Discurso durante a 148ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM POSTUMA PELO TRANSCURSO, NO ULTIMO DIA 23, DE UM ANO DO FALECIMENTO DO SENADOR VILSON KLEINUBING.

Autor
Geraldo Althoff (PFL - Partido da Frente Liberal/SC)
Nome completo: Geraldo César Althoff
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM POSTUMA PELO TRANSCURSO, NO ULTIMO DIA 23, DE UM ANO DO FALECIMENTO DO SENADOR VILSON KLEINUBING.
Aparteantes
Casildo Maldaner, Ney Suassuna.
Publicação
Publicação no DSF de 27/10/1999 - Página 28494
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, VILSON KLEINUBING, SENADOR, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC).

O SR. GERALDO ALTHOFF (PFL - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o fato que me traz à tribuna neste momento - tenho absoluta convicção e absoluta certeza - irá exteriorizar e refletir o sentimento e o pensamento de muito dos meus Pares. Quero externar, inclusive, o desejo que me foi transmitido pelo nobre Senador José Roberto Arruda de que pudesse S. Exª mesmo aduzir a homenagem que me proponho fazer.  

Quero prestar uma justa homenagem a um grande Parlamentar que nos deixou saudades e bons frutos, Parlamentar de espírito aguerrido, mesmo quando acometido de grave doença. Quero rememorar com os Pares desta Casa um grande político chamado Vilson Pedro Kleinübing.  

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, refiro-me a um amigo, a um grande político do meu Estado, a um homem que marcou a sua passagem pela história, obrando com amor por Santa Catarina e pelo Brasil.  

No sábado próximo passado, dia 23, fez exatamente um ano do falecimento prematuro do Senador Vilson Kleinübing. Digo prematuro posto que acompanhava, ainda, o Senador Vilson Kleinübing um lastro de idéias, guindadas por um ser humano combativo, inovador e empreendedor que nos permite admitir que as suas realizações ainda não haviam se esgotado, ao contrário, estavam alcançando, naquele momento, o seu auge.  

Digo isso com tanta certeza, Sr. Presidente, pois, por ocasião do seu funeral, lá compareceram políticos de projeção nacional, o que oportuniza afirmar que o seu trabalho não ficou restrito ao solo barriga-verde, mas foi um trabalho reconhecido, de mérito, por toda a Nação brasileira. Naquela oportunidade, exteriorizando o sentimento nobre do povo de Santa Catarina e de todo o povo brasileiro, usaram da palavra o Senador Casildo Maldaner e o nosso Governador Espiridião Amin, exteriorizando o sentimento que existia, naquele momento, em todos aqueles que lá estavam, inclusive o sentimento desta Casa.  

Quero parafrasear, como o fiz em meu primeiro discurso nesta Casa quando me referi ao Senador Vilson Kleinübing, o Senador Roberto Requião, que também esteve conosco naqueles dias em Santa Catarina. Quando se dirigiu à imprensa do meu Estado, referindo-se ao Senador Vilson Kleinübing, S. Exª assim colocou: "Eu perdi o meu melhor amigo e o Senado perdeu seu melhor Senador". Não tenho dúvida sobre os méritos daquele que tenho e continuo tendo a responsabilidade de substituir. Na oportunidade do meu primeiro discurso, salientei ser uma tarefa difícil, árdua, substituir tão vultosa personalidade como soube ser o Senador Vilson Kleinübing. Afirmei ainda que é muito mais difícil substituir do que iniciar. Quando aqui cheguei, em decorrência do falecimento de Vilson Kleinübing, não encontrei dos Pares desta Casa senão palavras elogiosas ao Senador e, principalmente, de profunda irresignação que significava para todos nós a perda do Senador Vilson Kleinübing.  

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Permite-me V. Exª um aparte?  

O SR. GERALDO ALTHOFF (PFL - SC) - Pois não, nobre Senador.  

