Fala da Presidência durante a 115ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

LEITURA DO OFICIO DA ASSEMBLEIA DA REPUBLICA PORTUGUESA, NO QUAL OS PORTUGUESES DENUNCIAM A DRAMATICA SITUAÇÃO ENFRENTADA PELOS PARTIDARIOS DA INDEPENDENCIA DO TIMOR LESTE. SOLIDARIEDADE AO POVO DO TIMOR LESTE. ANUNCIO DE REUNIÃO DE LIDERES PARTIDARIOS NA PROXIMA TERÇA FEIRA, AS 10 HORAS, PARA DEFINIR O RELATORIO DO ORÇAMENTO DA UNIÃO, NA COMISSÃO MISTA DE PLANOS, ORÇAMENTOS PUBLICOS E FISCALIZAÇÃO.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
POLITICA INTERNACIONAL. POLITICA EXTERNA. REGIMENTO INTERNO.:
  • LEITURA DO OFICIO DA ASSEMBLEIA DA REPUBLICA PORTUGUESA, NO QUAL OS PORTUGUESES DENUNCIAM A DRAMATICA SITUAÇÃO ENFRENTADA PELOS PARTIDARIOS DA INDEPENDENCIA DO TIMOR LESTE. SOLIDARIEDADE AO POVO DO TIMOR LESTE. ANUNCIO DE REUNIÃO DE LIDERES PARTIDARIOS NA PROXIMA TERÇA FEIRA, AS 10 HORAS, PARA DEFINIR O RELATORIO DO ORÇAMENTO DA UNIÃO, NA COMISSÃO MISTA DE PLANOS, ORÇAMENTOS PUBLICOS E FISCALIZAÇÃO.
Publicação
Publicação no DSF de 09/09/1999 - Página 23477
Assunto
Outros > POLITICA INTERNACIONAL. POLITICA EXTERNA. REGIMENTO INTERNO.
Indexação
  • LEITURA, OFICIO, PRESIDENTE, PARLAMENTO, GOVERNO ESTRANGEIRO, PORTUGAL, REPUDIO, SITUAÇÃO, POVO, PAIS ESTRANGEIRO, TIMOR LESTE, LUTA, INDEPENDENCIA, CRITICA, VIOLENCIA, DESRESPEITO, PLEBISCITO, NECESSIDADE, MOBILIZAÇÃO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), COMUNIDADE, AMBITO INTERNACIONAL.
  • SOLIDARIEDADE, PRESIDENCIA, SENADO, REPUDIO, VIOLENCIA, PAIS ESTRANGEIRO, TIMOR LESTE, INDONESIA, CRISE, LUTA, INDEPENDENCIA.
  • ESCLARECIMENTOS, TRAMITAÇÃO, MATERIA, REFERENCIA, ORÇAMENTO, PLANO PLURIANUAL (PPA), RESPEITO, REGIMENTO COMUM, ESPECIFICAÇÃO, ELEIÇÃO, PRESIDENTE, VICE-PRESIDENTE, RELATOR.
  • CONVOCAÇÃO, REUNIÃO, LIDER, PARTIDO POLITICO, SENADO, CAMARA DOS DEPUTADOS, OBJETIVO, ESCOLHA, RELATOR, PLANO PLURIANUAL (PPA).

O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Magalhães) - Srªs e Srs. Senadores, tenho duas comunicações a fazer à Casa.

À primeira diz respeito ao assunto tratado pelos Senadores Eduardo Suplicy, Emilia Fernandes e Tião Viana.

Recebi, da Assembléia da República Portuguesa, o seguinte Ofício, que passo a ler:

      “Sr. Presidente e meu Prezado Colega:

      Interpretando o sentimento que neste momento domina os membros da Assembléia da República do meu País, venho junto de V. Exª exprimir a nossa mais profunda preocupação, e não menor indignação, pela dramática situação em Timor Leste.

      Ao Exercício do Direito de autodeterminação do seu Povo, de forma tão responsável e tão ordeira, está a seguir-se uma verdadeira matança de inocentes por milícias armadas pela Indonésia, perante a passividade e, mais do que isso, a conivência, da polícia e do exército indonésios.

      Perante o vazio informativo que está a ser metodicamente promovido, é de recear um novo genocídio semelhante ao que ocorreu em 1975, sem que dele o Mundo tivesse tido outra notícia que não o relato insuspeito da Cruz Vermelha Internacional.

      A Comunidade Internacional, e em especial a ONU e o seu Conselho de Segurança, não podem demorar por mais tempo uma resposta adequada à situação em Timor Leste, sob pena de o direito à autodeterminação neste território se converter numa armadilha e numa traição.

      Estão em causa a consciência universal, os direitos humanos, a vida e a liberdade de um Povo heróico e mártir que lutou durante um quarto de século pelo direito de autodeterminar o seu futuro, e que enfrenta o risco de o ter exercido em vão.

