Discurso no Senado Federal

INDIGNAÇÃO ANTE OS FATOS RELATADOS PELO EX-SENADOR JOSE EDUARDO ANDRADE VIEIRA, NA CPI DO SISTEMA FINANCEIRO ENVOLVENDO A ADMINISTRAÇÃO DO BANCO CENTRAL.

Autor
Ernandes Amorim (PPB - Partido Progressista Brasileiro/RO)
Nome completo: Ernandes Santos Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BANCOS. POLITICA PARTIDARIA.:
  • INDIGNAÇÃO ANTE OS FATOS RELATADOS PELO EX-SENADOR JOSE EDUARDO ANDRADE VIEIRA, NA CPI DO SISTEMA FINANCEIRO ENVOLVENDO A ADMINISTRAÇÃO DO BANCO CENTRAL.
Publicação
Publicação no DSF de 11/06/1999 - Página 15013
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BANCOS. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • REPUDIO, ATUAÇÃO, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), PREJUIZO, VENDA, BANCO PARTICULAR, ESTADO DO PARANA (PR), COMENTARIO, DEPOIMENTO, JOSE EDUARDO ANDRADE VIEIRA, EX SENADOR, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.
  • CRITICA, ATUAÇÃO, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), INTERVENÇÃO, BANCO ESTADUAL, ESTADO DE RONDONIA (RO), PROVOCAÇÃO, PREJUIZO, FALENCIA.
  • PROTESTO, AUSENCIA, DEPOIMENTO, PEDRO MALAN, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BANCOS, NECESSIDADE, INVESTIGAÇÃO, PUNIÇÃO, IRREGULARIDADE, MERCADO FINANCEIRO.
  • SOLICITAÇÃO, REUNIÃO, COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO PROGRESSISTA BRASILEIRO (PPB), RETIRADA, APOIO, GOVERNO.

O SR. ERNANDES AMORIM (PPB-RO. Para uma breve comunicação. Sem revisão do orador. ) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, uso este momento na tribuna para registrar a indignação que senti ontem na reunião da CPI, quando ouvimos o ex-Senador e ex-Ministro José Eduardo Andrade Vieira, pela maneira que a área econômica, o Banco Central, usou para tomar - roubar - o Banco Bamerindus das mãos de S. Sª.  

Aquilo, Sr. Presidente, nobres Colegas, lembrou-me o que o Banco Central fez, também, ao Estado de Rondônia, ao intervir no Banco Beron. O interventor tomou dinheiro na praça, a juro o mais alto possível, emprestou-o a quem não tinha capacidade de pagar e terminou por levar o Banco Beron à falência, recebendo-o com uma dívida inferior a 50 milhões e deixando-o com um déficit de 560 milhões. Fizeram isso ao Banco Beron e tomaram o banco do ex-Senador, presenteando-o aos ingleses ou às pessoas do HSBC.  

Ouvindo o relato do Sr. José Eduardo Vieira, pude entender a seriedade de sua pessoa, um ex-Senador sobre quem pairava a idéia, do povo brasileiro de um modo geral, até aquele momento, de que tivesse participado de alguma maracutaia junto aos representantes do Banco Central. Ontem, depois do relato que fez à Comissão, S. Sª provou à população brasileira a idoneidade, a seriedade do cidadão Eduardo Vieira, e mostrou as mazelas que existem no Banco Central.  

Quisera eu ter meios para apresentar um projeto nesta Casa pedindo a extinção imediata do Banco Central e ir a uma delegacia de polícia dar queixas daqueles diretores, daqueles representantes do Banco Central, para que se apurasse o que essa gente fez. Tenho certeza de que esses cidadãos, que representam o setor econômico do País, iriam para o xadrez, para a cadeia! Não se pode deixar que uma meia dúzia de pessoas comande a falência de empresários, de cidadãos do meio produtor brasileiro. Não posso permitir que isso continue acontecendo!  

Não sei o que está acontecendo, nesta Casa, que ainda não chamaram o Ministro da Fazenda e as autoridades responsáveis por esses atos para comparecerem à CPI. Por que não o Malan? O Malan é santo? Quem está preso ao Malan? Quem deve satisfação ao Malan, nesta Casa, que não aceita a convocação desse cidadão para a CPI?  

Lamento não ser membro daquela CPI, porque, se lá estivesse, registraria o meu protesto a todo o instante.  

Sr. Presidente, aproveito a oportunidade para fazer uma comunicação ao meu Partido, o PPB, e mais diretamente ao nosso Presidente, Sr. Paulo Maluf, no sentido de solicitar uma reunião para discutirmos o porquê de o PPB estar apoiando o Governo. Por que o PPB avalisa essas falcatruas que acontecem no País? Por que o PPB não adota uma postura, no mínimo, independente? Caso haja, no PPB, alguém que tenha "compromissos", tendo em vista suas benesses, os seus ministérios, que se licencie do Partido ou vá para o um outro que se ajuste mais ao comportamento que aí está. Vou exigir da Bancada do PPB e do Presidente Paulo Maluf uma posição em relação a esse apoiamento ao atual Governo. Até porque não vejo nenhum benefício para o Partido participar de um Governo que, a toda hora, está nas manchetes; repleto dessa podridão toda e contra o qual ninguém toma providências.  

Sr. Presidente, registro a minha indignação pelo ato perpetrado pelo Banco Central, às vistas do próprio Presidente da República. Sua Excelência, no mínimo, deveria ter sido leal ao ex-Ministro que o apoiou e lhe foi leal, não reclamou.  

Ontem, perante a CPI, S. Exª ainda alegou não poder dizer tudo o que sabia porque não teria segurança - aliás, fiz esse comentário, ontem, desta tribuna, no sentido de as pessoas não se sentiam seguras para denunciar. E por falar em denúncias, ontem, também desta tribuna, denunciei o irmão do atual Ministro da Fazenda, Pedro Malan, o qual se utiliza de influências governamentais da área econômica para se beneficiar, ajudando a prática de atos revelados por mim ontem.  

Sr. Presidente, deixo registrado, mais uma vez, o meu protesto com relação a fatos que vêm ocorrendo neste País.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/06/1999 - Página 15013