Discurso no Senado Federal

REGISTRO DE DADOS RELATIVOS AO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL DO ESTADO DA BAHIA.

Autor
Paulo Souto (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Paulo Ganem Souto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DA BAHIA (BA), GOVERNO ESTADUAL.:
  • REGISTRO DE DADOS RELATIVOS AO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL DO ESTADO DA BAHIA.
Aparteantes
Antonio Carlos Magalhães.
Publicação
Publicação no DSF de 27/08/1999 - Página 22276
Assunto
Outros > ESTADO DA BAHIA (BA), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • REGISTRO, INSTALAÇÃO, SERRARIA, MADEIRA, ESTADO DA BAHIA (BA), APROVEITAMENTO, EUCALIPTO, PRESERVAÇÃO, MATA ATLANTICA, DESENVOLVIMENTO, INDUSTRIA, MOVEIS.
  • REGISTRO, INAUGURAÇÃO, AEROPORTO, LITORAL, ESTADO DA BAHIA (BA), MELHORIA, INFRAESTRUTURA, TURISMO, EXPECTATIVA, AUMENTO, EMPREGO.
  • REGISTRO, RENOVAÇÃO, CULTIVO, CACAU, ESTADO DA BAHIA (BA), RECUPERAÇÃO, PREJUIZO, PRAGA, COMENTARIO, PROGRAMA, IRRIGAÇÃO, REGIÃO SEMI ARIDA.

O SR. PAULO SOUTO (PFL - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, pediria a paciência neste momento em que vejo que os temas políticos estão predominando, para rapidamente fazer alguns registros da maior importância relacionados ao Estado da Bahia. Nos últimos oito dias aconteceram fatos extremamente importantes relacionados ao desenvolvimento econômico e social do meu Estado.  

Talvez essa afirmação vá parecer paradoxal, mas o primeiro assunto a que me refiro é da maior importância e, seguramente, deve ser comemorado por todos nós que temos preocupação com o meio ambiente: a instalação de uma grande indústria madeireira, de uma grande serraria, no extremo sul, em plena zona da Mata Atlântica.  

Isso pode parecer, no primeiro momento, paradoxal, mas, na verdade, é um empreendimento absolutamente correto do ponto de vista ecológico. Trata-se de uma indústria grande, tecnologicamente avançada e que vai aproveitar as florestas de eucalipto. Vai, portanto, contribuir de forma decisiva para a preservação da Mata Atlântica. É um empreendimento que vai possibilitar o aproveitamento de quase 100 mil metros cúbicos de madeiras provenientes de florestas plantadas no Estado da Bahia. Madeira que vai ter como objetivo a indústria de móveis, a parte de acabamentos para a construção civil, a parte de pisos, enfim, é um empreendimento notável, um investimento de US$50 milhões, que vai aproveitar os nossos eucaliptos e aliviar essa grande pressão sobre as florestas da nossa Mata Atlântica. É, portanto, um empreendimento que temos que considerar extremamente correto do ponto de vista ecológico e com uma grande dimensão do ponto de vista econômico e do ponto de vista social.  

É uma madeira que vai sair tratada, sem umidade e, portanto, poderá ser utilizada na indústria de móveis, como disse, para acabamentos nobres na construção civil, o que vai significar mais progresso, mais emprego para o meu Estado.  

Outro fato importante refere-se ao desenvolvimento do turismo no Estado da Bahia. Tem havido uma grande preocupação do Governo do Estado em melhorar a infra-estrutura turística da Bahia. Na semana passada, inaugurou-se mais um aeroporto, que vai suportar a chegada de grandes aviões em um distrito turístico importante do nosso Estado, a região de Comandatuba, entre as cidades de Ilhéus, Una e Canavieiras. Esse aeroporto permitirá, por exemplo, que turistas de São Paulo cheguem em cerca de uma hora e meia de vôo àquela região, um verdadeiro paraíso ecológico e turístico, reforçando a infra-estrutura turística no Estado.  

A Bahia hoje já tem aeroportos em Salvador, em Ilhéus, em Lençóis - no interior do Estado -, em Porto Seguro, em Caravelas e mais esse em Comandatuba. Está sendo construído ainda um aeroporto em Valença. Trata-se de aeroportos que podem atender a aeronaves de grande porte, melhorando, portanto, a possibilidade de acesso dos turistas ao Estado da Bahia.  

