O SR. BERNARDO CABRAL (PFL-AM. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na minha análise, o instante mais difícil de um Parlamentar deve ser exatamente este em que me encontro: o de registrar o falecimento de um colega que exercitou com proficiência, dignidade e retidão de caráter o mandato que o povo do Rio de Janeiro lhe concedeu. Refiro-me a Adolpho de Oliveira. Ao longo de muitos anos e diversos mandatos - ele era médico cardiologista -, começou a sua carreira como Deputado Estadual, mas passou na Câmara dos Deputados uns seis ou sete mandatos. Quando veio o Ato Institucional nº 5, ele, que se encontrava na Oposição, não tendo sido contemplado, como ele dizia, com a cassação do seu mandato, se retirou da vida parlamentar para a ela voltar somente com a convocação da Assembléia Nacional Constituinte.

Entendia que, depois de um período de excepcionalidade institucional e a volta do reordenamento constitucional, era o instante de dar a sua contribuição. Ele, que começara nos idos dos anos 60 como líder da Bancada da UDN, foi para o MDB quando os Partidos foram extintos. A seguir, foi um dos fundadores do PL, pelo qual se elegeu Deputado Federal Constituinte, e, no final de sua vida pública, ingressou nas hostes do Partido da Frente Liberal.

A minha amizade com Adolpho de Oliveira remonta há mais de trinta anos ininterruptos. Amigo de família, os nossos familiares se tratavam de modo tão afetivo que era como se irmãos de sangue fôssemos, não obstante sermos por escolha.

É com muita tristeza, Sr. Presidente, que faço este registro: Adolpho faleceu hoje de manhã na Casa de Saúde Santa Lúcia e será sepultado às 9h de amanhã, no Campo da Esperança, nesta cidade.

Vejo-o da altura daqueles idos de 30 anos atrás, como seus colegas de Câmara, o hoje Senador Gilberto Mestrinho e o Senador Djalma Bessa. Mais recentemente, na Assembléia Nacional Constituinte, quando o Senador José Fogaça era o Relator-Adjunto, formava com Adolpho de Oliveira e Konder Reis três companheiros que muito me auxiliavam. Ele era também e colega médico de Lúcio Alcântara, com quem conviveu na Constituinte.

Portanto, Sr. Presidente, o Congresso - ele não pertenceu ao Senado -, do qual foi um dos seus mais ilustres membros, faz esse registro, ainda que doloroso, ainda que fosse melhor não tê-lo feito.

Por isso, Sr. Presidente, peço a V. Exª, reforçando o meu requerimento, que seja dado conhecimento à família enlutada, na pessoa da sua viúva, Drª Cláudia Oliveira, e ao Estado do Rio de Janeiro, que ele tanto amou e onde nasceu