O SR. LUIZ OTÁVIO (PPB - PA. Como Líder, pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fiquei bastante satisfeito com a forma como o Senador Pedro Simon se apresentou em plenário e muito mais ainda pela apresentação do Líder do Governo, Senador José Roberto Arruda. Mas, considero interessante fazer algumas considerações rápidas, porque, inclusive, o meu Partido, o PPB, que faz parte da base do Governo, de certa forma, foi citado.  

Quero dizer ao Senador Pedro Simon que agora, daqui para frente, realmente viveremos entre Tápias e beijos. Vamos ficar com o Sr. Alcides Tápias, que, na verdade, é uma pessoa que tem o aval e que foi escolhida com a mesma intenção que teve o Presidente Itamar Franco ao escolher Fernando Henrique. Quem sabe também não estejamos escolhendo um novo Fernando Henrique nos nossos tempos.  

É também interessante e importante colocar que o momento que vivemos, quando o Presidente fala em guerra, quando convoca os seus Ministros, sua base de Governo, a guerra é a guerra política. Estamos realmente num embate. A oposição tem se manifestado de forma contundente. É natural até. Vivemos um momento de campanha. E a guerra tem efeito figurado, com certeza.  

É pena que o Senador Pedro Simon já tenha se retirado do plenário, mas amanhã estará aqui novamente para poder confirmar ou não o que ouvi hoje pela manhã. S. Exª disse que foi convidado para ser Líder do Governo, ainda no primeiro mandato do Presidente Fernando Henrique , e não aceitou porque ele era contra as alianças, ele discordava das alianças que o Presidente havia feito. Aí pergunto: é contra quem, o Senador Jorge Bornhausen, que é do PFL? S. Exª é contra o Senador Jader Barbalho, que é do PMDB, que também se aliou ao Presidente Fernando Henrique, agora principalmente, no segundo mandato? Ou S. Exª é contra o PPB, que agora está sendo dirigido e coordenado pelo Deputado e ex-Ministro Delfim Netto? Não entendi, realmente, a forma como o Senador Pedro Simon apresentou não somente a sua discordância, mas a recusa ao desafio de ser Líder do Governo porque discordava das alianças.  

Deixo aqui a minha dúvida, e creio que da maioria das pessoas que ouviram o Senador Pedro Simon, hoje pela manhã, de que precisamos descobrir também se é do próprio partido a que S. Exª pertence, o PMDB, se é do PFL ou se pode até ser do pequeno PPB, com sua força maior na Câmara dos Deputados, por mais de 50 Deputados Federais, e aqui com os minguados três Senadores, mas que estão sempre na defesa dos interesses do Governo.  

Aproveito o tempo, já que o tenho, para usá-lo como a Senadora Marina Silva o fez muito bem, para, falando em nome da liderança do meu Partido o PPB, fazer um registro em nome do Senador Jarbas Passarinho.  

Durante a votação e a aprovação, por esta Casa, do projeto de lei que constará agora do plano de obras, a rodovia transoceânica ligando o meu Estado do Pará ao Estado do Maranhão por via litorânea, o Senador Ademir Andrade, no seu encaminhamento de votação, favorável ao projeto, fez referência ao Senador Jarbas Passarinho, dizendo que, à época em que era Senador dos governos militares e Ministro de Estado, S. Exª foi responsável pelo fechamento da nossa ferrovia, ligando a capital do Estado, Belém, à Bragança.  

Na verdade, isso não ocorreu. Todos nós, paraenses, sabemos disso. Deve ter sido uma questão de memória ou alguma informação distorcida que entregaram ao Senador Ademir Andrade.  

A modificação feita por meio do Plano de Viação de Obras, à época, pelo governo e apoiado pelo Senador Jarbas Passarinho, deveu-se à nossa ferrovia ser muito antiga, arcaica, de bitola estreita nos trilhos e de velocidade muito reduzida das locomotivas.  

Então, a construção de uma rodovia moderna, que ligou a Capital do Pará à região do Salgado e, em especial, à Bragança, substituiu a ferrovia. É uma rodovia moderna, que está lá até hoje, tendo uma trafegabilidade muito maior. Os custos, na ocasião, foram menores, tendo em vista a condição do Governo Federal na construção de Brasília e principalmente da Rodovia Belém-Brasília, que ligou o norte do País ao sul e ao sudeste, pelo centro.  

Era o que tinha a dizer.  

Muito obrigado, Sr. Presidente.