O SR. GILVAM BORGES (PMDB-AP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eminentes Colegas, são lamentáveis as declarações desairosas, senis e irresponsáveis do velho caudilho, que fugiu de saias do Rio Grande do Sul, ao conclamar pelos meios de comunicação o fechamento do Congresso Nacional, ao ignorar a autoridade do Presidente da República e de seu Vice e atacar de forma vil o Congresso Nacional. O PMDB não pode, de maneira nenhuma, admitir declarações tão irresponsáveis quanto essas.  

Quero dizer ao velho líder do PDT, Leonel Brizola, que já não se faz política dessa forma: buscando ressonância em declarações como as que fez no sentido de que é preciso rasgar a Constituição, fechar o Congresso Nacional, acabar com a figura inútil e incompetente do Vice-Presidente da República e atacar as instituições que, a suor e sangue, foram se consolidando de 64 para cá, após o fechamento do Congresso Nacional e a suspensão das eleições - quando ele fugiu de saias! Parece que ele se esqueceu... Sr. Presidente, isso é irresponsabilidade.  

Não venho a esta tribuna pedir um desagravo, porque o Sr. Leonel Brizola já é considerado um irresponsável pelas suas próprias declarações. O homem é medido por suas palavras. Como pode ele dizer isso? Isso é posicionamento de fascista, de gente autoritária, egocêntrica, que desrespeita os poderes constituídos.  

Nós, democratas, que sofremos no dia-a-dia, sabemos que ele está errado. Está aqui um velho líder respeitado por seu estado e pelo Brasil, Pedro Simon, que, com certeza, como um velho combatente, é responsável também pela democracia. Também aqui presente, dando-nos exemplos, temos um grande jurista, Bernardo Cabral. Quantos pronunciamentos S. Exªs não fizeram? Quantas manifestações pelas eleições diretas? Quantas pessoas foram presas, reprimidas, exiladas? E agora vem essa voz falsa e irresponsável dizendo que é preciso fechar o Congresso e rasgar a Constituição!  

Sr. Presidente, senil e irresponsável são adjetivos que descrevem muito bem a atitude desse velho caudilho - se fosse eu, não fugiria de saias do Rio Grande do Sul: sustentaria a luta e ergueria a bandeira.  

Portanto, aqui ficam as palavras do Senador Gilvam Borges, membro do PMDB. O Presidente Fernando Henrique não deve se preocupar: como diz o velho ditado, "enquanto a charrete passa, os cavalos relincham" - ou os cachorros latem!  

Muito obrigado, Sr. Presidente.  

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