Discurso no Senado Federal

A CRISE DA PREVIDENCIA SOCIAL E A NECESSIDADE DE ATRAÇÃO DO MERCADO INFORMAL.

Autor
Eduardo Siqueira Campos (PFL - Partido da Frente Liberal/TO)
Nome completo: José Eduardo Siqueira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PREVIDENCIA SOCIAL.:
  • A CRISE DA PREVIDENCIA SOCIAL E A NECESSIDADE DE ATRAÇÃO DO MERCADO INFORMAL.
Publicação
Publicação no DSF de 03/08/1999 - Página 18993
Assunto
Outros > PREVIDENCIA SOCIAL.
Indexação
  • ANALISE, DEFICIT, DESEQUILIBRIO, CONTAS, PREVIDENCIA SOCIAL, NECESSIDADE, AUMENTO, NUMERO, CONTRIBUINTE.
  • ANALISE, DADOS, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), ECONOMIA INFORMAL, EXPECTATIVA, ATUAÇÃO, GOVERNO, REGULARIZAÇÃO, SITUAÇÃO, AUMENTO, NUMERO, SEGURADO, PREVIDENCIA SOCIAL.

O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PFL-TO) - Sr. Presidente, Sr as e Srs. Senadores, a crise da Previdência Social, em nosso País, vem se agravando a cada ano, na medida em que cresce o déficit decorrente do desequilíbrio entre as receitas e as despesas previdenciárias, com o pagamento dos benefícios aos segurados na ativa ou aposentados e pensionistas, e respectivos dependentes.  

O Poder Público, preocupado com essa situação, vem procurando implementar todo um elenco de medidas, seja por intermédio da denominada Reforma Previdenciária seja através da legislação ordinária e de iniciativas na esfera administrativa.  

O que a todos fica claro, no entanto, é que torna-se fundamental que aumente a massa de segurados, que contribuam com a instituição previdenciária, incrementando sua receita, o que poderia atenuar ou até eliminar seu crônico déficit

Ora, Sr. Presidente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – acaba de divulgar pesquisa que realizou sobre o mercado informal brasileiro, constatando que esse segmento movimentou, em outubro de 1997, cerca de 12,89 bilhões de reais, quantia equivalente a oito por cento do PIB nacional.  

O setor informal da economia responde, segundo a pesquisa do IBGE, pela ocupação de 12,87 milhões de pessoas, que equivalem a um quarto da nossa população economicamente ativa.  

São dados que impressionam por sua enorme dimensão. O lucro bruto obtido (sempre em valores de outubro de 1997) alcançam 5,2 bilhões de reais, com um número de empresas que ascende a 9.477.973 estabelecimentos.  

Apurou-se que a grande maioria dessas empresas sequer dispõe de registro contábil. Oitenta e sete por cento não tem constituição jurídica. Sessenta e seis por cento não possuem licença do Estado ou Município para seu respectivo funcionamento. Apenas sete por cento dos empregados estão registrados.  

Ora, Sr. Presidente, é preciso, ou diria mesmo, é absolutamente fundamental que, com urgência, sejam criados mecanismos que estimulem todas essas empresas informais a legalizar-se, sem que ônus insuportáveis lhes sejam impostos.  

Mas, principalmente, é essencial que toda essa imensa massa de trabalhadores informais seja atraída para a Previdência Social. Com um novo contingente de quase treze milhões de segurados, o aporte de recursos para a seguridade social será significativo, podendo, até, solucionar o desequilíbrio de suas contas, a que nos referimos anteriormente.  

Temos convicção, por conseguinte, que o Governo haverá de debruçar-se sobre essa questão, implantando, com criatividade e inteligência, providências que formalizem esse importante segmento da economia, permitindo que os trabalhadores contribuam e gozem das benesses previdenciárias.  

Era o que tínhamos a dizer.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/08/1999 - Página 18993