Discurso no Senado Federal

PREOCUPAÇÃO COM O ANUNCIO DE INTERVENÇÃO DO BANCO CENTRAL NO BESC - BANCO DO ESTADO DE SNTA CATARINA.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
BANCOS.:
  • PREOCUPAÇÃO COM O ANUNCIO DE INTERVENÇÃO DO BANCO CENTRAL NO BESC - BANCO DO ESTADO DE SNTA CATARINA.
Publicação
Publicação no DSF de 20/08/1999 - Página 21664
Assunto
Outros > BANCOS.
Indexação
  • COMENTARIO, TELEJORNAL, ANUNCIO, INTERVENÇÃO, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), BANCO DO ESTADO DE SANTA CATARINA S/A (BESC), PROVOCAÇÃO, APREENSÃO, CORRENTISTA, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC).
  • DEFESA, GESTÃO, GOVERNADOR, BANCADA, CONGRESSISTA, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), SOLICITAÇÃO, ESCLARECIMENTOS, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), PRESERVAÇÃO, BANCO DO ESTADO DE SANTA CATARINA S/A (BESC), GARANTIA, DESENVOLVIMENTO, MUNICIPIOS.
  • ANALISE, POLITICA PARTIDARIA, APOIO, GOVERNO FEDERAL, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), EXPECTATIVA, ATENDIMENTO, REIVINDICAÇÃO, BANCO DO ESTADO DE SANTA CATARINA S/A (BESC).

O SR. CASILDO MALDANER (PMDB-SC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres Colegas, o assunto que trago hoje a esta tribuna é de suma importância, e o faço porque Santa Catarina está de pé neste momento.  

No Bom Dia, Brasil, de hoje, o jornalista Ricardo Boechat anunciou que o Banco Central prepara a intervenção no Banco do Estado de Santa Catarina. Diante dessa afirmação, venho manifestar-me profundamente preocupado, não só pelas ligações que começam a vir do meu Estado, mas em função da notícia de que filas já se formaram nas agências do Banco do Estado, em Santa Catarina, desde cedo, esperando abrir o banco. Quando uma notícia é veiculada dessa forma, sem dúvida, há uma corrida ao banco.  

É muito grave, Sr. Presidente, o Banco Central anunciar isso ou deixar transparecer um fato dessa natureza.  

Quero fazer uma conclamação ao Governador do meu Estado, aos meus colegas no Senado, à representação catarinense no Congresso Nacional, para que se faça um apelo à área econômica do Governo, à Presidência do Banco Central, para que refutem isso ou dêem uma outra versão, porque isso preocupa a sociedade catarinense como um todo. Acontecer uma intervenção no banco neste instante? Por quê? De que forma?  

O Governador catarinense esteve aqui por dois dias para conseguir federalizar a dívida que o Estado tem com o Instituto de Previdência do Estado. S. Exª teve êxito no seu intento junto à área econômica, numa demonstração de força junto ao Governo Federal, e foi para Florianópolis noite passada, alegre e feliz, com os recursos da federalização. Faço um apelo ao Governador catarinense no sentido de que volte com urgência e, com os colegas no Congresso Nacional, use esse prestígio junto ao Governo Federal para que se desminta essa notícia com a máxima urgência, porque a corrida que está acontecendo hoje é enorme.  

Não desejo esse fracasso ao Governador, embora S. Exª não seja do meu Partido, Sr. Presidente. Sei que S. Exª. não teve sorte no governo passado, pois sofreu intervenção no banco em 1986. Não sei se porque era jovem ainda, ou por algum descuido, S. Exª dizia que sofrera intervenção porque o Presidente da República era o Sr. José Sarney, que o havia perseguido. Mas hoje não é isso que vejo. Atualmente, o Governo Federal está em verdadeira sintonia com o Governo catarinense. Se cometeu a intervenção, não dá para entender. Se houve intervenção naquela época, porque o Sr. José Sarney estava no Governo, hoje não há como argumentar que o Governo da República é contra ele. Ao contrário, é demasiadamente a favor, pois, na federalização da dívida com o Instituto da Previdência, conseguida ontem em votação nesta Casa, tudo é possível.  

Os colegas do Senado possuem uma força extraordinária. Aliás, os jornais de Santa Catarina registram hoje que o Governador e os Senadores aliados do Governo contam com um prestígio enorme junto à área econômica, e conseguiram isso. Assim, conclamo o Governo catarinense e os Senadores a conseguirem do Banco Central e da área econômica um desmentido com relação ao que foi divulgado na manhã de hoje a todo o País. As filas estão enormes nas agências do banco do nosso Estado.  

Há uma linha de preservação do banco, que existe há 40 anos, principalmente com a função de interiorizar o desenvolvimento e atender os menores. Em 148 Municípios de Santa Catarina, existe apenas a agência do nosso banco para atender aposentados, pequenos produtores e pequenos comerciantes. Se for privatizado, todas essas agências serão fechadas.  

Por isso, Sr. Presidente, nesta comunicação inadiável, trago a preocupação de todos nós, catarinenses. Se ontem obtivemos uma grande vitória para Santa Catarina, conforme registram os jornais do Estado, graças ao prestígio do Governador, do Presidente Nacional do PFL e dos colegas da Casa, também é preciso neste momento que se bata na mesa, que se faça pressão - não digo tanto quanto se fez para a federalização do Instituto, mas pelo menos a fim de que se preserve uma instituição catarinense com quatro décadas de existência.  

É o apelo que deixo, Sr. Presidente.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/08/1999 - Página 21664