O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PFL - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje se comemora no País o Dia do Professor e eu quero, portanto, prestar uma homenagem a essa classe tão sofrida. Embora já esteja marcado para a semana que vem um dia para homenageá-los, quero fazer esse registro, prestando a minha solidariedade a essa classe de profissionais que tem sido olhada de maneira pouco adequada, diria mesmo, inadequada, considerando-se a questão salarial e principalmente as condições de trabalho da maioria dos professores em todo Brasil, desde aqueles do mais longínquo interior dos Estados do Norte e do Nordeste até aqueles das universidades, principalmente daquelas que estão se implantando, que estão se consolidando, como é o caso da Universidade Federal de Roraima, Estado que tenho a honra de representar neste Senado.  

É inadmissível, por exemplo, que o mesmo salário que recebe um professor para dar aulas em São Paulo, no Rio de Janeiro, numa universidade consolidada, equipada, com condições de trabalho, seja o mesmo que recebe um professor para dar aulas em Roraima, onde paga um aluguel caríssimo, onde está exposto a endemias, como hoje está noticiado nos jornais, como a malária, a própria febre amarela e outras doenças tropicais que não existem no Sul.  

Portanto, penso que essa desigualdade também no trato da peça chave da educação, que é o professor, precisa ser corrigida com urgência. Reconheço que o Ministro Paulo Renato tem feito alguns avanços consideráveis, olhando melhor para o professor, principalmente na questão do ensino fundamental.  

Queria também, aproveitando essa homenagem ao professor, referir-me à questão da Universidade Federal de Roraima, que se encontra sob intervenção há alguns meses. Agora, pelo afastamento do reitor titular, assumiu o vice-reitor. Os mandatos do reitor e do vice-reitor acabam no final do mês de outubro, e, até o momento, não foi adotada uma postura objetiva, de vontade efetiva de convocar as eleições para os cargos de reitor e vice-reitor da Universidade Federal de Roraima. E já se ouve falar que o próprio Ministério tem a intenção de nomear outro interventor, um reitor pro tempore , sob a alegação de que a Universidade ainda está imatura para possuir reitores eleitos, como se já não tivessem sido eleitos dois reitores desde a sua implantação.  

Então, faço aqui um protesto em nome dos seus professores, uma vez que também sou professor daquela Universidade. Eu gostaria de levar esse protesto até o Ministro da Educação, ao Secretário de Ensino Superior do MEC, solicitando não se repita mais, a partir do dia 30 de outubro, uma nova nomeação de reitor pro tempore . Penso que é um exemplo antidemocrático que o Ministro Paulo Renato poderá dar à comunidade acadêmica da Universidade Federal de Roraima nomear novamente um interventor. A comunidade acadêmica - alunos, professores e funcionários técnico-administrativos - quer e deseja sejam convocadas eleições o mais rapidamente possível, não se permitindo que, com o encerramento do mandato no dia 30 de outubro, haja desculpa ou saída para a nomeação de novo interventor.  

Portanto, finalizo as minhas palavras homenageando os professores de todo o Brasil, mas, muito especialmente, os professores do Estado de Roraima, o Estado mais ao norte deste País, que está muito mais para a Venezuela do que para o Brasil. O Brasil precisa olhar com maior carinho e atenção para o Estado de Roraima.  

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.  

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