado vamos sentir muito a sua falta. Você é uma pessoa maravilhosa, humana acima de tudo e de uma capacidade de trabalho inigualável. Quero parabenizá-la e desejar-lhe todo o sucesso. Nesta Casa, V. Exª - a vontade é dizer você - é uma das Senadoras mais atuantes, mais combativas e que obteve mais sucesso no seu trabalho. Não sei, Senadora Benedita da Silva, quantos Senadores aqui, nestes quatro anos que estou no Senado com V. Exª, tiveram o número de projetos aprovados que V. Exª teve; não sei se alguém teve mais do que V. Exª. Como Presidente da Comissão de Assuntos Sociais, que tenho a honra de dirigir, só nesse período de dois anos, creio que mais de dez projetos de sua autoria foram lá aprovados. Outros ainda estão por ser aprovados. Espero que, mesmo na sua ausência, continuemos trabalhando sobre as suas idéias, sobre as suas propostas. V. Exª também foi a pessoa que mais manifestou opinião sobre inúmeros temas no Senado da República. Proferiu vários pareceres sobre projetos. Enfim, é uma pessoa que trabalhou como poucos aqui. Vamos sentir muito a sua falta e muitas saudades suas. Você é uma pessoa extremamente agradável e carinhosa. A vontade que temos, sempre que a vemos, é de abraçá-la e até mesmo cheirá-la - espero que seu marido não fique com ciúmes. Mas digo isso com toda a minha emoção e todo o meu carinho. Espero que você possa trabalhar muito. Sei que V. Exª e o Governador Garotinho terão muita dificuldade para administrar aquele grande Estado - pelo menos grande em população e importância política - que é o Rio de Janeiro, nesse momento difícil que estamos vivendo. No entanto, espero que tenham muito sucesso e que, no futuro, o povo do Rio de Janeiro lhe dê a oportunidade de ser a sua prefeita e, quem sabe, coisas muito mais importantes. Você é uma pessoa que merece a solidariedade, o carinho e a confiança não só do povo do Rio de Janeiro, mas de todo o povo brasileiro. Lastimando muito, aceitamos as suas despedidas do Senado da República. Um grande abraço e muitas felicidades para você.

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Agradeço a V. Exª.

Sr. Presidente, gostaria de saber se meu tempo permite outros apartes.

O SR. PRESIDENTE (Geraldo Melo) - Senadora Benedita da Silva, embora o tempo de V. Exª já esteja esgotado, a homenagem que a Mesa lhe presta é não prestar muita atenção ao relógio. Mas dirijo-me apenas aos seus aparteantes, fazendo-lhes um apelo para que sejam breves, se for possível. Entretanto, V. Exª continua na tribuna para a alegria da Casa.

O Sr. José Eduardo Dutra (Bloco/PT-SE) - V. Exª me permite um aparte?

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Ouço V. Exª com prazer.

