Discurso no Senado Federal

ANALISE DAS LIÇÕES PARA O PAIS DA 'MARCHA DOS 100 MIL'.

Autor
Marina Silva (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MOVIMENTO TRABALHISTA.:
  • ANALISE DAS LIÇÕES PARA O PAIS DA 'MARCHA DOS 100 MIL'.
Aparteantes
Luiz Otavio.
Publicação
Publicação no DSF de 28/08/1999 - Página 22384
Assunto
Outros > MOVIMENTO TRABALHISTA.
Indexação
  • ANALISE, EFICACIA, RESULTADO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, MARCHA, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), DEMONSTRAÇÃO, APREENSÃO, SOCIEDADE, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, POLITICA SOCIAL, GOVERNO FEDERAL.
  • COMENTARIO, NECESSIDADE, GOVERNO FEDERAL, CONGRESSO NACIONAL, ATENÇÃO, BUSCA, SOLUÇÃO, PROBLEMAS BRASILEIROS.

A SRª MARINA SILVA (Bloco/PT - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, lamento por estar com minha voz prejudicada, mas não eu poderia deixar de tecer alguns comentários a respeito da "Marcha dos Cem Mil". Faço até um trocadilho, como já fiz anteriormente: é a "Marcha dos Cem Mil" em número, mas é a marcha dos sem mil, com "s", daqueles que não têm mil, que não têm dez, que não têm vinte, que não têm centavos, que não têm terra nem emprego. Essa foi a marcha que veio a Brasília.  

Podemos analisar a marcha de duas maneiras: uma delas é tentar desqualificá-la. Mas a desqualificação daquilo que tem verdade interior nem sempre é edificante para a sociedade, ou até mesmo para aquele que está desqualificando. Em primeiro lugar, compreendo que tudo colabora para o que é justo, limpo e correto. Nesse sentido a verdade da marcha se impõe por si mesma.  

Alguns diziam que se tratava de um ato de baderna, um ato de manifestação de golpismo. Houve uma série de desqualificações que só posso compreender dentro do contexto de uma relação autoritária que, em vez de debater o conteúdo das propostas e o significado dos acontecimentos, parte para uma tática de desqualificação. Não entro nesse mérito, porque, se formos por esse caminho, acabaremos usando as mesmas armas dos nossos adversários e, conseqüentemente, transformando-nos neles, algo que quero, a todo custo e com a graça de Deus, evitar.  

Em segundo lugar, as milhares de pessoas que se dispuseram a vir à Brasília, vieram manifestar seu inconformismo, seu protesto, sua dor intransferível do desemprego e do desespero, sua vontade de mudança, enfim.  

As palavras de ordem que unem esse todo, que expressam os significados e que fazem a diferença em relação aos que tentavam nos impingir são, como já disse anteriormente: "Basta, FHC!" Basta dessa política econômica, basta dessa política social, basta de comemorar porque o Produto Interno Bruto está saindo do vermelho. Está-se fazendo um verdadeiro estardalhaço porque tínhamos um crescimento negativo e, agora, começamos a ir para o positivo, como se isso já significasse a redenção. Realmente é positivo que pelo menos estejamos saindo da linha do vermelho e indo para a estaca zero, afinal estávamos abaixo do zero.  

Mas isso não é motivo para nos conformarmos com a situação que se apresenta: no Estado de São Paulo, 20% da população economicamente ativa está desempregada; no Estado da Bahia, são 120 mil desempregados. Mais de 1 milhão de brasileiros estão desempregados hoje!  

Ontem, participei de um debate com a brilhante expositora do Diap, Drª Elaine Lavigne. Ela nos dizia que 20% da população não consegue as calorias necessárias para sobreviver e não têm as mínimas condições de se reproduzir como espécie.  

Foi para essa situação que a marcha veio chamar a atenção. Vieram aqui dizer ao Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso — e não à pessoa do Presidente Fernando Henrique Cardoso — que essa política econômica está errada e que alguma coisa precisa ser feita.  