Não é preciso dizer, pois todos sabem como isso é importante do ponto de vista social, uma vez que o turismo é um dos setores mais empregadores de mão-de-obra, implicando mais possibilidades de emprego para a população do Estado.  

Outro fato merece destaque: inicia-se neste momento a colheita das primeiras árvores de cacau clonado no Estado da Bahia, ou seja, cacau resistente à praga que devastou, em alguns Municípios, quase 100% da lavoura cacaueira. Foi uma praga que liquidou a nossa produção, que trouxe a infelicidade para milhares de trabalhadores e que colocou famílias em situação difícil.  

Os cacauicultores do Estado, com apoio do Governo Federal, numa grande luta empreendida pelo Senador Antonio Carlos Magalhães e por todas as lideranças políticas do Estado, estão conseguindo, com grande esforço - é verdade que ainda com muitas dificuldades -, replantar toda essa zona do cacau com variedades resistentes. Essa é a grande esperança que temos na recuperação da cacauicultura brasileira, muito concentrada na região sul da Bahia.  

Estamos muito esperançosos disso, principalmente agora quando se estão colhendo os primeiros frutos dessas novas árvores. Há muito que se fazer ainda. Precisamos continuar tendo o apoio do BNDES, do Banco do Brasil e do Governo Federal. Temos certeza de que vamos conseguir, porque a lavoura está-se recuperando e, dentro de quatro ou cinco anos, essa região vai ser o que sempre foi: uma das áreas de maior desenvolvimento econômico do Estado da Bahia.  

Por fim, um último registro. Amanhã, o Governador César Borges e o Senador Antonio Carlos Magalhães irão a um pequeno Município do semi-árido baiano, chamado Ponto Novo, uma das áreas mais pobres do Estado. Ali, com recursos do Governo do Estado e do Banco Mundial, construiu-se a Barragem do Ponto Novo, com 40 milhões de metros cúbicos de água, o que vai possibilitar, além do abastecimento a todas essas populações, a irrigação de mais de 4 mil hectares. Esse programa, como disse, foi iniciado pelo Estado, com seus próprios recursos e tem também o apoio...  

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - V. Exª me permite um aparte?  

O SR. PAULO SOUTO (PFL - BA) - Pois não. Ouço o nobre Senador Antonio Carlos Magalhães.  

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - Senador Paulo Souto, não poderia deixar de manifestar-me quando V. Exª traduz o progresso e o desenvolvimento da Bahia, que, realmente, hoje é um Estado ímpar na Federação. Quero dizer a V. Exª – que está no Senado há apenas seis meses, honrando o mandato que o povo lhe conferiu – que muito se deve a V. Exª pela realização de um governo fecundo, um governo que olhou todos os setores, principalmente nas áreas de aeroporto, de recuperação da lavoura cacaueira e também de industrialização. V. Exª foi um peregrino, andou por toda a parte, no País e no estrangeiro, para mostrar o potencial da Bahia no setor industrial, e teve êxito. Então, estamos colhendo o fruto de uma continuidade administrativa em que V. Exª, que hoje honra o Senado, foi parte importante nesse desenvolvimento da Bahia. Daí por que as congratulações também devem ser dirigidas ao orador. Muito obrigado.  

O SR. PAULO SOUTO (PFL - BA) - Senador Antonio Carlos Magalhães, agradeço a generosidade do aparte de V. Exª. É verdade que temos conseguido realmente desenvolver o Estado nos últimos anos, mas tudo isso não seria possível sem a liderança lúcida, firme, capaz e corajosa de V. Exª, que esteve sempre à frente de todas essas lutas que o Estado vem promovendo e, graças a Deus, obtendo êxito. Agora, contamos com a colaboração de um Governador que tem honrado o pouco tempo de seu mandato com realizações importantes para o Estado da Bahia.  

Iremos amanhã até esse Município pobre, com o objetivo de acompanhar um projeto já visitado pelo Banco Mundial, e que tenho certeza de que está sendo muito bem conduzido e que vai transformar completamente aquela região.  

São esses os registros que queria fazer para dar uma nota de esperança, otimismo e fé a este País, que tem as dificuldades que todos conhecemos. Com o trabalho conjunto dos seus Líderes, do seu Presidente, dos governadores, dos seus parlamentares e do povo - tenho certeza -, poderemos superar essas dificuldades, pois é isso o que todos nós desejamos.  

Muito obrigado.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/08/1999 - Página 22276