O Sr. José Eduardo Dutra (Bloco/PT-SE) - Senadora Benedita da Silva, assim como aconteceu com o Senador Ademir Andrade, é muito difícil neste momento nos utilizarmos apenas das palavras regimentais. Fica difícil dizer “V. Exª”, Senadora Benedita da Silva, porque, na verdade, nesse momento, como em todos os outros, V. Exª é a nossa “Bené”. Nesse instante que é um misto de alegria e de tristeza para todos nós: alegria porque V. Ex.ª vai para o Rio de Janeiro assumir uma tarefa muito difícil, todos nós sabemos, mas uma tarefa que V. Ex.ª fez por merecer. Desde o início, dentro do Partido dos Trabalhadores do Rio de Janeiro, V. Ex.ª foi talvez a que mais batalhou para viabilizar aquela aliança no Rio de Janeiro, mesmo diante da primeira decisão do diretório do PT de rejeitar o pacto. Na ocasião, V. Ex.ª foi muito injustamente criticada, inclusive por aliados, mas não levou aquilo em consideração. Continuou trabalhando no sentido de viabilizar aquele acordo porque acreditava que só a união das forças democráticas e populares do Rio de Janeiro poderiam fazer com que o nosso candidato saísse vitorioso. As urnas mostraram que V. Ex.ª tinha razão, e agora assume essa tarefa, juntamente com Anthony Garotinho, juntamente com o PT, o PDT, o PSB, o PC do B, o PPS, enfim com todos os Partidos populares, para fazerem uma bela administração do Estado do Rio de Janeiro, que, sem dúvida alguma, será uma das grandes vitrines do projeto da Oposição a partir de 1998. Vamos perder o convívio com V. Ex.ª, convívio que, como diz o Senador Ademir Andrade, muito mais que protocolar, regimental foi de grande amizade. Quero dizer que tive muito orgulho de ser colega de V. Exª por quatro anos. Eu a conhecia anteriormente, mas de forma muito superficial e sempre fui um seu grande admirador. Como Vereadora do Rio de Janeiro, como Deputada Federal, como Senadora e agora como Vice-Governadora coloca em grande destaque a raça, o dinamismo, a competência da mulher negra e favelada - V. Exª sempre fez questão de se apresentar dessa forma. V. Exª, como o Lula já o disse em outras ocasiões, é a nossa rainha de ébano e continuará sendo e pode ter certeza de que deixará muitas saudades nesta Casa. Espero ir ao Rio de Janeiro para encontrá-la, conversar sobre os projetos que estão sendo encaminhados e sei que estará ao nosso lado, sejam Senadores ou Deputados, mas principalmente todos os militantes do Partido dos Trabalhadores.

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Obrigada.

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB-SC) - Senadora, permite um aparte?

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Concedo o aparte ao Senador Casildo Maldaner.

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB-SC) - Senadora Benedita da Silva, faço este aparte não só em meu nome, mas também por delegação do Senador Esperidião Amin, que usou a expressão “sainte”, pois assim como V. Exª, está saindo desta Casa no final do mês para assumir as funções de Governador do meu Estado. Falo por delegação do Senador Geraldo Atholf, também catarinense. Portanto, falo em nome dos Senadores catarinenses. Senadora Benedita da Silva, V. Exª vai deixar saudades. Na verdade, quando V. Exª veio para cá como Senadora, incorporou, sem dúvida alguma, os mais humildes do seu Estado Rio de Janeiro; foi uma voz em prol dessa maioria aqui no Senado durante esses 48 meses, durante esses quatro anos. E sabemos que, além das saudades, V. Exª, que vai para outra missão agora no Executivo - não só porque já tive a honra de passar por isso - tenho certeza, vai viver intensamente essa missão. Por certo, o Rio terá grandes vantagens, principalmente, sem dúvida alguma, aqueles que mais precisam. Por isso, em nome dos catarinenses, desejamos sucessos, e leve nossas melhores homenagens pela nobre missão que, a partir do dia 1º de janeiro, começa a desempenhar no Estado do Rio de Janeiro.

O Sr. Pedro Simon (PMDB-RS) - Permite-me V. Exª um aparte?

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Concedo o aparte a V. Exª.

