Discurso no Senado Federal

APREENSÕES COM A REPERCUSSÃO DA NOMEAÇÃO DO DIRETOR-GERAL DA POLICIA FEDERAL, SR. JOÃO BATISTA CAMPELO.

Autor
Lúdio Coelho (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
Nome completo: Lúdio Martins Coelho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • APREENSÕES COM A REPERCUSSÃO DA NOMEAÇÃO DO DIRETOR-GERAL DA POLICIA FEDERAL, SR. JOÃO BATISTA CAMPELO.
Publicação
Publicação no DSF de 19/06/1999 - Página 15730
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • APREENSÃO, PROBLEMA, SUBSTITUIÇÃO, DIRETORIA GERAL, POLICIA FEDERAL, ACUSAÇÃO, JOÃO BATISTA CAMPELO, DIRETOR GERAL, PARTICIPAÇÃO, TORTURA, REGIME MILITAR.
  • DEFESA, DIRETOR GERAL, POLICIA FEDERAL, SUGESTÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MANUTENÇÃO, CARGO PUBLICO, AUSENCIA, INTERESSE, DENUNCIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

O SR. LÚDIO COELHO (PSDB-MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesta sexta-feira, desejo transmitir à Nação brasileira as minhas apreensões num caso que inicialmente seria simples - a substituição do Diretor-Geral da Polícia Federal - e que se complicou no decorrer do tempo.  

Entendo que determinados cargos do Executivo brasileiro deveriam ter pronto e escolhido o substituto, ainda mais nesse caso da Polícia Federal, já que há tanto tempo se vinha discutindo a conveniência da substituição do então Diretor-Geral, Sr. Chelotti.  

Ao que estamos assistimos agora? Sua Excelência o Senhor Presidente da República nomeou Diretor-Geral da Polícia Federal o Delegado Campelo, depois de ouvido o Serviço de Inteligência da Presidência da República. Um ou dois dias depois, no entanto, foram levantadas dúvidas sobre o comportamento do Delegado Campelo há quase trinta anos, quando o País vivia momentos diferentes do que vive hoje. O PT convocou o padre que alegava ter sido torturado há cerca de 28 anos. Entretanto, todas as averiguações feitas na época não comprometeram o Delegado Campelo. O Serviço de Inteligência da Presidência da República também não constatou qualquer comportamento do Delegado Campelo que o incompatibilizasse com as altas funções de Diretor-Geral da Polícia Federal. Posteriormente, assistimos à manifestação do meu Partido, o PSDB, que considera que o Delegado Campelo deveria ser afastado.  

Penso, Sr. Presidente, que servidor de carreira da Polícia Federal, assim como das carreiras militares, ao ser convocado pelo Chefe maior, Sua Excelência o Presidente da República, para ocupar um cargo, não tem o direito de rejeitar. Na minha avaliação, não cabe ao Delegado Campelo se exonerar da Direção-Geral da Polícia Federal. Se Sua Excelência o Senhor Presidente da República entender necessária a sua saída, deverá comunicá-lo. Entretanto, não penso que o Senhor Presidente da República deva fazê-lo só porque o PT convocou um padre que alegou ter sido torturado, fato que o Serviço de Inteligência não confirma. A folha corrida do Delegado não contém uma observação negativa em seus quase 30 anos de serviço. Portanto, o Senhor Presidente da República deveria mantê-lo no cargo.  

Aliás, um dia desses, o PT tentou entrar, por mais de uma vez, com um pedido de impeachment do Presidente da República. Não cabe à Nação seguir a orientação do PT. A Nação brasileira deve seguir a maioria, que elegeu o Presidente Fernando Henrique Cardoso.  

Portanto, deixo claro o meu inconformismo com a lentidão da decisão. O Delegado Chelotti deveria ter sido substituído pelo efetivo no dia da sua demissão, o que evitaria todos esses acontecimentos que estão trazendo intranqüilidade não pela relevância do cargo, mas pela insegurança com que estão sendo administrados esses acontecimentos.  

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.  

 

 Ê


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/06/1999 - Página 15730