Pronunciamento de Marina Silva em 15/04/1999
Discurso no Senado Federal
ESCLARECIMENTOS AO PLENARIO NO PAPEL DE LIDER DO SEU PARTIDO, QUE FOI CITADO EM PRONUNCIAMENTO ANTERIOR.
- Autor
- Marina Silva (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
- Nome completo: Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), JUDICIARIO. POLITICA PARTIDARIA.:
- ESCLARECIMENTOS AO PLENARIO NO PAPEL DE LIDER DO SEU PARTIDO, QUE FOI CITADO EM PRONUNCIAMENTO ANTERIOR.
- Publicação
- Publicação no DSF de 16/04/1999 - Página 8286
- Assunto
- Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), JUDICIARIO. POLITICA PARTIDARIA.
- Indexação
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- ESCLARECIMENTOS, POSIÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), OPOSIÇÃO, CORRUPÇÃO, BRASIL, DEFESA, CONSTITUCIONALIDADE, ATUAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), JUDICIARIO, PREVENÇÃO, CONFLITO, PODERES CONSTITUCIONAIS, GARANTIA, ESTADO DE DIREITO.
A SRª MARINA SILVA (Bloco/PT-AC. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Peço a palavra para um esclarecimento. Na reunião a que o Senador Antonio Carlos Magalhães se refere, eu é que participava como Líder do Bloco. No item que diz respeito à instalação das comissões, naquela oportunidade, o Presidente sugeriu que, como havia muitas comissões sendo propostas, se criasse uma mecanismo para podermos observar como seriam instaladas as comissões que seriam criadas de acordo com a proporção dos partidos. Não se chegou a um cálculo aritmético, mas o Bloco poderia ter direito a uma e os outros partidos majoritários teriam outra. Isso foi colocado; contudo, não se chegou a uma decisão porque o Líder do PSDB, Senador Sérgio Machado, e eu dissemos que gostaríamos de ouvir, primeiramente, os nossos Partidos.
Quando da feitura da ata, o Dr. Raimundo Carreiro me veio apresentá-la, ao que pude verificar que sobre todos os outros pontos os participantes estavam em acordo. Eu, então, admoestei-o para o fato de que, ainda que o Presidente tenha feito essa proposta, o Senador Sérgio Machado e eu havíamos dito que gostaríamos de ouvir os nossos partidos, que não iríamos definir, naquele momento, em relação às Comissões. Tanto assim é que não assinei até hoje a ata - e chamo para o meu testemunho o Dr. Raimundo Carreiro. Eu, inclusive, observei que se tratava de uma proposta do Presidente para ser decidida posteriormente.
Agora, Sr. Presidente, entendo que precisamos aqui - valendo-me de uma passagem da peça de teatro “O Inimigo do Povo” -, de um pouco mais de moderação e temperança no debate. Se a todo momento criarmos uma situação em que as discussões possam virar o que, no Nordeste e no Norte, chamamos de bate-boca - desculpem-me a expressão deselegante - desrespeitando o Regimento Interno, teremos muita dificuldade para o debate.
Concordo com o Senador. Fui vítima, no Acre, de problemas judiciais. Só que o fato de ter sido atingida não me dá o direito de querer atropelar as minhas convicções em relação ao estado de direito. É o mesmo que ocorre no seguinte caso: sou contra a pena de morte, mas, Deus me livre, se acontecer algo com um filho, pai ou com alguém que preze muito, isso não me levará a defender a pena de morte. O mesmo ocorre em relação a outros princípios.