O SR. NEY SUASSUNA (PMDB-PB. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o companheiro Casildo Maldaner diz que hoje Santa Catarina está de pé por um problema de suposta intervenção no banco daquele Estado, o que ainda não ocorreu. O problema catarinense pode ser resolvido politicamente, mas a Paraíba, diferentemente, encontra-se de joelhos.  

É o terceiro ano de seca. Temos dois sistemas de chuvas: o do sertão, que vai de maio a junho – não choveu –, e o da orla, que vai de janeiro a junho – não choveu. É o terceiro ano em que a Paraíba vê o desenvolvimento de algumas áreas ser incentivado. Atualmente existe uma corrente de desenvolvimento pelo centro do País e outra pelo noroeste, enquanto aquela ponta do Nordeste não tem absolutamente nada. A Bahia do nosso Presidente ainda participa da corrente agrícola do centro, mas nós, da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e Alagoas, só olhamos a banda passar. Não temos absolutamente nada.  

As famílias estão se desagregando. Os adultos do sexo masculino, em sua maioria, estão saindo para vir para Brasília, Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, engrossando os cordões de miséria.  

Estamos clamando há três anos. Já perdi a conta dos discursos que fiz nesta Casa - muito mais de trinta, mas as soluções não chegam. Não sei até que dia vamos ficar falando para ouvidos surdos.  

Sr. Presidente, venho pregando uma união do Nordeste central, uma união desses Estados que são os pobres da pobreza. O Nordeste é pobre, mas esses seis Estados, incluindo o Piauí, estão cada vez mais pobres.  

É por esta razão que ocupo a tribuna mais uma vez: para lembrar ao Governo Federal que há milhões de nordestinos, especificamente os da Paraíba, passando uma hora de muita dificuldade. Precisamos da solidariedade. Uma nação é feita pela solidariedade, mas não a temos recebido à altura do nosso Estado e do nosso povo.  

Muito obrigado.