Discurso no Senado Federal

INDIGNAÇÃO COM O ASSASSINATO DO PRESIDENTE DO SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE PARAUAPEBAS, EUCLIDES FRANCISCO DE PAULA, NO ESTADO DO PARA. (COMO LIDER)

Autor
Ademir Andrade (PSB - Partido Socialista Brasileiro/PA)
Nome completo: Ademir Galvão Andrade
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REFORMA AGRARIA.:
  • INDIGNAÇÃO COM O ASSASSINATO DO PRESIDENTE DO SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE PARAUAPEBAS, EUCLIDES FRANCISCO DE PAULA, NO ESTADO DO PARA. (COMO LIDER)
Publicação
Publicação no DSF de 22/05/1999 - Página 12576
Assunto
Outros > REFORMA AGRARIA.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, TRABALHADOR RURAL, SEM-TERRA, REPUDIO, HOMICIDIO, EUCLIDES FRANCISCO DE PAULA, PRESIDENTE, SINDICATO, MUNICIPIO, PARAUAPEBAS (PA), ESTADO DO PARA (PA).
  • GRAVIDADE, AUMENTO, VIOLENCIA, CAMPO, MOTIVO, POSSE, TERRAS, CRITICA, OMISSÃO, GOVERNO FEDERAL, GOVERNO ESTADUAL, ATRASO, REFORMA AGRARIA, IMPUNIDADE, CRIME.

O SR. ADEMIR ANDRADE (Bloco/PSB-PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero abraçar o povo do meu Estado, os trabalhadores rurais do Estado do Pará. Quero abraçar todos aqueles que lutam, no dia a dia, para que a reforma agrária seja implantada no nosso Estado e nosso País. Quero abraçar os companheiros do MST, os companheiros da Fetagri, da Contag, os companheiros da Igreja Católica, que tanto se soma conosco nessa luta pela reforma agrária. Quero abraçar a todos neste momento de dor, porque, ontem, mais um assassinato se verificou no meu Estado do Pará. Foi barbaramente assassinado Euclides Francisco de Paula, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Paraupebas e membro da Fetagri - Federação dos Trabalhadores da Agricultura no Estado do Pará. Ele foi assassinado em pleno meio dia, com três tiros - dois deles acertaram a sua cabeça -, por um pistoleiro encapuzado e de moto.  

Essa se tornou, Sr. Presidente, uma constante em nosso Estado; tornou-se um fato corriqueiro. A violência aumenta a cada dia e a cada hora diante da falta de ação, diante da falta de compromisso do Governo de Fernando Henrique e do próprio Governo do Estado do Pará com a questão, tão importante, da reforma agrária.  

Tenho aqui, por inúmeras vezes, tratado desse tema. O sul do Pará é a região mais conflagrada de todo o País e os recursos destinados à reforma agrária são absolutamente insignificantes. O resultado é que fica o trabalhador disputando com o proprietário, com o latifundiário, com o fazendeiro, virando uma guerra entre eles. O Estado, de fora, fica a observar, como se nada tivesse a ver com a questão, quando, no fundo, é o provocador da guerra, o provocador da luta, pela sua omissão, pela sua incapacidade e pela sua falta de compromisso.  

Então, ao tempo em que quero abraçar aqueles que lutam pela solidariedade, pela igualdade e pela justiça no meu Estado do Pará, quero condenar o Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, quero condenar o Governo do Governador Almir Gabriel, que não se empenham para que haja paz no campo, no nosso Estado, que não se empenham para que essa guerra permanente finde e para que pais de família não estejam a ser assassinados. Quero lamentar e pedir que providências sejam tomadas para que os crimes venham a ser desvendados e os criminosos paguem por eles, para ver se diminuem, porque só a prisão e o fim da impunidade podem acabar com esse permanente conflito. Inclusive, isso, ontem, foi notícia do Jornal Nacional e a matéria ocupa, hoje, duas páginas do jornal mais importante do nosso Estado, O Liberal, que inclusive trata da questão da violência.  

Recentemente, os trabalhadores rurais de meu Estado passaram vinte dias acampados no Incra, em Marabá, reivindicando mais recursos para a reforma agrária e o Governo acenou com a possibilidade do aumento de 10 milhões, quando a reivindicação chegaria a mais 150 milhões para a utilização da reforma agrária nos 250 assentamentos que existem no Estado do Pará.  

De forma que quero lamentar mais esse assassinato de uma liderança sindical do meu Estado.  

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.  

Muito obrigado.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/05/1999 - Página 12576