Discurso no Senado Federal

PARTICIPAÇÃO DE S.EXA. EM REUNIÃO DO MERCOSUL, A REALIZAR-SE AMANHÃ, EM ASSUNÇÃO, NO PARAGUAI.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).:
  • PARTICIPAÇÃO DE S.EXA. EM REUNIÃO DO MERCOSUL, A REALIZAR-SE AMANHÃ, EM ASSUNÇÃO, NO PARAGUAI.
Publicação
Publicação no DSF de 19/05/1999 - Página 12035
Assunto
Outros > MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).
Indexação
  • COMENTARIO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, REUNIÃO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), REALIZAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, PARAGUAI.
  • DEFESA, INTEGRAÇÃO, UNIFICAÇÃO, LEGISLAÇÃO, BENEFICIO, REFORÇO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).

           O SR. CASILDO MALDANER (PMDB-SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Mercosul volta a reunir-se a partir de amanhã em Assunção, num momento delicado em que as sucessivas crises econômicas e políticas afetaram a normalidade das negociações que objetivam consolidar o bloco. Já se fala na alcalização do Mercosul, o que não é bom nem para o bloco e muito menos para o Cone Sul.

           O Mercosul continua sendo assediado mesmo por países que apostam nos acordos bilaterais mas que podem resultar na sua fragilização. É claro que a crise financeira enfrentada pelo Brasil, tenha causado estragos nas economias vizinhas que ainda não se adaptaram à nova situação que se criou repentinamente. Introduz-se aí, um nervosismo perigoso no Mercosul, ameaçando uma instituição que custou tanto esforço e criatividade para ser construída. Recentemente, apelei aos nossos diplomatas e aos representantes dos países que formam o Mercosul, que não permitissem uma competição interna. Entendo que a nossa luta em prol de uma integração sólida não terminou. Muito pelo contrário, precisamos lutar muito ainda para que determinadas pendências não comprometam, sobretudo, o espírito desenvolvimentista que tem o Mercosul. Temos o protecionismo norte-americano e europeu a ser combatido, mas, isoladamente, não alcançaremos êxito algum. É preciso que haja uma forte unidade em benefício do fortalecimento do Mercosul, e o Brasil, com o grande porte de sua economia e de seu mercado, é o carro-chefe deste bloco.

           Outro aspecto importante é que a integração não deve, de forma alguma, restringir-se aos meandros econômicos. Continuo defendendo uma integração plena em todos os setores. Se vamos romper fronteiras não podemos manter resquícios, Devemos atuar, de forma a unificarmos, as legislações em todos os campos: integração cultural, laboral, educacional, política automotiva, tarifas para e produtos agrícolas, entre outros. O Senado está prestes a aprovar a obrigatoriedade do ensino da língua espanhola nas nossas escolas do ensino médio, o que significa um avanço incontestável do Mercosul.

           Devemos ratificar os protocolos de integração educacional, títulos universitários, cooperação jurisdicional em matéria civil, trabalhista e administrativa, assistência jurídica, acordo multilateral sobre previdência social e a declaração sócio-laboral.

           O entendimento e a cooperação devem prevalecer sobre o desespero, nesta quadra de dificuldades. Devemos trabalhar para que as instituições multilaterais cheguem ao final da crise, funcionando plenamente e com o Mercosul em posição de dar suporte a um novo ciclo de prosperidade e numa postura de solidariedade que tão bons frutos já renderam na longa caminhada É com este desejo que embarco para Assunção e que pretendo relatar aos senhores ao final do encontro.

           Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/05/1999 - Página 12035