Discurso no Senado Federal

PRE-ESTREIA DO FILME 'NO CORAÇÃO DOS DEUSES', DO CINEASTA GERALDO MORAIS, TOTALMENTO RODADO NO ESTADO DO TOCANTINS.

Autor
Eduardo Siqueira Campos (PFL - Partido da Frente Liberal/TO)
Nome completo: José Eduardo Siqueira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CULTURAL.:
  • PRE-ESTREIA DO FILME 'NO CORAÇÃO DOS DEUSES', DO CINEASTA GERALDO MORAIS, TOTALMENTO RODADO NO ESTADO DO TOCANTINS.
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/1999 - Página 12820
Assunto
Outros > POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • ELOGIO, QUALIDADE, FILME, ESTADO DO TOCANTINS (TO), AUTORIA, GERALDO MORAIS, DIRETOR, ASSUNTO, CULTURA, BRASIL.
  • CRITICA, INFERIORIDADE, EXIBIÇÃO, FILME NACIONAL, EXCESSO, FILME, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), DESCUMPRIMENTO, LEGISLAÇÃO, RESERVA, PERCENTAGEM, PRODUTO NACIONAL.
  • SUGESTÃO, REALIZAÇÃO, SENADO, RELATORIO, SITUAÇÃO, CINEMA, BRASIL, SUBSIDIOS, ATUAÇÃO, POLITICA CULTURAL.

O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PFL-TO) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho da cidade de Palmas, Sr. Presidente, onde no contexto das comemorações dos 10 anos de sua fundação, assisti a pré-estréia do filme "No Coração dos Deuses" , do cineasta Geraldo Morais, um longa metragem totalmente rodado no Estado do Tocantins.  

Creio que é um filme que, como Macunaíma, penetra na essência do país e pode se transformar no marco zero de um novo filão para o cinema brasileiro – o Brasil de sua cultura, de suas lendas, de suas florestas, de seus imensos recursos naturais, não porém um país – ufanistas, mas um país cheio de virtudes e contradições, enfim, Sr. Presidente, um Brasil a ser descoberto!  

Tecnicamente o filme incorpora o que há de mais avançado, na fotografia, no som, nas trucagens, na música.  

Meu objetivo, no entanto, não é o de registrar o lançamento deste filme singular, que deverá estar no mercado em início de julho, se encontrar espaço.  

Na verdade, Sr. Presidente, ocorre que, além de algumas produções que conseguiram entrar no Brasil, através de esquemas de mídia e comercialização articuladas desde o exterior, é cada vez mais escasso o espaço reservado à filmografia nacional, face à invasão avassaladora da filmografia estrangeira, sobretudo norte-americana, que investe milhões de dólares em lançamento de filmes programados e marketizados para ocupar o maior número ou a totalidade das poucas salas de exibição existentes no país, e atrair milhões de pessoas para pagar seus custos astronômicos de produção e de marketing.  

Ouvi insistentemente a denúncia, Sr. Presidente, de que não está sendo cumprida a legislação aprovada, inclusive nesta Casa, obrigando os circuitos de exibição a reservar 25% de seu espaço, para exibição de filmes nacionais.  

Nós temos bons filmes, grandes filmes, como o que pude ver nesse final de semana, filme adulto e ao nível de qualquer produção internacional.  

No entanto, como tantos outros, está ameaçado de ficar sem espaço de exibição face à verdadeira e massacrante invasão da filmografia americana, sustentada ou milhões de dólares e numa indústria que se globalizou.  

Globalização, no entanto, Sr. Presidente, não pode significar eliminação de nossa cultura, de nossos valores, do mercado de trabalho de nossos artistas, diretores, atores e coadjuvantes, não pode significar desnacionalização e exploração do país.  

Concluo, Sr. Presidente, referindo a necessidade de que, esta Casa, promova um relatório técnico sobre as condições do cinema brasileiro, que pode vir a se constituir em subsídio para futura atuação do Senado, no sentido de revitalizar uma política em favor do cinema brasileiro, visando quer os aspectos de produção, quer os de comercialização.  

Muito obrigado.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/1999 - Página 12820