Acredito que há duas formas de se ver os fatos. Para exemplificar, citarei uma história antiga que a minha madre mestra do colégio das freiras onde morei contou-me certa vez — no nos seringais do Acre, sempre que se fala de alguma coisa, acaba-se contando uma história:  

"Havia um rico fazendeiro, um homem da terra, rústico, cuja esposa era professora. Certo dia, ela entrou no quarto e encontrou o marido indignado com um telegrama que havia recebido de seu filho João. Ela perguntou o que havia ocorrido que o deixara tão aborrecido. Ele disse:  

— Veja como aquele moleque me manda o telegrama: ‘Pai, manda dinheiro. Teu filho, João’. Isso é um desaforo! Não pode!  

Ela pegou o telegrama e disse:  

— Meu bem, não sei onde você está vendo esse desaforo, porque o que o João manda é o seguinte telegrama: ‘Papai, mande o dinheiro. Teu filho, João’.  

E ele disse:  

— Se é assim o telegrama, então vou mandar o dinheiro."  

Há, portanto, duas maneiras de se ver as coisas: uma, observando a marcha como golpismo, como intransigência, como a marcha dos sem-voto, dos sem-rumo, dos sem-conteúdo. E aí quem perde o rumo, o conteúdo, a oportunidade de aprender são aqueles que assim pensam, porque a marcha trouxe um forte conteúdo: o de que a História não é feita por aqueles que governam, e, sim, pelos que governam, às vezes em parceria com o povo, mas, às vezes, atrás do povo. E o que o povo veio dizer aqui é que ele está na frente, e está na frente para dar um rumo para os interesses do povo, não para os interesses do Banco Marka, não para os interesses do FonteCindam, não para os interesses da Ford, não para os interesses do FMI; mas para os interesses da sociedade brasileira. É nesse sentido que analiso a "Marcha dos Cem Mil", assim como foi muito corretamente apelidada.  

Devo dizer também que, ontem, pela manhã, com todo estardalhaço que era feito, antes de sair fiz as minhas orações e pedi a Deus que a marcha ocorresse com a tranqüilidade que já esperávamos. Graças a Deus a marcha foi um sucesso. Foi um sucesso porque não houve ocorrência de violência, como alguns profetizavam; foi um sucesso, acima de tudo, porque as lideranças políticas souberam exatamente o tamanho da responsabilidade que têm: como Lula, como Brizola, como Miguel Arraes, como o movimento social. Inclusive, nos discursos do Presidente do meu Partido, Presidente José Dirceu, e do Presidente de honra, o companheiro Lula, eles disseram o que precisamos para este País; precisamos, fundamentalmente, dar uma contribuição no sentido de que voltemos a crescer economicamente.  

Mas a marcha trouxe um outro conteúdo que não foi registrado. A marcha era um conjunto de linguagens. Se eu fosse antropóloga - não sou; sou uma professora secundária de história - ficaria maravilhada com as manifestações naquela marcha, onde o discurso da vestimenta, da fisiologia, da postura das pessoas falava mais do que o discurso das lideranças. Uma amiga minha disse que viu uma professora, uma senhora já de idade, com um cartaz na mão, andando com a bandeira do seu Estado, sozinha. Observei uma menina sardenta, de mais ou menos 12 anos, com o rosto vermelho, branquinha, deve ser do Rio Grande do Sul, que falava mais do que o discurso dos nossos líderes. Vi jovens com o rosto pintado de verde e amarelo, e aqueles jovens falavam mais forte do que o discurso dos nossos líderes. Sabe por quê? Porque, ontem, a única coisa que os líderes fizeram foi exatamente interpretar aquilo que está no coração das pessoas, e penso que a melhor linguagem, a melhor decodificação da informação é termos a capacidade de ler aquilo que está no coração das pessoas, e o coração do povo brasileiro veio aqui para dizer ao País que queremos um novo rumo, que poderá ser dado se aprendermos com aquilo que foi dito e que foi feito.  

