O SR. LÚCIO ALCÂNTARA (PSDB-CE. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu não poderia deixar de registrar meu apoio, pela oportunidade e pelo senso de justiça de que se reveste, ao requerimento do nobre Senador Roberto Saturnino.

           Com efeito, o Brasil perde uma das figuras mais respeitáveis da sua vida, da literatura, da diplomacia, por que não dizer, da vida política, da administração pública. Antônio Houaiss, em que pese sua fragilidade física - mesmo quando sua saúde era boa, ele transmitia uma idéia de fragilidade física -, tinha o contraponto na sua energia política, na determinação, no saber, na competência.

Antônio Houaiss resistiu a diversas situações absolutamente desfavoráveis ao longo da sua vida, inclusive quando foi aposentado e afastado do serviço ativo da diplomacia brasileira. Posteriormente, com algumas intercorrências de doenças, ainda assim ele manteve o facho levantado e aceso, dedicando-se a uma grande obra, um novo dicionário da língua portuguesa, objetivo maior de sua vida nos últimos anos, que, espero, seus colaboradores sejam - e certamente o serão, desde que apoiados - capazes de concluir.

Sua passagem pelo Ministério da Educação e Cultura foi também um reconhecimento e um fecho de uma vida toda dedicada a esses assuntos, sem que, como disse o Senador Roberto Saturnino, desprezasse, apesar de apresentar um físico que aparentemente não era a expressão do seu uso, uma boa mesa e uma boa bebida, chegando até a escrever sobre o assunto; era um gastrônomo, uma peculiaridade que poucos conheciam de Antônio Houaiss.

Sr. Presidente, associo-me e, de certa maneira, até subscrevo o requerimento apresentado pelo Senador Robeto Saturnino, porque o Senado da República não poderia deixar passar em branco um acontecimento tão infausto, que enluta o País, principalmente a literatura e o mundo da cultura nacional.