      Venho apelar à solidariedade do meu prezado colega para que tudo faça em ordem a que a ONU e a Comunidade Internacional assumam as suas responsabilidades perante o Povo de Timor e perante si mesmas. E que as assumam a tempo e de forma eficaz, nomeadamente através de uma força de intervenção multilateral de paz, o mais possível com o acordo das autoridades legítimas da Indonésia.

      Cordiais saudações.

      Palácio de S. Bento, 6 de setembro de 1999.

      O Presidente da Assembléia da República,

      Antônio de Almeida Santos.”

           A Presidência assume a solidariedade com o caso Timor Leste, uma indignação geral em todo o País.

Chamo atenção dos Srs. Senadores para o fato de a tramitação das matérias que devam ser objeto do exame e parecer da Comissão Mista Permanente de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, de acordo com o disposto no art. 166, caput, in fine, da Constituição Federal, é aquela estabelecida na forma do Regimento Comum.

A Lei Maior, ao assim dispor, deu força de norma constitucional àquelas estabelecidas no Regimento Comum, no que se refere à tramitação dessas matérias.

Dando complemento àquelas disposições constitucionais, o Congresso Nacional fez baixar, em 15 de setembro de 1995, a Resolução 2/95-CN, que, como parte integrante do Regimento Comum, art. 1º, estabeleceu em seus artigos 7º e 9º as normas a serem obedecidas quanto a escolha do Presidente, dos Vice-Presidentes, do Relator-Geral e dos demais relatores daquelas proposições.

Dispõe a Resolução em referência, como princípio geral, que o relator das matérias não devem ser da mesma Casa ou do mesmo partido daquele parlamentar que exercer a Presidência da Comissão. Esse princípio está estabelecido, de maneira clara e precisa, no art. 7º, §3º, e de maneira genérica no caput do art. 9º da referida Resolução.

Convém lembrar que, a partir da promulgação dessa Resolução, em 1995, as disposições referentes à escolha das presidências e à designação dos relatores vêm sendo rigorosamente observadas, mesmo quanto à do relator-geral do Plano Plurianual em 1995.

A apreciação do Plano Plurianual faz-se necessária como preliminar para a deliberação do Orçamento anual, tendo as duas matérias prazos de tramitação estabelecidos no Congresso Nacional.

Esclareça-se que os relatores das matérias, segundo o disposto no art. 9º da Resolução nº 2, de 1995, são escolhidos por indicação das lideranças partidárias ou dos blocos parlamentares, observado o critério da proporcionalidade partidária, e designados pelo Presidente da Comissão.

Constatando que há divergências de entendimento daquelas normas regimentais no que diz respeito à designação do Relator-Geral do Plano Plurianual, uma vez que tanto a liderança do PFL na Câmara quanto a do PMDB no Senado a reivindicam, e cabendo a esta Presidência, no uso da competência que lhe assegura o §5º do art.57 da Constituição Federal, fazer cumprir, na direção dos trabalhos do Congresso Nacional, as normas constitucionais e regimentais, convoco uma reunião de lideranças partidárias dos blocos parlamentares das duas Casas do Congresso a realizar-se na próxima terça-feira, às dez horas, para que o assunto seja esclarecido.

Não há, pois, Relator designado para o Orçamento Plurianual. Qualquer manifestação feita antecipadamente por qualquer dos partidos ou por qualquer pretenso relator, evidentemente, não tem validade antes da reunião das lideranças partidárias. Assim dizem as normas e assim vou cumprir. Quero que isso fique esclarecido porque a autoridade do Congresso não pode ser jogada de lado.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Magalhães) - Concedo a palavra a V. Exª.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Sr. Presidente, com relação ao primeiro assunto abordado por V. Exª, tão relevante é a decisão da Assembléia Nacional Portuguesa que o seu Presidente teve o cuidado de enviar comunicação a V. Exª. Dada a importância do assunto e da interação dos povos de língua portuguesa, de Portugal e do Brasil, requeiro que possa o Senado Federal manifestar a aprovação dos termos, devido à forma tão feliz com que se expressou a Assembléia Nacional Portuguesa, na mensagem que nos foi enviada, para que V. Exª transmita àquela Assembléia que o Senado Federal está de pleno acordo com o manifestado pelos parlamentares portugueses.

O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Magalhães) - Já expressei a minha opinião. Como haverá sessão deliberativa amanhã, pela manhã, colocarei em votação antes da Ordem do Dia.

De acordo com o deliberado, devemos encerrar os trabalhos para irmos às Comissões.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Sr. Presidente, abro mão da minha inscrição para que as Comissões funcionem.

O SR. JEFFERSON PÉRES (Bloco/PDT - AM) Também cancelo a minha inscrição, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/09/1999 - Página 23477