O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB-RR. Como líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, pretendo, rapidamente, marcar a posição do partido sobre duas questões distintas. A primeira é no tocante a todo o episódio que envolve o Diretor-Geral da Polícia Federal, o Delegado João Batista Campelo.  

A Executiva do partido reuniu-se ontem e marcou a seguinte posição, Sr. Presidente, Srs. Senadores: A questão dos direitos humanos é uma cláusula pétrea para o partido. É basilar e fundamental o respeito aos direitos humanos, e foi em um desses princípios que o PSDB foi fundado.  

Portanto, o nosso partido entende que o Presidente Fernando Henrique Cardoso está agindo de acordo e tomando todas as providências. Sem dúvida nenhuma, o PSDB confia na decisão do Presidente Fernando Henrique Cardoso no tocante às averiguações que estão sendo feitas. Se ficarem evidenciadas quaisquer questões das que foram levantadas, entendemos que Sua Excelência tomará a decisão necessária, como é do seu feitio, para definir a questão.  

Portanto, o PSDB aguarda as averiguações, mas confiante no posicionamento do Presidente da República, de que Sua Excelência tomará todas as medidas necessárias para defender a sua biografia, a história e também a biografia do PSDB.  

Sr. Presidente, a segunda questão diz respeito às colocações feitas ontem pelo Presidente do PDT, o Sr. Leonel Brizola. O Sr. Leonel Brizola, no programa democrático de horário gratuito na televisão, atacou pessoalmente não somente o Presidente da República, mas também o Vice-Presidente, Marco Maciel.  

Lamento o episódio, mas não vou proceder a ataques contra o Sr. Leonel Brizola. Terei para com ele o respeito que não teve com o Presidente e o Vice-Presidente. Mas quero repudiar as agressões, as colocações rasteiras e, sobretudo, o desserviço à democracia, infelizmente, ao pregar a renúncia do Presidente e do Vice-Presidente; e, mais do que isso, ao incitar determinadas questões pela televisão.  

Entendo que o horário político democrático, necessário para a manifestação dos partidos, não deve ser usado daquela forma. Mas entendo também que, na democracia, esse julgamento não deve ser dos partidos políticos e muito menos do Presidente da República, que foi atacado, mas, sim, do Tribunal Superior Eleitoral.  

Quero resguardar a honradez do Presidente Fernando Henrique e do Vice-Presidente Marco Maciel, que não é questionado, em momento nenhum, pelos adversários de bom-senso que fazem a política brasileira.  

O Sr. Bernardo Cabral (PFL-AM) - E ele atacou o Congresso também!  

O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB-RR) - O Sr. Leonel Brizola atacou inclusive - eu iria falar sobre isso agora, Senador Bernardo Cabral -, num destempero verbal, o Congresso Nacional, fazendo-lhe acusações, que, infelizmente, são levianas, porque o Congresso tem tido a responsabilidade e a clareza de discutir abertamente as questões, decidindo, democraticamente, pelo voto da maioria, nas suas duas Casas.  

Portanto, Sr. Presidente, a posição do PSDB não é de ataque ao Sr. Leonel Brizola, até em respeito a sua biografia e a sua história, mas, infelizmente, é de repúdio, talvez pelo momento político que S. Exª vive, à sua necessidade de colocar teses que não são as mais democráticas.  

Quero reafirmar a confiança do PSDB no Presidente da República, na sua honradez, seriedade e, também, na honradez e na seriedade do Vice-Presidente Marco Maciel. Fica aqui o desagravo do PSDB ao Presidente e ao Vice-Presidente da República, que se conduzem com a honradez e com a seriedade necessárias.  

Muito obrigado.