A SRª. HELOISA HELENA (Bloco/PT - AL. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, gostaria de prestar a minha solidariedade à Juíza Nirvana de Mello Vianna, de Porto Calvo, e dizer do profundo constrangimento por que passa a nossa querida Alagoas.  

Porto Calvo, uma cidade da Zona da Mata, vive uma situação extremamente difícil e também tem a marca da pistolagem, do crime organizado. A Juíza de Porto Calvo denunciou um esquema de prostituição infantil monstruoso, vergonhoso, deplorável, que envolve promotores, juízes, políticos e fazendeiros da região. É evidente que as pessoas que estão sendo citadas nesse inquérito não são acometidas de nenhuma patologia, mas de outro tipo de característica extremamente abominável, porque um homem que precisa da prostituição infantil, sem dúvida, é o lixo humano de uma sociedade.  

A Juíza já teve a oportunidade de passar por uma situação extremamente angustiante, quando seu cunhado, Sílvio Vianna, uma pessoa pela qual todos nós temos o maior respeito, foi covardemente assassinado há dois anos, simplesmente porque buscava rever o maldito e famigerado acordo dos usineiros.  

Fica aqui o meu protesto em relação a esse ato abominável de prostituição infantil, que envolve personalidades políticas, pessoas ligadas ao Poder Judiciário e fazendeiros da região. Sem dúvida, esses homens representam o lixo humano da sociedade, pois, infelizmente, usam a prostituição de crianças de 10 a 12 anos na querida cidade de Porto Calvo.  

Espero que a CPI do Judiciário tenha a oportunidade de escutar a Juíza Nirvana de Mello Vianna, para que não ocorra com ela o que aconteceu com o juiz que fez denuncias. S. Exª está sendo vítima da mais perversa e covarde ameaça, que é a de morte.  

Assim, expresso minha indignação diante do fato. Tenho certeza de que falo em nome de todas as mulheres e homens de bem e de paz do querido Estado de Alagoas, que, neste momento, prestam solidariedade à Juíza, que, de forma corajosa, responsável e conseqüente, denuncia esse tipo de abuso, de fato lamentável e abominável, que é a prostituição infantil.  

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.  

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