A SRª HELOISA HELENA (Bloco/PT-AL. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srs. poucos Senadores e Senadores ad hoc, funcionários da Casa, gostaria de saudar o jornal Correio Braziliense pela audácia que teve, no dia de ontem, de publicar uma foto, com o título bem visível "O Cigarro Matou Este Homem".  

É claro que existem alguns projetos nesta Casa, apresentados há bastante tempo, que tratam da publicidade de algumas drogas que são socialmente aceitas e criminosamente incentivadas e estimuladas, relacionadas ao uso do fumo e do álcool.  

É claro que, certamente pelo lobby extremamente poderoso de indústrias que produzem fumo e álcool, o Senado da República não está tendo a coragem suficiente de garantir a tramitação ágil desses projetos. Gostaríamos que os projetos que tratam desses assuntos pudessem ter, talvez, a agilidade da Rádio Beija-Flor , ontem agraciada com o regime de urgência, certamente com a mesma agilidade de um beija-flor. Enquanto a Rádio Beija-Flor está sendo agraciada com o regime de urgência, outras matérias, certamente com o mesmo teor de importância, poderiam receber o mesmo tratamento.  

Todos nós sabemos, a sociedade e os profissionais de saúde, de uma forma geral, sabem, e o perfil epidemiológico da saúde mostra isto com a clareza das frias estatísticas oficiais: os quadros de doenças crônico-degenerativas e de doenças do aparelho circulatório ocorrem em função do uso indevido e da ação freqüente do fumo e do álcool, muito estimulado pela propaganda enganosa. Continuamente, são propagandas maravilhosas e, em relação a isso, não há nenhum argumento falso moralista, muito pelo contrário. As pessoas que querem fazer uso do fumo e do álcool que o façam, desde que não provoquem agravos à sua própria saúde. Portanto, que não se promovam orçamentos gigantescos das finanças públicas para combater os agravos à saúde relacionadas ao fumo e ao álcool.  

Desse modo, quero saudar a coragem do jornal, que coloca com muita clareza: "O Cigarro Matou Este Homem", discorrendo sobre a experiência familiar de uma pessoa, um jovem de 39 anos, com uma doença crônico-degenerativa, um câncer claramente identificado pelo uso do cigarro. Espero que, algum dia, possamos também ler na manchete desse mesmo jornal que o alcóol destruiu uma família, como destrói milhares de famílias no Brasil.  

Portanto, espero que esta Casa, da mesma forma que votou regime de urgência para a Rádio Beija-Flor , de não sei de onde - sem nenhum demérito àquela rádio -, tenha a mesma agilidade para votar projetos extremamente importantes e que continuam engavetados nesta Casa.  

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.