Pronunciamento de Roberto Saturnino em 10/06/1999
Discurso no Senado Federal
NOTICIA DA FALENCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ CONFORME DECLARAÇÃO DO SEU REITOR.
- Autor
- Roberto Saturnino (PSB - Partido Socialista Brasileiro/RJ)
- Nome completo: Roberto Saturnino Braga
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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ENSINO SUPERIOR.:
- NOTICIA DA FALENCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ CONFORME DECLARAÇÃO DO SEU REITOR.
- Publicação
- Publicação no DSF de 11/06/1999 - Página 15012
- Assunto
- Outros > ENSINO SUPERIOR.
- Indexação
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- REGISTRO, DECLARAÇÃO, REITOR, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ), FALENCIA, UNIVERSIDADE FEDERAL, ANUNCIO, MOBILIZAÇÃO, SENADOR, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), GESTÃO, OBJETIVO, PROVIDENCIA, GOVERNO FEDERAL.
- CRITICA, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, PRIVILEGIO, MERCADO FINANCEIRO, OMISSÃO, INVESTIMENTO, EDUCAÇÃO.
O SR. ROBERTO SATURNINO
(Bloco/PSB-RJ. Para uma breve comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Reitor da UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro, declarou, ontem, a falência daquela importantíssima universidade, numa atitude inusitada e honesta que merece o louvor de nossa parte. Esse Reitor foi escolhido pelo Governo, contrariamente à opinião da maioria daquela comunidade universitária, que havia preferido o professor Aloísio Teixeira. Por conseguinte, não se pode nem dizer que faltou ao professor José Henrique Vilhena o necessário apoio político. Não se trata disso, mas de um fenômeno - que não é único e que está abrangendo praticamente todas as universidades federais do País - resultante da escassez de recursos.
A política governamental, já de há alguns anos, privilegia o setor financeiro na suposição de que, pagando juros elevados, atrairia investimentos em grande monta para se produzir o desenvolvimento, o que, evidentemente, não ocorreu e, desastradamente, fez escassear recursos em todos os orçamentos públicos do País. Assim é que a Universidade Federal do Rio de Janeiro não escapou à regra geral e, hoje, está sem condições de manter o seu funcionamento em padrões minimamente aceitáveis, comparáveis ao que vinha acontecendo nos últimos anos, os quais já não eram uma maravilha.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o que resta a se fazer, em primeiro lugar, é lutar para que essa política seja mudada profundamente, que seja retomada a idéia de um desenvolvimento do País, o qual não pode prescindir da atividade universitária a pleno vigor, com plena eficiência, e não podem faltar, por conseguinte, recursos para essa atividade. Podem faltar, sim, para o pagamento de juros, mas não para as despesas universitárias. Além disso, deve-se acorrer ao chamado do Reitor para se buscarem soluções específicas, imediatas, que impeçam um rompimento mais grave na atividade da URFJ.
A notícia publicada na imprensa dá conta de que o Reitor pretende nos convocar - os três Senadores do Rio de Janeiro: Artur da Távola, Geraldo Cândido e a mim - para uma reunião a se realizar muito brevemente. Quero dizer que estou plenamente à disposição para, a qualquer momento, comparecer a essa reunião e estou certo de que os Senadores Artur da Távola e Geraldo Cândido farão o mesmo.
Sr. Presidente, esse fato, pelo que tem de inusitado, de significativo e de importante, merecia este registro na Casa, e é o que estou fazendo, agradecendo ao Senador Ernandes Amorim a possibilidade da permuta de palavra comigo.
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