Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM AO JORNALISTA MURILO MELLO FILHO, PELA POSSE NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS.

Autor
Francelino Pereira (PFL - Partido da Frente Liberal/MG)
Nome completo: Francelino Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM AO JORNALISTA MURILO MELLO FILHO, PELA POSSE NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS.
Publicação
Publicação no DSF de 10/06/1999 - Página 14859
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, MURILO MELLO FILHO, JORNALISTA, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), POSSE, ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS (ABL).

O SR. FRANCELINO PEREIRA (PFL-MG. Para uma comunicação inadiável.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o jornalista potiguar Murilo Mello Filho tomou posse na Academia Brasileira de Letras, nesta segunda-feira, 7 de junho.  

Ele ocupa a cadeira nº 20, cujo patrono é o escritor Joaquim Manoel de Macedo, sucedendo a Salvador de Mendonça (seu primeiro ocupante), Emílio de Menezes, Humberto de Campos, Múcio Leão e Lyra Tavares (o último).  

Em cinco décadas de carreira, Murilo Mello Filho foi personalidade singular do jornalismo e das letras nacionais, definido por seu companheiro e amigo Roberto Muggiati como "radicalmente, jornalista - cronista instantâneo da História".  

Talvez o que o mais singulariza seja, de fato, sua presença discreta, mas perspicaz nos grandes momentos da vida nacional. Dois desses momentos foram, em 1954, a crise que levou João Café Filho, seu conterrâneo, ao poder, e, em 1961, a renúncia de Jânio Quadros, quando levou pessoalmente a carta do Presidente ao Deputado Aberlardo Jurema.  

Murilo trabalhou nessas cinco décadas com grandes nomes do jornalismo brasileiro. No Correio da Noite , com o Cardeal Dom Jaime Câmara; no Jornal do Commércio , com o Assis Chateaubriand, Austragésilo de Athayde e Elmano Cardim; em O Estado de S. Paulo , com Júlio de Mesquita Filho; na Tribuna da Imprensa , com Carlos Lacerda; na TV-Rio, com Walter Clark e José Bonifácio Sobrinho; e na Manchete, com Adolpho Bloch.  

De Café Filho a José Sarney, ele acompanhou os Presidentes nas suas viagens internacionais.  

Em audiências, contatos, entrevistas e visitas, encontrou-se com alguns dos grandes líderes que escreveram a história mundial na segunda metade deste século, tais como Eisenhower, Kennedy, Nixon e Reagan; De Gaulle e Giscard’Estaing; Salazar e Mário Soares; Thatcher e Elizabeth II; Adenauer; Golda Meir, Moshe Dayan, Yitzchak Rabin e Simon Peres; Fidel Castro e "Che" Guevara.  

Publicou uma dezena de livros, entre eles, A guerra dos seis dias em 1967 , As reportagens que abalaram o Brasil em 1962 e em parceria com Carlos Lacerda, Joel Silveira e outros; O assunto é padre , em 1964, com Raquel de Queiroz, Josué Montello e outros; O desafio brasileiro , em 1972, traduzido para o inglês e o castelhano; O milagre brasileiro , em 1974; O milagre brasileiro , em 1979; Memória Viva , em 1981; O meu Rio Grande do Norte , em 1984; e Testemunho político , em 1998.  

O seu trabalho e os seus livros levaram Murilo Mello Filho para a Academia dos Imortais.  

Estou aqui para transmitir ao novo membro da Academia Brasileira de Letras o abraço desta Casa e dos mineiros.  

Muito obrigado.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/06/1999 - Página 14859