O SR. SEBASTIÃO ROCHA (Bloco/PDT-AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a minha trajetória de vida não permite que eu deixe de participar dessa discussão que se instala no Senado Federal sobre a pobreza, como combatê-la, e de fazer até uma proposta mais radical de erradicação da pobreza em nosso País.  

Nasci no meio de uma ilha no rio Amazonas, onde, até hoje, o único meio de transporte é o barco, de qualquer dimensão. Vivi em cima de palafitas e convivi, o que ainda faço até os dias de hoje, com praticamente todos os níveis de pobreza, até mesmo na condição de médico. Estudei em escolas públicas e cursei a universidade pública. Retornei ao meu Estado e assumi a condição de servidor público. E, em inúmeras ocasiões, pude me deparar com situações de extrema pobreza, seja como cidadão, como médico ou como político. Até hoje, não perdi o hábito de visitar o interior do meu Amapá, as regiões mais longínquas e mais desprotegidas do meu querido Estado e, na condição de político e de médico, garantir um mínimo de assistência às pessoas que nos procuram, principalmente aquelas que vivem em um nível de extrema pobreza, desprovidas de qualquer aparato social, de qualquer ação social do Poder Público.  

Assim, a proposta que está sendo trazida para debate no Senado da República, apresentada pelo eminente Presidente Antonio Carlos Magalhães, uma proposta de emenda constitucional que cria o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, possui seus devidos méritos, mas pode também conduzir o Congresso Nacional e o País a mais um dos grandes equívocos dos quais temos sido testemunhas. Se a Comissão Mista criada para estudar o assunto se debruçar sim û