Pronunciamento de Pedro Simon em 13/08/1999
Discurso no Senado Federal
APELO PARA O DIALAGO ENTRE A BANCADA RURALISTA E O PRESIDENTE DA REPUBLICA POR INTERMEDIO DAS LIDERANÇAS PARTIDARIAS NO CONGRESSO NACIONAL.
- Autor
- Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
- Nome completo: Pedro Jorge Simon
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA AGRICOLA.:
- APELO PARA O DIALAGO ENTRE A BANCADA RURALISTA E O PRESIDENTE DA REPUBLICA POR INTERMEDIO DAS LIDERANÇAS PARTIDARIAS NO CONGRESSO NACIONAL.
- Publicação
- Publicação no DSF de 14/08/1999 - Página 20238
- Assunto
- Outros > POLITICA AGRICOLA.
- Indexação
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- SOLICITAÇÃO, LIDERANÇA, PARTIDO POLITICO, SENADO, CAMARA DOS DEPUTADOS, EMPENHO, EXECUÇÃO, DIALOGO, BLOCO PARLAMENTAR, DEFESA, ATIVIDADE AGRICOLA, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REFERENCIA, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, RENEGOCIAÇÃO, DIVIDA, PRODUTOR RURAL.
O SR. PEDRO SIMON
(PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, depois do discurso do Senador Iris Rezende, estando aqui presentes o Líder do meu Partido, Senador Jader Barbalho; o Líder do PFL, Senador Edison Lobão; o Líder do PPB; o Vice-Líder da Oposição, Senador Ademir Andrade, gostaria de fazer um apelo. Penso que, se desejassem, as Lideranças poderiam, neste dia, chamar as Presidências do Senado e da Câmara dos Deputados e suas Lideranças para dialogar com o Presidente da República, a fim de mostrar a Sua Excelência que, da maneira como estão vendendo a idéia na Câmara dos Deputados, pura e simplesmente o projeto não será aprovado. Se aprovado, o projeto será vetado. E as Lideranças rurais já estão dizendo que, se o projeto for vetado, derrubarão o veto. Ao invés de caminharmos para essa situação de radicalização - as informações provenientes do Rio Grande do Sul são as mais graves e não partem dos sem-terra ou da CUT, mas sim de produtores tradicionais -, poderíamos promover esse encontro, que, pelo menos, seria uma tentativa de colaborar. As Lideranças - V. Exª, o Senador Jader Barbalho e os Líderes que estão aqui - poderiam, nesta tarde, ir até a Presidência da República para conversar com o Presidente, e Sua Excelência poderia aproveitar o final de semana para se reunir com seus técnicos e, em função da importância da matéria, encontrar uma saída, que não pode ser essa.
O que aconteceu foi exatamente isto: os Líderes do Governo na Câmara dos Deputados comunicaram que, se for votado, o projeto será vetado, e os líderes ruralistas disseram que, se o projeto for vetado, derrubarão o veto. Vai ser um Deus nos acuda! Serão 30 dias de dramaticidade! Será viável, se os Líderes o quiserem, ir à presença do Presidente, para que Sua Excelência faça com a agricultura o que já foi feito em outros setores. Seria normal e importante - haveria uma repercussão fantástica - que o Presidente chamasse as pessoas ao seu gabinete no Palácio do Alvorada e dissesse: "Vamos encontrar uma solução. Qual o projeto que foi aprovado? Não, assim não dá. O que é possível fazer?". Sua Excelência poderia fazer uma proposta concreta, dizer algo concreto, positivo, mostrando aos líderes ruralistas que não são dez, mas sim oito. Pelo que estou sentindo, pelo que conversei, pelo que ouvi na Câmara e pelo que foi divulgado no noticiário, o diálogo entre Governo e ruralistas está encerrado. O Governo diz que não quer o projeto. O projeto será votado em plenário, será aprovado e vetado.
Seria muito importante, meu Líder Jader Barbalho, que nós, as Lideranças, buscássemos um entendimento com o Presidente Fernando Henrique, no sentido de tentar um diálogo para evitar que isso aconteça. O pior que pode acontecer é não dar em nada, mas isso não tem importância, porque essa pode ser uma tentativa, uma saída, uma proposta, uma renegociação, um diálogo que dê início àquilo que deve ser feito.
Esse é o meu apelo aos Líderes, principalmente ao Líder do meu Partido, para que façamos essa intermediação, nesta sexta-feira, para que algo de positivo seja feito. Não podemos travar de hoje até segunda-feira esse debate negativo, com a imprensa batendo de um lado, e os ruralistas, do outro. Não seria bom que eles chegassem aqui na próxima semana, iniciando um movimento que não interessa a ninguém.
Esse é o apelo que faço, Sr. Presidente.
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