Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM AO EX-MINISTRO E EX-SENADOR PETRONIO PORTELA, RESSALTADA NO ARTIGO DE AUTORIA DE LUCIO GUSMÃO LOBO, PUBLICADO NO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE.

Autor
Lúcio Alcântara (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/CE)
Nome completo: Lúcio Gonçalo de Alcântara
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM AO EX-MINISTRO E EX-SENADOR PETRONIO PORTELA, RESSALTADA NO ARTIGO DE AUTORIA DE LUCIO GUSMÃO LOBO, PUBLICADO NO JORNAL CORREIO BRAZILIENSE.
Publicação
Publicação no DSF de 11/08/1999 - Página 19936
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), AUTORIA, LUCIO GUSMÃO LOBO, ECONOMISTA, HOMENAGEM, PETRONIO PORTELLA, EX SENADOR, EX MINISTRO DE ESTADO, ESTADO DO PIAUI (PI), ELOGIO, ATUAÇÃO, POLITICA, PAIS.

O SR. LÚCIO ALCÂNTARA (PSDB-CE. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vou fazer uma breve intervenção para solicitar que se registre nos Anais da Casa um artigo publicado no Correio Braziliense , na quinta-feira, 5 de agosto de 1999, de autoria de Lúcio Gusmão Lobo, analista político e economista.  

O autor escreve um artigo sobre uma das personalidades mais eminentes do nosso recente passado político. Refiro-me ao Senador Petrônio Portella.  

As crises costumam gerar grandes personalidades. Constituem ensejo para que um ou outro se destaque, por suas características, num cenário de dificuldades. E sempre que se procurar recompor a nossa história política, principalmente a mais recente, haverá de se dar um lugar de destaque ao Senador Petrônio Portella, um político oriundo de um Estado pequeno, pobre, de um Estado do Nordeste, que é o Piauí. Ele alçou-se a uma condição que só grandes nomes da República alcançaram.  

Lembro-me bem de que S. Exª, como Presidente do partido do Governo, percorria o Brasil inteiro identificando possíveis candidatos aos governos, candidatos ao Senado. E logo o pleito trouxe uma grande reviravolta na política nacional, o grande número de Senadores eleitos pelo partido da Oposição. Salvo engano, àquela época o partido do Governo elegeu um governador, o de Sergipe. No entanto, procurado pela imprensa, S. Exª, instado a se manifestar sobre o resultado das urnas, dizia que não agredia os fatos, que o que havia ali era uma vontade francamente majoritária do eleitorado de dar uma maior representação à Oposição.  

Portanto, ele foi essa pessoa dotada de senso de realismo político, de grande capacidade de articulação e de intermediação de conflitos, e que buscava, sempre que possível, a aproximação entre contrários, com o fim de obter um mínimo de consenso que permitisse o desenvolvimento, sobretudo o desenvolvimento político do País, e o seu reencontro com a democracia.  

Faleceu no auge do seu prestígio político, no momento em que tinha grande papel a desempenhar como coordenador político do Governo e conduzia os entendimentos, com sensibilidade e sob grande confiança dos diferentes interlocutores, para que o País logo retomasse o trilho da democracia, portanto, para que se devolvesse ao povo a prerrogativa de escolher seus dirigentes, através do voto popular, e a aceitação da própria idéia de alternância de poder, uma vez que tínhamos apenas dois partidos funcionando naquele momento.  

Sr. Presidente, quero recuperar aqui essa grande figura da vida política brasileira, que sentou na cadeira em que V. Exª, Senador Antonio Carlos Magalhães, agora senta, e que também foi um grande administrador. Se olharmos para trás, vamos ver que o serviço de processamento de dados do Senado foi criado justamente no período em que o Senador Petrônio Portella exerceu a Presidência do Senado - e já lá vão muitos anos. Portanto, ele teve a clarividência, que não falta também a V. Exª, de apetrechar o Senado para que os Senadores possam exercitar plenamente o seu mandato e, conseqüentemente, corresponder à confiança dos seus Estados e dos seus eleitores.  

Quando se aproxima o dia em que o Senado vai comemorar, em sessão solene, os vinte anos da anistia - a grande lei de reencontro do povo brasileiro -, por uma questão de justiça não podemos deixar de mencionar o Presidente João Figueiredo, que, afinal de contas, teve uma frase que está na História: "Lugar de brasileiro é no Brasil". Sem examinarmos o mérito do seu Governo ou do seu comportamento, enfim, o seu desempenho, esse crédito não lhe pode deixar de ser dado, pois sabemos que, àquela época, certamente, arcou com muitas resistências em certas áreas, do poder civil ou dos militares.  

Sr. Presidente, quero concluir prestando esta homenagem a esse homem que entrou na política já vocacionado para ser síntese. Era da UDN, casou-se com a filha do chefe do PSD, Pedro Freitas. Justamente aí já mostrava sua habilidade e sua capacidade de diálogo.  

Fazendo este registro eu queria prestar uma homenagem a Petrônio Portella pelo grande papel político que desempenhou neste País.  

Muito obrigado.  

******************************************************************** 

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR LÚCIO ALCÂNTARA EM SEU PRONUNCIAMENTO:  

******************************************************************** 

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/08/1999 - Página 19936