Discurso no Senado Federal

COMEMORAÇÃO DO DECIMO PRIMEIRO ANIVERSARIO DA CRIAÇÃO DO ESTADO DE TOCANTINS.

Autor
Leomar Quintanilha (PPB - Partido Progressista Brasileiro/TO)
Nome completo: Leomar de Melo Quintanilha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • COMEMORAÇÃO DO DECIMO PRIMEIRO ANIVERSARIO DA CRIAÇÃO DO ESTADO DE TOCANTINS.
Publicação
Publicação no DSF de 07/10/1999 - Página 26965
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, CRIAÇÃO, ESTADO DO TOCANTINS (TO), REGISTRO, COMEMORAÇÃO, POPULAÇÃO, GOVERNADOR.
  • REGISTRO, HISTORIA, ESTADO DO TOCANTINS (TO), DESENVOLVIMENTO SOCIAL, EDUCAÇÃO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, SANEAMENTO, ENERGIA ELETRICA, MUNICIPIOS, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, ESPECIFICAÇÃO, OBRA PUBLICA, USINA HIDROELETRICA.

O SR. LEOMAR QUINTANILHA (PPB - TO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr as e Sr s Senadores, o Tocantis, ontem, comemorou o seu 11º aniversário em alto estilo, porque a comemoração, de forma festiva, contou com a participação, animada, alegre, da população tocantinense.  

Esteve o Governador Siqueira Campos no canteiro de obras daquela que é a mais importante obra em execução em nosso Estado, a usina hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães, com a população daquele Município e de outros Municípios vizinhos, comemorando o 11º aniversário desse que é o mais novo Estado da Federação, desse que se projeta como uma das esperanças efetivas de contribuir para que o Brasil encontre definitivamente o seu caminho do desenvolvimento e do progresso.  

Relembrar, nesses parcos 11 anos, as profundas transformações que ocorreram naquelas belas paragens cingidas por dois dos mais importantes mananciais deste País, os rios Araguaia e Tocantins, é algo fenomenal, quase mágico, extremamente contagiante.  

Criado com apenas 62 Municípios, Sr. Presidente, o Tocantins tinha, na época, 900 mil habitantes e à sua disposição — para fornecer um dado social — apenas 62 leitos públicos hospitalares.  

A demanda reprimida na área da educação era assombrosa. Havia quase a mesma quantidade de crianças fora da sala da aula — comparando-se àquelas atendidas pela capacidade limitada do Estado. A realidade hoje é extremamente diferente. Modernos estabelecimentos de ensino foram instalados nas mais diversas regiões do Estado, em todos os Municípios, e a demanda reprimida foi totalmente assistida. Hoje, no Tocantins, todas as crianças em sala de aula recebem uma instrução moderna e efetiva, que permite a formação da nossa criança, do nosso adolescente e do nosso jovem para o exercício pleno da cidadania e para a competitividade que o mundo moderno está impondo a qualquer sociedade.  

Somos hoje 139 Municípios, todos com assistência básica e essencial às condições mínimas de vida que a dignidade exige. A totalidade dos Municípios têm água tratada, energia elétrica e a maioria dos serviços públicos oferecidos. Há razões de sobra para que o povo do Tocantins comemore, com alegria e satisfação, esse 11º ano de vida. Ali, há uma manifestação continuada, uma movimentação permanente, frenética, de construir o futuro, o progresso, com tudo o que se realiza. Nós vemos com alegria obras que talvez, para os mais céticos, estariam muito além da capacidade de construção, de implementação de um Estado pobre e novo, como o Tocantins.  

Lembrei há pouco a Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães, uma megaobra, importantíssima, não só para o Estado, mas para toda a região e para o Brasil, que tem uma demanda reprimida grande de energia elétrica, e a usina hidrelétrica do Lajeado, que, ao ficar pronta no ano 2001, superará as necessidades do Estado e venderá o seu excedente principalmente para as regiões onde há uma demanda mais acentuada, notadamente a Região Sul e Sudeste do País.  

Refiro-me aos programas de aproveitamento das condições climáticas que o Tocantins tem, extremamente privilegiadas, com a implantação de projetos, como o Projeto Rio Formoso, que abrange uma das áreas com singulares potencialidades, em que se podem realizar pelo menos duas safras por ano, e o Prodecer, que é o Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro para o Desenvolvimento dos Cerrados, na região de Pedro Afonso, às margens do Rio Tocantins, onde a agricultura pujante demonstra a grande condição e capacidade que tem o Estado de organizar e fortalecer a sua produção e a sua economia.  

