O SR. CARLOS PATROCÍNIO (PFL-TO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, serei brevíssimo nas considerações que desejo trazer ao Senado hoje.  

Há cerca de pouco mais de um ano tive oportunidade de ir à ponte do Estreito, sobre o rio Tocantins, que liga o Estado do Tocantins ao Estado do Maranhão, na famosa rodovia Belém-Brasília.  

Tirei várias fotografias, filmei aquela ponte e tive oportunidade de mostrar, no plenário do Senado Federal, a situação de insegurança em que ela se encontrava. Fiz gestões junto ao DNER, órgão do Ministério dos Transportes, a fim de que se destinassem recursos emergenciais para que a ponte não fosse interrompida definitivamente, já que quando estive lá com o chefe do distrito do DNER daquela região foi dada ordem para que a ponte funcionasse somente em uma mão, ou seja, no sentido Norte-Sul, e, posteriormente, no sentido contrário.  

Já se passou pouco mais de um ano e cada vez mais se torna insustentável, ou muito perigosa, a situação da ponte do Estreito.  

Atualmente, a Belém-Brasília, obra do imortal Juscelino Kubitschek, é uma das artérias mais movimentadas do nosso País. É o único acesso rodoviário Norte-Sul e quando tive oportunidade de trazer as minhas preocupações a esta Casa solicitei às autoridades que mandassem imediatamente os recursos, não esperando que o Jornal Nacional anunciasse que a ponte iria cair para liberá-los no dia seguinte - o que costuma acontecer -, pois, como falei da tribuna, fui ao local, conferi, bati fotografias, filmei e mostrei a catástrofe que resultaria da interdição da ponte do Estreito da Belém-Brasília, porque em poucas horas haveria, ao norte, no mínimo 20 quilômetros de carros parados.  

Hoje, venho aqui para falar do meu contentamento, pois o Sr. Ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, encontra-se naquele local neste momento, e vai destinar R$700 mil para o serviço de propensão da ponte, conforme dizem os técnicos, para que não haja a interdição de uma obra de tamanha importância.  

Portanto, quero louvar a atitude do Exmº Sr. Ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, que, repito, hoje está na ponte, juntamente com a Governadora do Maranhão, Roseana Sarney, o Governador do nosso querido Estado, Siqueira Campos, o Líder Jader Barbalho, o Deputado Michel Temer, Presidente da Câmara dos Deputados, e outras autoridades. Posteriormente, irão até a cidade onde moro, Araguaína, no Tocantins, receber a adesão, ao PMDB, de um Deputado egresso da Coligação União do Tocantins, que nos trouxe para o Senado e reelegeu o Governador Siqueira Campos.  

Sei que dirão que se trata de uma obra do Ministério dos Transportes, uma obra da Bancada do PMDB, mas isso não é o mais importante, Sr. Presidente. Quero repetir, apenas, que estou muito satisfeito, porque sei que não veremos nos jornais televisivos e escritos a notícia trágica de que a ponte do Estreito caiu, provocou um acidente ou teve que ser interditada, provocando o caos no transporte rodoviário do Sul para o Norte do País e vice-versa.  

Também recebi a notícia do embargo do asfaltamento da rodovia BR-230, a famosa Transamazônica, no trecho que está no nosso Estado. O DNER delegou ao Governo do Estado poderes para realizar esse asfaltamento já que a União não o está fazendo, mas houve um embargo, segundo me chegou ao conhecimento, dos índios apinagés, que moram às margens da rodovia, em meu Estado, no Município de Tocantinópolis, no Bico do Papagaio.  

Lá compareci e tive oportunidade de conversar com os índios, que me disseram: "Não estamos embargando; ninguém veio nos pedir para asfaltar a rodovia no nosso território, mesmo porque a rodovia já passa por lá. Evidentemente, se forem asfaltar, queremos fazer algumas exigências." Perguntei-lhes: "Que exigências vocês fariam?" Eles responderam-me: "Nós queremos que se façam duas pontes na nossa reserva, porque estão caindo as outras, e também queremos uma patrol para poder consertar as estradas da reserva."  

Trata-se de uma coisa simples e o pessoal da tribo dos apinagés, por meio de seu cacique, já me elegeu para negociar em seu nome, porque não quer mais que a Funai o faça. Vejam V. Exªs como são os desencontros da informação, pois os índios não estariam embargando a Transamazônica.  

Portanto, quero aproveitar esta oportunidade para fazer um apelo às autoridades competentes, sobretudo à Funai, ao Ministério do Meio Ambiente e ao Ibama, a fim de que liberem a autorização para a continuidade do asfaltamento da BR-230, a Transamazônica, no trecho localizado no Estado de Tocantins.  

Mais uma vez, ratifico a minha satisfação por saber que o Ministro Eliseu Padilha e sua comitiva estão, neste exato momento, em um local de muita importância para o Norte do País, que é a ponte do Estreito. Os recursos que haverão de ser liberados, da ordem de R$700 mil, ao menos serão um alento para que tenhamos a certeza de que o tráfego na Belém–Brasília continuará.  

Muito obrigado, Sr. Presidente.  

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