O SR. FRANCELINO PEREIRA (PFL-MG) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, estive no Rio de Janeiro, no dia 16 último, para representar esta Comissão Especial do Cinema e o Senado Federal na abertura do Festival do Rio 99.  

A impressão que trago é realmente boa: com este festival, o Rio de Janeiro demonstra ter, de fato, os ingredientes necessários para transformar-se em capital mundial do cinema, ao sul do Equador.  

O Festival do Rio surgiu da fusão dos dois mais importantes festivais de cinema da cidade - o MostraRio e o RIO CINE - e nasceu com a disposição de ser o principal evento do gênero no País.  

Por trás dessa arrojada iniciativa está um grupo de jovens empreendedores com o espírito do cinema alternativo. São eles: Vilma Lustosa, Marcelo Mendes, Iafa Britz, Marcos Didonet, Nelson Krumholz, Walquíria Barbosa, Ilda Santiago e Adriana Rattes.  

O Festival Rio 99 vai de 16 a 30 de setembro, apresentando 500 filmes e vídeos de 55 países, dos Estados Unidos à Lituânia, e exibidos em 25 salas de cinema, da Barra da Tijuca a Caxias.  

São mais de 25 ciclos paralelos, a começar pelo Panorama Mundial das produções recentes, seguido pela Première Brasil, com pré-estréias de filmes brasileiros, passando por Imagens Espanholas e Argentinas, e três retrospectivas com as produções do brasileiro Roberto Farias, do inglês John Cassavetes e do russo Andrei Tarkovski.  

Por tudo isso, a imprensa do País está saudando o Rio 99 como um "mega-evento" e "o maior festival de cinema da América Latina", merecidamente.  

À cerimônia de abertura compareceram a imprensa, a classe artística e o mercado audiovisual do País e do exterior.  

Representantes do Prefeito e do Governador do Estado (José Carlos Avellar, da RioFilme e Adriano de Aquino, Secretário Estadual de Cultura), discursaram sobre a importância do evento. O Secretário do Audiovisual José Álvaro Moisés falou, representando o Ministro da Cultura Francisco Weffort.  

Em nome da PETROBRAS, falou o presidente da BR Distribuidora, Sr. Luis Antonio Viana. Pela outra empresa patrocinadora, a Telemar, falou seu presidente, o Sr. Manoel Horácio.  

Falou, ainda, o Sr. Francisco de Paula Pinto Jr., diretor do Grupo Severiano Ribeiro, proprietário do Cinema Odeon.  

Fechado há quatro meses, o Cinema Odeon, localizado na tradicional Praça da Cinelândia, está atualmente sob a administração do Grupo Estação, empresa dos jovens empresários mencionados acima.  

Patrimônio arquitetônico e cultural da Cidade Maravilhosa, o Cinema Odeon sofreu ampla reforma para se transformar na sede do Festival. E este é mais um efeito positivo deste evento: a recuperação e devolução, ao povo carioca, desta tradicional sala de exibição.  

A cerimônia foi conduzida pelo ator Othon Bastos, que se vestiu de pastor para, numa alusão à quase transformação dessa sala em igreja, convocar a platéia a louvar a reabertura do velho "palácio" ou "templo", um marco na celebração do Cinema enquanto arte e meio de expressão de nossa identidade cultural.  

O ator americano Forest Withaker, estrela do filme de abertura, "Ghost Dog", veio ao Brasil especialmente para a cerimônia e foi aclamado pela platéia.  

Igualmente aplaudidos foram o cineasta Roberto Farias e os diretores dos novos filmes brasileiros inscritos: Carlos Reinchenbach, Eduardo Coutinho, João Batista de Andrade, Alberto Graça, Sérgio Resende, Aluísio Didier e Ricardo Bravo.  

Depois da cerimônia, os convidados dirigiram-se ao Palácio Guanabara para uma grande festa oferecida pelo Governador Anthony Garotinho nos jardins, que durou até a madrugada.  

O Festival do Rio 99 continua até o dia 30 de setembro, com uma expectativa de público de 100 mil pessoas. Seus convidados hospedam-se no Hotel Copacabana Palace - onde também acontecem encontros e seminários de mercado.  

Por esses quinze dias, o Rio de Janeiro, sem dúvida, concentra as atenções do mundo do cinema.  

Informo ainda, que estive, anteontem à noite, no Teatro Nacional para a ver a retrospectiva dos 50 anos de carreira da nossa querida Fernanda Montenegro. Sua extraordinária capacidade de atriz estava ali claramente exposta através de fotos, pôsteres, vídeos, sons, entrevistas, cartas, bilhetes, todos reminiscentes do teatro, do cinema e da televisão brasileiros, dos anos 50 até o presente. Por mais de duas horas, Fernanda cumprimentou e conversou com todas as pessoas que compareceram à mostra de sua vida. Foi-lhe entregue, em mãos, a separata "Ressurreição do Cinema", documento que contribuiu para viabilizar a criação e instalação desta Comissão Especial do Cinema.  

Muito obrigado.  

PÌ