Refiro-me às hidrovias do Araguaia e Tocantins como uma verdadeira proposta de reformulação da logística de transporte existente no País, que, de forma equivocada, há anos, vem privilegiando a modal rodoviária, apenando sobremodo os Estados interioranos como o Tocantins, que tem um custo adicional para adquirir os insumos de que precisa para produzir. Tem esse custo adicional novamente, quando se propõe a colocar seus produtos nos diversos mercados nacionais ou internacionais.  

Aliada às hidrovias do Araguaia e Tocantins, estamos empenhados na implantação da Ferrovia Norte-Sul. Ainda no começo deste mês, o Ministro Eliseu Padilha, o Governador Siqueira Campos e várias autoridades estiveram novamente com a população do Tocantins, comemorando o início das obras, em nosso território, dessa importante modal de transportes que é a Ferrovia Norte-Sul. Com ela, sim, com as hidrovias e com uma articulação completa das diversas modalidades de transportes ali utilizados, vamos efetivamente mudar a matriz de transporte deste País, que deixa de ser uma necessidade meramente regional e se transforma em nacional. Não é uma aspiração regional, mas uma necessidade nacional.  

Temos que comemorar com alegria a implantação da nossa capital Palmas, a última capital do segundo milênio. Trata-se de uma cidade moderna que emerge do cerrado, do inóspito, em uma demonstração da capacidade dos técnicos brasileiros. Construída pela vontade do povo tocantinense dentro dos conceitos mais modernos de arquitetura e urbanismo, a capital Palmas vem mostrando a força e o poder de sonho e de realização da brava gente tocantinense.  

No Tocantins, Sr. Presidente, estamos combatendo uma das mais graves mazelas que afligem a população brasileira, que é o desemprego. Combatemos com ação, com realização, com essas obras que acabo de mencionar e com outras importantíssimas, como a de eletrificação rural, que se iniciou recentemente. Construiremos mais de 30 mil quilômetros de energia rural, mudando a realidade do campo tocantinense, mudando a realidade da produção rural do nosso Estado. Ali, nós combatemos o obscurantismo e o atraso com o esforço da construção e com investimento na inteligência. Modernizamos os nossos estabelecimentos de ensino de primeiro e segundo graus.  

O Estado é o único que ainda não tem uma universidade federal. Espero sensibilizar, Sr. Presidente, o Sr. Ministro da Educação, para que não continue o Tocantins a ser apenado sem uma unidade de ensino público de terceiro grau. No entanto, com a coragem do Governador Siqueira Campos e seu discernimento, S. Exª sabe que não se promove o progresso e o desenvolvimento de um povo se não o educar, se não aprimorar seus conhecimentos. E ainda com as dificuldades e limitações do Estado, criou sua própria universidade, com o propósito primeiro de melhorar, de aprimorar os conhecimentos dos nossos professores da rede de primeiro e segundo graus, para evitar a sangria nas famílias tocantinenses, cujos filhos que tinham condição de adentrar o ensino superior demandavam outros Estados. E lá, Sr. Presidente, envolvidos em questões emocionais, casavam e ficavam por lá. Ou envolvidos em questões profissionais, arranjavam emprego, ficavam por lá e deixavam de trazer a contribuição que o aprimoramento de seus conhecimentos poderia oferecer à consolidação do nosso Estado. Perdia o Estado, e parou de perder a partir da criação da Unitins, da nossa universidade.  

Combatemos o desemprego com obras, com realizações, com programas de construção e de melhoramento da moradia popular.  

Enfim, Sr. Presidente, temos razões de sobra para fazer com que os demais Estados brasileiros, com que nossos irmãos brasileiros conheçam a nova realidade que está sendo construída no coração do Brasil. Ali vivemos com confiança no futuro, com esperança de que o Tocantins, efetivamente, poderá dar a sua contribuição, de forma decisiva e importante, para o realinhamento da construção deste grande Brasil, desta grande Pátria que tanto amamos e por quem tanto lutamos.  

Nesta data em que o povo tocantinense se regozija, quero cumprimentar o bravo Governador Siqueira Campos, quando Deputado bastante determinado, arrancou da Assembléia Nacional Constituinte - a nova Constituição também comemora 11 anos - a criação do nosso Estado, como também a brava gente do Tocantins, por tudo que está sendo feito nessa verdadeira epopéia no coração do Brasil.  

Muito obrigado, Sr. Presidente.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/10/1999 - Página 26965