Por isso, o melhor que se tem a fazer, Governo Federal, Congresso Nacional e todos aqueles que têm responsabilidade pública, é, neste momento, interpretar o que a voz rouca das ruas está nos dizendo. Nunca, nunca me eximi das minhas responsabilidades e creio que o quinhão de poder que tenho neste País deve ser em torno de zero porcento, mas dentro dessa porcentagem sempre sugeri aquilo que acredito ser o melhor.  

Foi assim que me comportei quando sugerimos ao Governo que criasse uma linha de crédito específica para os extrativistas da Amazônia; foi assim que nos comportamos quando sugerimos, por meio da manifestação dos seringueiros, que se criasse um subsídio para a borracha; foi assim que nos comportamos quando, observando a situação difícil que hoje estão atravessando as populações tradicionais, apoiamos a idéia de que a saúde dos índios deva ser tratada pela Fundação Nacional de Saúde. É assim que tenho me comportado no sentido de contribuir, porque a causa que defendo não é do PT, do PCdoB, do Governo ou de quem seja de Oposição, mas da humanidade: a Amazônia. A Amazônia não pode esperar se amanhã vai ser o Lula; tenho que fazer alguma coisa hoje, porque senão amanhã não haverá Amazônia.  

Esse espírito aberto, de contribuir com sinceridade, graças a Deus sempre tive. Agora, é fundamental - e devo registrar para ser justa - que essas sugestões que tenho apresentado foram aquiescidas; não foram ainda corretamente implementadas; existem muitas falhas que ainda precisam ser corrigidas, mas já é um caminho que está sendo percorrido.  

Devo dizer ainda, Sr. Presidente, concluindo, porque estou com dificuldade de falar, que o Congresso Nacional, por meio das pessoas e dos Parlamentares que participaram direta ou indiretamente, pois sei que muitos não estiveram na marcha mas estavam acompanhando, torcendo e não partiram para uma estratégia de desqualificação da mesma, vai aprender muito com o recado que foi dado, até porque o recado é um efeito em cadeia. Outras manifestações acontecerão.  

Retomando um pouco a tese que levantei quando fiz o aparte ao Senador Pedro Simon, quero dizer que o Governo nos elogia sobremaneira quando diz que se tratou de uma marcha política. Talvez fosse mais inteligente da parte do Governo dizer que era uma marcha de pessoas desempregadas, de pessoas que estão insatisfeitas com o que está sendo feito com o funcionalismo público, de pessoas que estão insatisfeitas porque a reforma agrária não está andando corretamente, de pessoas que estão insatisfeitas com a política de juros do Governo. Acabaria dando no mesmo, porque pareceria que eram todas as pessoas, porque cada um tem um grau de insatisfação. Mas quando diz que é uma marcha política é um elogio e tanto.  

Lembro-me que nos primeiros quatro anos do Presidente Fernando Henrique Cardoso até nos mobilizávamos em função de bandeiras específicas. Dificilmente haviam mobilizações em termos de uma contestação maior com relação à política. Era mais fácil nos mobilizarmos em termos de bandeiras corporativas. E a sociedade parecia que não tinha um amadurecimento desejado, que é aquele de deixarmos um pouco a idéia da corporação, da paróquia, do nosso quintal, e lutarmos por aquilo que é o interesse da Nação. Como professora, sou capaz de conceber que eu posso até ganhar um salário menor, desde que a qualidade do ensino possa melhorar, no material didático, na merenda escolar, na estrutura da minha escola. Esse é um pensamento grandioso que infelizmente o sindicalismo corporativista não incorporou. Era difícil naquela época. Mas vejo que, graças a Deus, independentemente das corporações, as pessoas vieram aqui para tratar de uma grande bandeira: o Brasil, a sociedade brasileira e, acima de tudo, para recuperar a auto-estima de um povo, que, de certa forma, está aviltada. As pessoas observam: o FMI diz que tem que cortar os gastos com política social, tem que fazer isso, tem que fazer aquilo e as pessoas não sabem a quem recorrer.

