Pronunciamento de Romero Jucá em 27/08/1999
Discurso no Senado Federal
TRANSCRIÇÃO DE ARTIGO DE AUTORIA DO MINISTRO DA JUSTIÇA, JOSE CARLOS DIAS, PUBLICADO NA FOLHA DE S.PAULO, SOB O TITULO 'A MARCHA E A DEMOCRACIA'. ESTIMULO AOS FUNDOS DE PENSÃO COMO CAPTADORES DE POUPANÇA PARA INVESTIMENTO. TRANSCRIÇÃO DO ARTIGO DO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDENCIA PRIVADA (ABRAPP), SR. CARLOS EDUARDO CALDAS, PUBLICADO NA GAZETA MERCANTIL, NO ULTIMO DIA 4, QUE FAZ UMA ANALISE DA QUESTÃO DA TRIBUTAÇÃO OU BI-TRIBUTAÇÃO DOS FUNDOS PREVIDENCIARIOS.
- Autor
- Romero Jucá (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/RR)
- Nome completo: Romero Jucá Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
MOVIMENTO TRABALHISTA.
REFORMA TRIBUTARIA.:
- TRANSCRIÇÃO DE ARTIGO DE AUTORIA DO MINISTRO DA JUSTIÇA, JOSE CARLOS DIAS, PUBLICADO NA FOLHA DE S.PAULO, SOB O TITULO 'A MARCHA E A DEMOCRACIA'. ESTIMULO AOS FUNDOS DE PENSÃO COMO CAPTADORES DE POUPANÇA PARA INVESTIMENTO. TRANSCRIÇÃO DO ARTIGO DO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDENCIA PRIVADA (ABRAPP), SR. CARLOS EDUARDO CALDAS, PUBLICADO NA GAZETA MERCANTIL, NO ULTIMO DIA 4, QUE FAZ UMA ANALISE DA QUESTÃO DA TRIBUTAÇÃO OU BI-TRIBUTAÇÃO DOS FUNDOS PREVIDENCIARIOS.
- Aparteantes
- Agnelo Alves.
- Publicação
- Publicação no DSF de 28/08/1999 - Página 22369
- Assunto
- Outros > MOVIMENTO TRABALHISTA. REFORMA TRIBUTARIA.
- Indexação
-
- REGISTRO, REALIZAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, MARCHA, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), PROTESTO, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL.
- SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), AUTORIA, JOSE CARLOS DIAS, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), REFERENCIA, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, BUSCA, DEMOCRACIA.
- SOLICITAÇÃO, MUSSA DEMES, DEPUTADO FEDERAL, RELATOR, REFORMA TRIBUTARIA, ATENÇÃO, IMPORTANCIA, REFORÇO, FUNDO DE PREVIDENCIA, OBJETIVO, INSTRUMENTO, POUPANÇA, INVESTIMENTO.
- SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, GAZETA MERCANTIL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), AUTORIA, CARLOS EDUARDO CALDAS, PRESIDENTE, ASSOCIAÇÃO NACIONAL, PREVIDENCIA PRIVADA, REFERENCIA, ANALISE, TRIBUTAÇÃO, BITRIBUTAÇÃO, FUNDO DE PREVIDENCIA.
O SR. ROMERO JUCÁ
(PSDB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vou falar hoje sobre uma questão específica da reforma tributária, a que se refere aos fundos de pensão e suas tributações.
Mas antes disso, gostaria apenas de fazer um comentário sobre o fato político de ontem, que efetivamente repercutiu em todo o País, que foi a Marcha das Oposições. E, como disse no meu discurso de ontem, eu esperava que, pela liberdade que o País vive, a marcha transcorresse em paz, com tranqüilidade e que, sem dúvida nenhuma, representasse segmentos que desejam manifestar suas aspirações a até seus descontentamentos.
O fato ocorreu como esperávamos. A democracia, mais uma vez, no Brasil, demonstrou que está consolidada; os dirigentes de hoje são democratas. A situação da Venezuela é diferente. Lá o Congresso está cercado por militares .
Portanto, só tenho a augurar que as lições, as colocações e a experiência colhida com o dia de ontem possam, efetivamente, contribuir para a melhoria do Governo e também para o direcionamento de uma ação construtiva das Oposições.
Ainda neste tema, Sr. Presidente, solicito a transcrição do artigo do Ministro da Justiça, José Carlos Dias, publicado na Folha de S.Paulo de ontem, sob o título "A Marcha e a Democracia" .
Outro assunto de que quero tratar versa, especificamente, sobre a reforma tributária que está em andamento. Há necessidade, Sr. Presidente, de se clarificar a situação tributária dos fundos de pensão e fundos previdenciários.
Em todo o mundo, os fundos de pensão hoje são, efetivamente, o maior segmento de poupança para investimento nas economias capitalistas. Temos o caso da Holanda, por exemplo, em que a poupança dos fundos de pensão representa 120% do PIB. E, aqui no Brasil, infelizmente, os fundos de pensão ainda representam 11% do PIB. Existem incongruências e, inclusive, há um processo tramitando no Supremo Tribunal Federal, exatamente para cobrar uma bitributação da poupança dos fundos de pensão.
Entendo que vivemos um momento importante com a reforma tributária para clarificar essa questão e definir realmente a imunidade tributária dos fundos de pensão na sua poupança. Os fundos de pensão devem pagar impostos, sim, mas no momento em que o recurso, ao final, é transferido para o usuário da sua conta. Se fizermos isso, vamos agregar à poupança e ao investimento nacional muito mais do que os R$3 bilhões e meio por ano que os fundos de pensão possibilitam de investimento.
