Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO, NA CIDADE DE TIMBO/SC, DO POETA CATARINENSE LINDOLF BELL.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO, NA CIDADE DE TIMBO/SC, DO POETA CATARINENSE LINDOLF BELL.
Publicação
Publicação no DSF de 15/12/1998 - Página 18699
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, LINDOLF BELL, POETA, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC).

O SR. CASILDO MALDANER (PMDB-SC. Para uma comunicação inadiável.) - Sr. Presidente, nobres Colegas, no último dia 10 de dezembro do findante ano, data em que o mundo comemorava o qüinquagésimo aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Estado de Santa Catarina se enlutava com a partida precoce do poeta Lindolf Bell.  

Santa Catarina é um Estado conhecido por todos pela qualidade de vida e pelo espírito voluntarioso da sua gente. Um estado, aliás, que tem na sua gente, o seu maior patrimônio. Esse Estado está de luto! Perdemos um dos maiores poetas brasileiros da atualidade. Santa Catarina perdeu Lindolf Bell.  

E o que fazia do seu trabalho, muito mais do que poesia, era a sua intensa relação com as pessoas. Lindolf Bell conseguiu, como poucos, traçar em versos as angústias e os sonhos da gente catarinense. Não foi apenas o meio literário que perdeu um dos seus mais valiosos artífices.  

O estilo do poeta, que encantou Blumenau e depois todo o Estado, foi o estilo humano de quem retrata nos seus poemas a vida simples do seu povo. Infelizmente, a doença o levou. Mas deixou semeados os seus sonhos. E o que é a vida senão sonhos? O próprio poeta se auto-intitulava um sonhador.  

Ao registrar desta tribuna esta modesta homenagem, faço-a em nome de todos os catarinenses - por certo, Sr. Presidente, faço-a também em nome dos nossos representantes nesta Casa: Senadores Esperidião Amin e Geraldo Althoff - para que, neste momento de dor para que todos nós catarinenses possamos, em conjunto, prestar esta homenagem. Sentimo-nos consternados com o prematuro falecimento de um dos gênios contemporâneos.  

No velório, realizado na última sexta-feira, na cidade de Timbó-SC, todos estavam perplexos ao constatarem que o grande baluarte da cultura barriga-verde realmente havia partido. O povo foi às ruas para comprovar que a voz do catequizador das palavras, realmente, havia se calado.  

Num país de contrastes tão injustos, natural que nos apeguemos a sonhos, a palavras. Mas este povo viu mais uma voz se calar. E este mesmo povo poderá ainda viver dos sonhos e dos exemplos por Lindolf Bell deixados!  

A poesia, há muito, deixou de ser alvo de lunáticos e sonhadores. A poesia é o alimento que transforma. Lindolf Bell nos deixou esse exemplo. Nos seus versos sempre havia lugar para reflexões. Nada era óbvio, nem mesmo ele próprio.  

O poeta partiu deixando um grande vácuo na cultura catarinense, e por que não dizer do País? Não foram apenas trinta anos de poesia, mas toda uma vida de sonhos que era a sua real poesia.  

Sr. Presidente, presto essa homenagem para que conste dos Anais da Casa.  

Eram as considerações que gostaria de fazer neste instante, Sr. Presidente e nobres Colegas.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/12/1998 - Página 18699