 

Foi interessante uma entrevista que o Presidente deu para a Rede Globo dizendo o seguinte: "Fomos obrigados a fazer tudo o que é ruim, que eu não queria." É grave isso. E o Presidente teve a coragem de assumir. São suas próprias palavras: "Fomos obrigados a fazer tudo o que ruim, que eu não queria." Para mim, um Presidente só é obrigado a uma coisa: defender os interesses do seu povo, do seu país. E se houver alguma outra obrigação que esteja ferindo os interesses do povo, das pessoas e do país, pelo menos uma coisa tem que ser feita: o seu governante tem que resistir; tem que buscar alternativas, porque, senão, não adiantaria termos governantes.  

E falo aqui, Sr. Presidente, com o coração completamente aberto, até porque consigo separar as pessoas de seus problemas, graças a Deus! E eu diria que a "Marcha dos Cem Mil" tem a força da primavera. Estamos chegando na primavera. V. Exª já observou que as árvores podem estar murchas, sem folha e, de repente, chega a primavera e elas arranjam um jeito de brotar? Coincidentemente, maravilhosamente, isso acontece no cerrado. Sou acostumada com aquelas árvores frondosas, maravilhosas da Amazônia.  

Aqui no cerrado isso acontece como um fenômeno grandioso. Vemos essas pequenas árvores desfolhadas, às vezes sapecadas, e as poucas que escapam conseguem florescer com uma beleza fantástica. Ontem, o que aconteceu no cerrado foi o florescimento de uma sociedade que veio aqui para dizer que o povo também pensa; que as pessoas também têm idéias; que não apenas os economistas, os sociólogos, os historiadores e os antropólogos podem fazer as políticas públicas; que os núcleos vivos da sociedade dão grande contribuição a esse processo de construção e reconstrução do nosso País.  

O Sr. Luiz Otávio (PPB - PA) - V. Exª me permite um aparte?  

A SRª MARINA SILVA (Bloco/PT - AC) - Concedo o aparte a V. Exª, Senador Luiz Otávio.  

O Sr. Luiz Otávio (PPB - PA) - Senadora Marina Silva, primeiro gostaria de agradecer a V. Exª pela oportunidade de aparteá-la. Tenho certeza de que, em entrevista à televisão, o Presidente Fernando Henrique Cardoso falou francamente sobre os problemas. Felizmente ou infelizmente, porque essa é a realidade da vida, ninguém faz só o que quer. Quando V. Exª afirma que o Presidente teve de tomar medidas drásticas, duras e amargas para cumprir programas econômicos, ajustes fiscais e o compromisso com o FMI, talvez passe despercebido que, felizmente ou infelizmente também, o FMI é quem regula o sistema financeiro, o sistema monetário no mundo. Não se podem captar recursos externos sem a participação efetiva do FMI. Já ouvi V. Exª dizer isso várias vezes, inclusive há pouco, quando falou que, juntamente com o Padre Paulino, esteve com o Presidente Fernando Henrique para solicitar, pedir, reivindicar sejam feitas obras e serviços. Isso custa dinheiro. O Presidente Fernando Henrique recentemente esteve no seu Estado, e V. Exª esteve com ele no mesmo palanque. Estou falando seriamente e não estou aqui com tom irônico. V. Exª esteve lá e viu as dificuldades e as necessidades que o seu Estado tem. Como o Presidente vai arranjar recursos se não cumprir as regras econômicas do mundo? Isso é ilusão. Isso, sim, está fora da realidade. V. Exª tem o seu ponto de vista, a sua bandeira, e tem de defendê-los - isso é natural. Acredito que V. Exª realmente tem a melhor das intenções em relação à nossa Região Amazônica e ao seu Estado, mas, infelizmente, isso não basta. Não basta querer ter apenas o privilégio da democracia. Ela é de todos, de todos os brasileiros e deveria ser de todos os habitantes da Terra. Não adianta querermos apenas realizar, sem saber de onde vêm os recursos e os meios. Nós precisamos de tantas e tantas coisas, é verdade. Mas como fazer para realizá-las? O seu Partido e os seus Líderes políticos em vários Estados, em vários Municípios, dirigem os Estados, governam, e por que não resolvem todos os problemas dos seus Estados e seus Municípios? Porque não são milagrosos. Não que sejam mais ou menos competentes, mas não há solução para esse problema que se vem acumulando há séculos, desde a nossa origem. Essa é a observação que faço, e espero, realmente, que a primavera traga bons fluidos para todos nós.  

