Discurso no Senado Federal

EXPECTATIVAS DA SOCIEDADE BRASILEIRA COM O LANÇAMENTO DO PROGRAMA 'AVANÇA BRASIL'. REALIZAÇÃO, AMANHÃ, DE DEBATE, PROMOVIDO PELO INSTITUTO DE ESTUDOS POLITICOS TEOTONIO VILELA, DO PSDB, SOBRE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO DO PAIS.

Autor
Lúcio Alcântara (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/CE)
Nome completo: Lúcio Gonçalo de Alcântara
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIO ECONOMICA.:
  • EXPECTATIVAS DA SOCIEDADE BRASILEIRA COM O LANÇAMENTO DO PROGRAMA 'AVANÇA BRASIL'. REALIZAÇÃO, AMANHÃ, DE DEBATE, PROMOVIDO PELO INSTITUTO DE ESTUDOS POLITICOS TEOTONIO VILELA, DO PSDB, SOBRE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO DO PAIS.
Publicação
Publicação no DSF de 02/09/1999 - Página 23021
Assunto
Outros > POLITICA SOCIO ECONOMICA.
Indexação
  • APOIO, PLANO PLURIANUAL (PPA), PRIORIDADE, RETOMADA, DESENVOLVIMENTO, ATENÇÃO, MANUTENÇÃO, ESTABILIDADE, ECONOMIA.
  • REGISTRO, DEBATE, PROMOÇÃO, ENTIDADE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), PRESENÇA, CLOVIS CARVALHO, PEDRO MALAN, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO DA INDUSTRIA E DO COMERCIO EXTERIOR (MDIC), MINISTERIO DA FAZENDA (MF), ECONOMISTA, DISCUSSÃO, VIABILIDADE, CRESCIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL.

O SR. LÚCIO ALCÂNTARA (PSDB - CE. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos estamos acompanhando o debate que se trava no País sobre os rumos da economia. Há um anseio generalizado de que o País cresça, torne a sua economia mais dinâmica, crie novos postos de trabalho, enfim, de que o País encontre um rumo de desenvolvimento que permita a realização do seu destino de grande nação.  

Nós, do PSDB, não estamos indiferentes a esse debate, a essa discussão. Sabemos - e não podemos deixar de afirmar isso - que a estabilidade da economia, quer dizer, o controle da inflação, é um pré-requisito essencial para que se alcance esse crescimento, para que se alcance esse desenvolvimento. Não podemos, em nome do desenvolvimento, querer que voltem os tempos duros, difíceis, da elevação quase que diária dos preços. São memórias recentes que não podemos esquecer de nenhuma forma.  

Esperamos que o conjunto de projetos, de iniciativas que o Presidente da República, o Presidente Fernando Henrique Cardoso, lançou ontem no Palácio do Planalto seja um sinal da retomada desse processo de desenvolvimento.  

O Brasil quer se inserir na economia internacional. O Brasil quer a abertura comercial para negociar com todos os países. A própria população brasileira tem consciência, hoje, da necessidade de manter a sua economia equilibrada, de combater o déficit público e de controlar a inflação, mas o Brasil tem um destino que não pode ser o de um pequeno país, o de um país que tem uma economia quase que virtual e que é uma mera peça em todo esse processo internacional.  

Por isso, devemos saudar o lançamento do Programa Avança Brasil, que é o Plano Plurianual de Investimentos, como um aceno da retomada do processo de desenvolvimento.  

Dentro do PSDB, essa discussão também está se dando de maneira muito viva. Recentemente, o Governador Tasso Jereissati deu uma longa entrevista no jornal Folha de S. Paulo na qual ele mostrou os inconvenientes desse modelo que estamos vivendo e apontou os diferentes problemas que o modelo acarretou para o País, mas sem negar a necessidade de controlar a inflação e manter a economia equilibrada. Ao lado desses comentários, num acesso de sinceridade - característica de sua personalidade -, disse o seguinte: "Eu não sei o que se pode colocar no lugar disso, mas estou certo de que isso não serve para o Brasil".  

Os próprios bancos internacionais, as agências internacionais de desenvolvimento já começam, de certa maneira, a reconsiderar esse receituário, distribuído como uma poção miraculosa para os diferentes países, para as diferentes economias do mundo, e que está apresentando problemas, inclusive políticos, uma vez que são problemas sociais que perturbam a Nação e que chegam a provocar grandes movimentos de massa, como a manifestação que tivemos em Brasília, na semana passada.  

Para não fugir do debate, entre outras iniciativas, o PSDB, através de seu Instituto de Estudos Políticos Teotônio Vilela, que tenho a honra de presidir, estará promovendo um debate, amanhã, que deve contar com a presença do Ministro Pedro Malan, do Ministro do Desenvolvimento, Clóvis Carvalho, de grandes economistas e cientistas políticos como Gilberto Dupas, João Paulo dos Reis Velloso, Dionísio Carneiro, Aspásia Camargo, Paulo Haddad, para discutir quais são os limites, as margens de manobra que temos para, sem renegar a necessidade de manter a economia equilibrada e a inflação sob controle, retomar o desenvolvimento, qual é a chance real que temos de fazer isso.  

O político, de certa maneira, é um filho da retórica e, ao mesmo tempo, uma vítima dela, porque é com o discurso que ele pode vir a ser vitorioso - quando me refiro a discurso, refiro-me ao discurso que contém idéias e do qual são pinçadas palavras de ordem, slogans. No entanto, o político também é prisioneiro desses slogans, porque muitas vezes ele soçobra, ele perde a credibilidade e o apoio da população. O que precisamos saber, portanto, é até que ponto isso que nos encanta a todos - a necessidade de retomar o processo de desenvolvimento - é compatível com a obrigatoriedade de manter a inflação e a economia sob controle.  

Esta é a pergunta que se faz: no plano real, qual é a chance que temos de fazer isso? Estamos promovendo esse seminário por esse motivo, ou seja, para travarmos uma discussão não só política, mas também técnica e acadêmica, que nos indique claramente quais são os caminhos que temos para realizar essa grande esperança do povo brasileiro, o crescimento e o desenvolvimento, que significa mais saúde, mais educação, mais estradas, mais produção e mais empregos. A economia não tem sentido se não existir sobretudo para isso, ou seja, para permitir a criação de postos de trabalho, para permitir que o homem produza e, produzindo, possa viver com dignidade e criar a sua família.  

Era essa a comunicação que gostaríamos fazer, Sr. Presidente, para mostrar que estamos responsavelmente preocupados com essa questão, buscando caminhos que permitam conciliar o equilíbrio econômico com o crescimento e o desenvolvimento.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/09/1999 - Página 23021