Quero, portanto, fazer esse registro rápido e apelar ao Relator, na Câmara dos Deputados, Deputado Mussa Demes, a quem estou encaminhando correspondência, exatamente para que fique atento a esta necessidade de se trazer um fortalecimento dos fundos de pensão, em se fortalecer o sistema previdenciário por meio dos fundos previdenciários, que estão em votação na Câmara dos Deputados, e buscar um caminho para fortalecermos os investimentos em nosso País.
O Sr. Agnelo Alves (PMDB - RN) - V. Exª me permite um aparte?
O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB - RR) - Concedo o aparte ao Senador Agnelo Alves, com muito prazer.
O Sr. Agnelo Alves (PMDB - RN) - Ilustre Senador Romero Jucá, quanto à reforma tributária, estou aqui há trinta dias, mas estou rés-do-chão, como jornalista. Há muitos anos verifico que estão faltando decisão e vontade políticas para que a reforma tributária se faça. Da parte do Governo, porque está acostumado a gerir o caos que aí está; então, talvez tema que, em estabelecendo regras mais sérias e mais verdadeiras, haja dificuldades de arrecadação. Da parte da Oposição, porque, caos por caos, deixa mais esse rolar. E este Congresso tem uma cultura de só votar matérias consensuais, e, infelizmente, a reforma tributária não tem sido consensual e jamais será. Confesso que, com todo apreço que tenho pelo Deputado Mussa Demes, não consigo entender como simplificar a reforma tributária deste País - uma necessidade gritante de baixar os custos no Brasil, incentivar o desenvolvimento e o que deveria ser uma parte importante no combate à miséria e à pobreza. Então, V. Exª está fazendo aí um pronunciamento que reputo da maior importância, e estou perplexo diante da verdade que está aí: nem o Governo tem interesse, porque já que se acostumou a gerenciar o caos, nem a Oposição, porque um caos a mais, um caos a menos, tanto faz. E nós, Deputados e Senadores, os Congressistas, estamos acostumados, cultuando uma cultura - em que pese a redundância - de só votarmos as matérias consensuais. E a reforma tributária é mais para dissenso do que para consenso.
O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB - RR) - Agradeço o aparte de V. Exª, que tem razão. Fazer uma reforma tributária da forma como ora se pretende é algo extremamente polêmico, mas que precisa ser encarado pelo Congresso Nacional principalmente.
Nós temos de simplificar impostos e cobrá-los melhor. Na minha visão, quanto menos impostos declarativos houver, melhor, porque evita-se a sonegação. Efetivamente, esta é uma questão que não pode ser adiada no País. Nós temos de buscar redefinir o serviço público e redefinir o perfil de financiamento desse serviço público.
Mas, Sr. Presidente, eu dizia que o Presidente da Abrapp, Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada, o Sr. Carlos Eduardo Caldas, publicou artigo na Gazeta Mercantil , no dia 4 de agosto, fazendo uma análise profunda dessa questão da tributação ou bitributação dos fundos previdenciários e, em um item desse artigo, ele diz:
"Além de ir contra a melhor doutrina tributária, a britributação da poupança previdenciária estaria, nesse caso, penalizando ainda mais as pessoas físicas e jurídicas que já pagam os seus impostos, ou seja, empresas e trabalhadores do mercado formal que hoje, segundo dados da Receita Federal, já contribuem com R$30 bilhões por ano..."
Portanto, ficam, aqui, o registro e a necessidade de, efetivamente, encarar-se essa reforma tributária de forma mais justa, mais capilarizada e mais democratizada e de forma a cobrar, também, das grandes empresas os impostos necessários, porque, infelizmente, devido à complexidade - e, aí, o nobre Senador Agnelo Alves tem razão -, devido aos meandros tributários nacionais, as grandes empresas, as grandes consultorias fazem escapar os bancos, produtores e grandes empresários e, na verdade, a taxação fica nas costas da classe média, do pequeno e do médio empresário.
O Sr. Agnelo Alves (PMDB - RN) - Permite V. Exª um outro aparte?
O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB - RR) - Pois não. Ouço, novamente, o aparte de V. Exª, nobre Senador Agnelo Alves.
O Sr. Agnelo Alves (PMDB - RN) - Nobre Senador Romero Jucá, agradeço a atenção de V. Exª e gostaria de acrescentar, ainda, que no Brasil os impostos são feitos para não serem pagos e em tão grande volume que há um incentivo à sonegação. Caso se fizesse um imposto explícito, e baixo, informando ao contribuinte o que ele está pagando, todos pagariam e saberiam o que estariam pagando. Fazem o imposto embutido, alto, para os mais sabidos não pagarem.
O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB - RR) - V. Exª tem razão. Na verdade, o imposto explícito é um modelo consagrado a nível internacional.
Quero encerrar, Sr. Presidente, solicitando também a transcrição do artigo do Presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada - Abrapp, Dr. Carlos Eduardo Caldas, na Gazeta Mercantil do dia 4 de agosto, sob o título Reforma tributária, poupança e desenvolvimento .
Muito obrigado
O SR. PRESIDENTE (Luiz Otávio) - V. Exª será atendido nos termos do Regimento Interno do Senado Federal.
O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB - RR) - Muito obrigado, Sr. Presidente.
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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. ROMERO JUCÁ EM SEU PRONUNCIAMENTO
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