O Sr. Pedro Simon (PMDB-RS) - Não há dúvida nenhuma de que a vida tem os seus inexoráveis, e o destino de V. Exª está traçado: Vereadora, Deputada, Senadora, Vice-Governadora. E V. Exª está em meio à caminhada. É uma jovem ainda a caminho da consolidação do seu futuro, que - tenho a convicção - será de grandes conquistas. Não nego a profunda admiração e o respeito que tenho por V. Exª. Acho que esta Casa vai sentir um vazio muito grande. V. Exª é o símbolo do povo brasileiro, da gente brasileira, principalmente dos mais simples, dos mais humildes, daqueles de cuja existência V. Exª, às vezes, na tribuna, faz-nos lembrar. Aqui, neste belo plenário iluminado, com esta cúpula, que parece boate, nem sempre temos tempo de nos lembrar de onde V. Exª veio: das favelas, da gente simples, da gente humilde. O que me impressiona é a sua capacidade luta e de trabalho. V. Exª é líder tanto da ocupação dessa tribuna quanto da apresentação de projetos, todos eles voltados para o atendimento social da gente brasileira. V. Exª, indiscutivelmente, fará muita falta no Congresso. Esta é uma hora de grande alegria para o povo do Rio de Janeiro. A dupla formada por V. Exª e pelo Garotinho traz grande expectativa para o seu Estado. O Rio de Janeiro, que já foi a nossa capital, que já foi o que havia de mais belo no Brasil, hoje precisa da experiência, do bom senso, da serenidade e da seriedade de V. Exª. Estou certo de que, junto com o Governador, levará adiante seu Estado. Ao mesmo tempo em que cumpre o seu destino e caminha no sentido da realização de tão importante missão, V. Exª comete uma grande injustiça com todos nós: V. Exª não tinha o direito de nos deixar no meio do caminho. Estamos tão acostumados com a experiência, com o sorriso, com o otimismo, com os temas profundos abordados por V. Exª que, com toda a sinceridade, haverá um vazio muito grande e seu lugar vai ser difícil de ser preenchido. Leve V. Exª, mulher de fé, a nossa oração, a nossa crença, o nosso desejo de que cumpra a sua parte. Estou absolutamente certo de que nós todos haveremos de ouvir falar muito na “Bené”, nas suas vitórias, nos seus êxitos, nas suas realizações, na sua identidade cada vez maior com o nosso povo, com a nossa gente. Receba meu abraço muito carinhoso, meu respeito muito profundo e a saudade que já começo a sentir da nossa querida Senadora do Rio de Janeiro.

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Obrigada.

O Sr. Djalma Bessa (PFL-BA) - V. Exª concede-me um aparte?

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Ouço o Senador Djalma Bessa.

O Sr. Djalma Bessa (PFL-BA) - Senadora Benedita da Silva, começo por dizer a V. Exª que o Senador Bernardo Cabral teve necessidade de se afastar e me pediu que não deixasse de incluí-lo nessa manifestação. S. Exª foi mais longe: adiantou-me que começou a admirá-la na Assembléia Nacional Constituinte, pelo seu trabalho e pela sua eficiência. E disse mais: “Transmita à Senadora Benedita da Silva que na Constituição há diversos dispositivos que ali foram inseridos graças ao trabalho dela. A Nação lhe deve essa atuação na Constituinte. V. Exª sabe que não tenho muito tempo de Casa, mas esse prazo foi suficiente para conhecê-la. Não devo julgá-la, pois minha opinião pessoal é modesta, una, individual. V. Exª foi julgada repetidas vezes, e muito bem julgada, pelo povo do Rio de Janeiro: começou como vereadora, depois veio para a Câmara dos Deputados e, por último, foi eleita Senadora e representa muito bem seu Estado. Permita-me dizer-lhe o quanto aplaudo V. Exª pela sua perseverança, pela sua persistência, pela sua constância, para não dizer pela sua obstinação. E mais, V. Exª não se limita a uma atuação no plenário; comparece também às Comissões. Receba meu aplauso, meus parabéns e os votos de que continue essa vida tão brilhante, tão marcante e de tão grande relevo. Muito obrigado.

           A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Muito obrigada, Senador Djalma Bessa.

           O Sr. Francelino Pereira (PFL-MG) - V. Exª concede-me um aparte?

           A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Ouço V. Exª com prazer.