A SRª MARINA SILVA (Bloco/PT - AC) - Nobre Senador, ouvi com atenção o aparte de V. Exª e não sei se me fiz entender adequadamente. Em nenhum momento eu disse que o Presidente tem como resolver todos os problemas. Eu não seria leviana a tal ponto. Em nenhum momento deixo de reconhecer que a situação do nosso País é delicada. É um País em desenvolvimento, em relação ao mundo desenvolvido. Além disso, estamos numa economia globalizada e temos de enfrentar uma enorme competição, temos muitas dificuldades. Não podemos, entretanto, nos render, como os neoliberais têm-se rendido, a essa lógica perversa de mercado, porque ela vai acabar com todos nós. Ela vai acabar com todos aqueles que se submeterem ao deus do mercado. É fundamental que se possa pensar em alguma coisa. Ou não existe alguma coisa abaixo da linha do mercado? Virou o quê?  

Nobre Senador Luiz Otávio, sinceramente, eu acho que, se tudo não pode ser feito e se tudo não pode ser evitado, pelo menos algumas coisas podem ser evitadas. O que se está gastando e o que se está fazendo com os bancos é algo desastroso. Este País não tem mais incentivo para a agricultura; este País não tem mais incentivo para o crescimento, para gerar produto. Este País tem incentivo para gerar papel, como foi incentivo do Proer - e coloquem incentivo nisso. Este País tem recursos para ajudar bancos falidos que nem sabíamos que existiam; este País tem recursos para levar a Ford para Bahia, para gerar cinco mil empregos - fazem uma projeção de que, indiretamente, gerará vinte e cinco, trinta mil empregos, quando, na Amazônia, com os mesmos recursos, geraríamos milhares de empregos. O subsídio da borracha, aprovado pelo Congresso Nacional, somado ao subsídio da Lei Chico Mendes, devem dar em torno de R$6 milhões, no Acre. Sabe V. Exª quantos empregos serão gerados? Seis mil empregos. É muito mais do que na Ford. Podem dizer que se trata de empregos precários, mas ficarão na Amazônia, processarão a nossa matéria-prima, estarão sendo dados para os nossos seringueiros, os nossos caboclos, os nossos índios, e não - qualquer ser humano de bom senso entenderia -, para uma multinacional poderosíssima.  

Tentem explicar nos Estados Unidos que aqui há meninos de rua, ou na Itália que aqui há bambine di strada , e que se dão bilhões para uma multinacional, sem resolver o problema dos bambine di strada ou dos meninos de rua.  

O Sr. Luiz Otávio (PPB - PA) - V. Exª me permite novo aparte, Senadora Marina Silva?  

A SRª MARINA SILVA (Bloco/PT - AC) - Senador Luiz Otávio, a Mesa já está colocando aquele conjunto de vaga-lumes para piscar na minha frente, dizendo que o meu tempo já se esgotou.  

O SR. PRESIDENTE (José Fogaça) - Já se passaram três minutos do seu tempo, há três oradores inscritos e, em breve, teremos de encerrar a sessão.  

A SRª MARINA SILVA (Bloco/PT - AC) - Exatamente. Como eu já lhe havia concedido um aparte anteriormente, fico devendo essa segunda oportunidade a V. Exª, Senador Luiz Otávio.  

Concluo o meu pronunciamento, dizendo que, mesmo com a falta de chuva, mesmo com as queimadas que tivemos no cerrado, a primavera brotou, com certeza, antecipando a Marcha dos Cem Mil.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/08/1999 - Página 22384