O SR. LAURO CAMPOS (Bloco/PT-DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Senadores, antes de começar o meu discurso, como não tive tempo de fazer um aparte ao eminente Senador que me antecedeu, gostaria de tecer aqui algumas considerações. O Presidente hoje, pela manhã - escutei a oração do nobre Senador Osmar Dias - disse que nós, do Legislativo, somos os culpados.  

Sua Excelência realmente não tem culpa de nada. Estou convencido há muito tempo de que Sua Excelência não pode ser culpado, pois, para sê-lo, é preciso ter alguns pré-requisitos. A culpabilidade não é atribuída a todos os seres humanos, porque depende de pré-requisitos que – e não vou enumerá-los – Sua Excelência há muito demonstrou não ter.  

A taxa de juros está muito elevada. Nós somos os culpados...  

Será que fomos nós que aceitamos as injunções do FMI? Será que fomos nós que adotamos o diagnóstico do FMI de que o problema do Brasil era a inflação disparada, galopante, decorrente de um acesso de um excesso de demanda.  

O diagnóstico é equivocado. O diagnóstico é falso e mentiroso. Foi esse diagnóstico que justificou todo o sucateamento e todos esses absurdos, encontrando, obviamente, uma lógica no Plano Real que prevaleceu durante todo esse tempo. É uma lógica perversa, destruidora e impatriótica e que fez com que nos submetêssemos a todas as exigências do capitalismo internacional e destruíssemos nosso parque industrial e nossos empregos para criarmos empregos lá fora. Nos Estados Unidos, a dívida do setor público - só a feÂû