           O Sr. Francelino Pereira (PFL-MG) - Senadora Benedita da Silva, assim vestida de branco, em clima de paz, de serenidade e de convívio amável, V. Exª despede-se desta Casa. Quero fazer algumas observações, talvez duas, para que fiquem guardadas na sua memória. V. Exª vai enfrentar dois graves e importantes desafios. Primeiro, o desafio de ser Vice-Governadora do Rio de Janeiro. Antes de tudo, ser vice já é uma função difícil, porque constitui apenas a expectativa de exercer a mais alta função pública do seu grande Estado. É um desafio conviver com o Governador e receber missões, permanentes ou não. Essa relação entre o Vice-Govenador e o Governador do Estado é extremamente delicada e tem de ser exercida com inteligência, talento, muita virtude, muita vontade de vencer, para encontrar solução para os problemas graves que afligem o Rio de Janeiro. Em segundo lugar, gostaria de lembrar que só depois de dois ou três meses que estávamos nesta Casa tivemos oportunidade de conversarmos. V. Exª veio falar comigo para pedir minha assinatura em um requerimento. Imediatamente tomei a iniciativa de atendê-la, observando que o fazia com absoluto prazer e que era a primeira vez conversávamos. V. Exª surpreendeu-se com a minha observação. Uma ou duas horas depois, ao chegar ao meu gabinete, percebi que havia uma flor dentro de um vaso com terra e um cartão de V. Exª, que guardei para nunca mais esquecer. Nele estava escrito: “Senador Francelino Pereira, nós nos amamos porque Deus nos amou em primeiro lugar”. Vou, agora, ao segundo desafio. A alternância no poder é efetivamente a grande oportunidade para a revelação plena do exercício da democracia e a oportunidade para que todos os homens públicos de diferentes partidos ou posições ideológicas possam exercer o Governo. É aí que está o desafio. É exatamente a alternância que torna os homens públicos iguais ou mais ou menos iguais. E o desafio de V. Exª está exatamente no fato de, integrando um partido de oposição, de combate a todos os tipos de governo que não se ajustam ao seu pensamento e à sua perspectiva de vida, terá, sem dúvida, a oportunidade de fazer tudo para ser, tanto quanto possível, diferente quando chega ao Governo, como vai chegar a partir do dia 1º de janeiro. A V. Exª meu abraço fraternal, felicidades e que seja sempre nossa colega do Senado da República.

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - A Mesa avisa que meu tempo está totalmente esgotado. Todavia, rogo à Presidência que tenha um pouco mais de paciência, pois gostaria ainda de ouvir os Srs. Senadores Ronaldo Cunha Lima, Artur da Távola e Josaphat Marinho, a quem peço, então, sejam realmente brevíssimos. Sentiria muito se não pudesse ouvi-los. Encerrarei em seguida.

O SR. PRESIDENTE (Geraldo Melo) - A Presidência, embora assinalando que V. Exª ultrapassou em 23 minutos o tempo que lhe foi destinado, também considera uma perda deixar de ouvir os três Senadores supracitados, confiando que a intervenção de cada um será breve, colaborando assim para o andamento dos trabalhos da Casa.

O Sr. Artur da Távola (PSDB-RJ) - Senadora Benedita da Silva, todo político costuma iniciar seus discursos com a famosa frase “serei breve”. Até hoje não vi um que tenha sido de fato breve. Por isto, não começarei com essa frase. Quem sabe, assim, poderei ser breve. V. Exª, Senadora - e este, o testemunho de quem se senta a seu lado há quatro anos -, é excepcional, saiba disso, em qualidade moral, em bondade de coração, em capacidade de trabalho. Quem acompanha seu desempenho aqui neste Plenário, ao lado, como acompanho, e também, por coincidência, nas várias Comissões nas quais trabalhamos juntos - a de Educação, a de Relações Exteriores -, sabe a qualidade de Senadora que V. Exª tem, e esta é uma razão da grande perda que a Casa sofrerá. Contudo, V. Exª é muito mais do que isso, embora a modéstia talvez a impeça de aceitar. V. Exª é uma figura simbólica, de alta importância para o Brasil. Existe a Benedita da Silva concreta, Senadora, a pessoa que trabalha, doce criatura, uma convivência amável, e existe a Benedita da Silva figura simbólica brasileira, de algo que começa apenas a existir na nossa sociedade. Democracia racial, democracia de fato, oportunidade a todos os segmentos, avanço e emersão da mulher na sociedade: talvez isto seja responsável por tudo o que V. Exª significa simbolicamente além do que V. Exª é. E aí está também, a meu juízo, uma das razões da sua invencibilidade nos pleitos eleitorais, de vez que ao símbolo corresponde uma realidade. Sempre que uma figura simbólica não corresponde ao que a pessoa é, há uma decepção. Com V. Exª não; existe uma correspondência perfeita entre a pessoa e o símbolo. Por tudo isso, não podendo estender-me, quero dizer da saudade que vamos sentir, realmente, e da perda para a Casa. Vou perder uma companheira de confidências aqui ao lado. Possivelmente, virá o seu suplente, que deve ser uma bela figura - espero apenas que não seja “PT raivoso”. E poderemos, enfim, manter essa convivência muito mais. Quanto ao Rio de Janeiro, Senadora, não há garotinho que não precise de uma grande mãe, maravilhosa, generosa, boa de coração, compreensiva. Que V. Exª possa ajudar o Governador eleito e que ambos possam realizar para o nosso Estado tudo aquilo com que se comprometeram na eleição e com o que, acredito, estejam inteiramente empenhados em realizar. Vá com Deus, Benedita. E pode saber que em todos nós ficará um travo na garganta na hora da despedida. Muito obrigado.

