O SR. MAURO MIRANDA (PMDB-GO Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, recente edição do Informativo da Federação das Indústrias do Distrito Federal reporta-se à pesquisa realizada pelo Instituto Euvaldo Lodi, segundo a qual o nosso Estado “é o maior fornecedor dos produtos da cesta básica consumidos pelas famílias do Distrito Federal”.

De acordo com o Jornal de Fibra, em sua edição de 26 de abril último, embora produzindo e embalando a maior parte dos itens objeto da pesquisa, o setor produtivo do Distrito Federal não se tem mostrado à altura de suprir, de forma satisfatória, a crescente demanda.

Daí a responsabilidade, atribuída a Goiás, de fornecer, em primeiro lugar, grande parte dos produtos necessários ao abastecimento do mercado local, assim suplantando o Estado de São Paulo. Ademais, a Federação depõe que o estudo sugere a existência de “nichos de mercado entre os industriais e produtores agroindustriais”, abrindo acentuada perspectiva de maiores êxitos para a atividade produtiva goiana.

Acrescenta que os pesquisadores registraram, na maioria dos estabelecimentos, o encontro de produtos originais do campo, sem que se identificasse uma única fábrica ocupada com o seu beneficiamento, o que, na prática, favorece a agroindústria de Goiás.

Assim, também, é de se esperar um aumento significativo da produção de leite no Estado, uma vez que, embora existam usinas de beneficiamento no Distrito Federal, elas não têm capacidade para atender à demanda atual e, muito menos, de corresponder ao esperado aumento do consumo.

A pesquisa reprova, no entanto, os preços elevados de certos produtos, que inibem o desejável aumento das vendas. Isso é confirmado pelo fato de os preços externos muitas vezes ultrapassarem os de produtos originais ou beneficiados no Distrito Federal, como ocorre, entre outros, com o café, com menos 24,71%; com o arroz, com menos 16,2% e com a batata inglesa, 18,12% menores do que os vindos de fora.

Ao depoimento do Informativo, devemos acrescentar que as notórias potencialidades de Goiás e do Centro-Oeste vêm sendo cada vez mais reconhecidas pelas instituições nacionais e estrangeiras que estudam o problema da fome em todo o mundo. Desde a Segunda Guerra Mundial, nunca as reservas mundiais de alimentos atingiram níveis tão baixos como os de agora, conforme registra estudo atualizado do Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados - Embrapa Cerrados.

A região, e nela, em lugar de relevo, o nosso Estado, vem colhendo 15 milhões de toneladas de soja, anualmente. Possuindo mais de 120 milhões de hectares de solo agricultável e potencial para produzir 350 milhões de toneladas de alimentos, vem despertando grande interesse sobretudo dos mercados consumidores da China, da Índia e do Sudeste Asiático, que necessitam de um fornecedor como o Brasil, a fim de assegurar o abastecimento de suas crescentes populações, nos próximos 20 anos.

Os resultados auspiciosos a que nos referimos não apenas retratam os notáveis avanços do setor em nosso Estado, premiando, com justiça, o esforço de produtores e de trabalhadores que se dedicam à agropecuária e à agroindústria goianas.

Mais do que isso, representam seguro estímulo à superação de eventuais dificuldades, para, dessa forma, prosseguir contribuindo para o crescimento econômico de Goiás, para o justificado orgulho de sua gente e para a merecida admiração de todos os brasileiros.

Era o que tínhamos a dizer.