O Sr. Jader Barbalho (PMDB-PA) - V. Exª me permite um aparte?

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Ouço V. Exª, Senador Jader Barbalho.

O Sr. Jader Barbalho (PMDB-PA) - Senadora Benedita da Silva, eu não gostaria que V. Exª deixasse a tribuna sem que eu juntasse, nessa oportunidade, a minha palavra. Seria simplesmente juntar, porque eu gostaria que esse aparte significasse tudo aquilo que os companheiros já referiram e que V. Exª tanto merece. Resumindo, desejo que V. Exª tenha, no Poder Executivo, o sucesso que teve como legisladora.

O Sr. Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB) - Seguindo o exemplo do Senador Artur da Távola e obediente à determinação da Presidência, serei breve. Direi apenas que as despedidas são instantes guardados e marcados por emoções. E, neste instante, mais que emoções, elas se multiplicam em quem parte e em quem a vê partir, porque a vida de V. Exª e a sua permanência neste Senado nos deu belas lições da grandeza, da beleza de sua alma - uma alma bonita -, do espírito forte e da forma de conquistar as pessoas. V. Exª sabe que me alinho entre aqueles que proclamam publicamente admiração pela sua vida pública, pela sua consciência e, acima de tudo, pelo seu belo coração. Somo-me a essas vozes e me multiplico na emoção deste instante, que é só de emoção.

O Sr. Josaphat Marinho (PFL-BA) - Permite-me V. Exª um aparte?

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Concedo o aparte ao Senador Josaphat Marinho.

O Sr. Josaphat Marinho (PFL-BA) - Senadora Benedita da Silva, todos os elogios, e justos, já lhe foram feitos. Não vou repeti-los. Apenas numa frase, quero retraçar seu destino: da favela à Constituinte, da Constituinte ao Senado, do Senado à Vice-Governadoria do Estado do Rio de Janeiro. Que não lhe faltem condições e pertinácia para prosseguir na sua trajetória, ajudando o Brasil a reduzir as infamantes desigualdades sociais.

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, lamento não poder ouvir a todos. Sei que ultrapassamos e demais o tempo.

Concluo, agradecendo a todos que aqui falaram e àqueles que tiveram o desejo de fazê-lo e não puderam. Digo da minha alegria, da minha satisfação em poder estar aqui e receber de V. Exªs tão carinhosas palavras. Digo também do meu carinho e do meu amor. Ainda que eu falasse a língua dos anjos e não tivesse amor, nada disso adiantaria.

Foi exatamente por poder compreender nossas diferenças ideológicas é que tive uma convivência muito fraterna com todos. Nos momentos mais difíceis em que tinha de enfrentar política e ideologicamente uma situação adversa, não o fiz sem antes lembrar-me de que estamos aqui para representar nossos Estados. Os seres humanos devem viver em harmonia.

Muito obrigada a todos vocês pelos momentos que passamos juntos. Quero apenas, mais uma vez, como sempre faço, lembrar a esta Casa que os projetos que apresentei são proposições que considero importantes para um segmento excluído da população brasileira. Espero contar com todos os Srs. Senadores para que façam valer esses direitos, votando, sempre que possível, nos projetos que deixo em tramitação nesta Casa.

Agradeço, em particular, a V.Exª, Senador Antonio Carlos Magalhães, que tem ocupado, durante todo esse tempo, a presidência da Casa.

Muito obrigada e até a próxima. (Palmas)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/12/1998 - Página 18656