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Sr. Senador, tive a honra de conviver com Vilson Kleinübing, como muitos colegas aqui, e a nossa amizade era uma amizade estreita. Nós convivíamos na Comissão de Assuntos Econômicos e, muitas vezes, fui ao seu Estado a convite do Senador Vilson Kleinübing. Viajamos também ao exterior duas vezes e realmente S. Exª era um grande Senador. Santa Catarina pode se orgulhar de ter tido um Senador como Vilson Kleinübing. Mas a substituição não deixou a desejar, V. Exª também tem feito uma trajetória bonita nesta Casa, e, apesar de menos tempo, já me orgulho muito da convivência e da amizade com V. Exª.  

O SR. GERALDO ALTHOFF (PFL - SC) - Agradeço as palavras do insigne Senador Ney Suassuna não só em referência a minha pessoa, mas, acima de tudo, em referência ao Senador Vilson Pedro Kleinübing, exteriorizando, assim, o sentimento de toda a Casa do Senado.  

Sr. Presidente, tantas foram as palavras de regozijo àquele a quem tenho a responsabilidade de suceder que, dentro de mim, ficou a consciência do firme empenho necessário da minha parte para que eu pudesse dar um sentimento de continuidade não só aos compromissos do meu Estado, mas também para o bom desenvolvimento do País e, por conseqüência, dar continuidade aos bons trabalhos desenvolvidos por todos os Senadores catarinenses que nos antecederam.  

Permitam-me dizer, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que minha missão não foi de substituí-lo, porque, se assim o fosse, estaria somente olhando o passado. Mas, pensando no futuro, digo que a minha tarefa é dar continuidade às boas sementes aqui semeadas, principalmente pelo Senador Vilson Pedro Kleinübing. Suas palavras concisas expressavam uma profunda preocupação com o desenvolvimento deste País, principalmente com relação ao corte de gastos, aos desperdícios, à malversação do dinheiro público e ao combate à corrupção. Posso afirmar ser esta meta, o controle financeiro da administração, a principal característica de sua atuação, tanto aqui no Senado Federal, como no Estado de Santa Catarina quando Governador do nosso Estado, o que demonstra ser uma das maiores lições que esse insigne catarinense deixa para todos nós.  

Incansável, lutou até seus últimos momentos pela moralidade na administração pública. Notadamente, levou a termo a Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a averiguar possíveis irregularidades na emissão de títulos públicos e não se cansou enquanto não tivesse provas contundentes daquilo que tinha certeza ser um enorme engodo para gerar riquezas a poucos, em detrimento de muitos. Nesse sentido, sua obra, muitas vezes, foi silenciosa; não exibia a ostentação de uma construção, mas tinha o destino de traçar metas plausíveis para longo prazo, alguns até podem me corrigir, dizendo que não só a longo prazo. Porém, esta Nação ainda não aprendeu a gastar racionalmente seus recursos. Entretanto, a meta erguida pelo meu conterrâneo se faz presente junto a nós outros.  

De formação superior, engenheiro, não era estranho seu preciosismo com os números e com as finanças públicas, elemento que lhe era característica distintiva e fundamental em toda sua carreira pública. Então, permito-me dizer, essa é uma forma de lembrarmos de sua passagem à frente do Senado Federal e do Governo de Santa Catarina.  

Severo em seus embates, demonstrou grande habilidade de diplomata na condução e no processo de estruturação da coligação "Mais Santa Catarina", reaproximando os nossos dois maiores expoentes da política catarinense, nosso Governador Esperidião Amin e o nosso Senador Jorge Bornhausen, fato que coloca esses dois insignes catarinenses em destaque pelos cargos que exercem.  

São muitas as palavras de louvor que poderia lançar ao saudoso Senador Vilson Kleinübing. Com certeza esse assinalado Senador fez parte de uma safra de grandes políticos de Santa Catarina, como os já citados, o atual Governador Esperidião Amin, Senador Jorge Bornhausen, meu nobre colega Casildo Maldaner, entre outros que me furtarei a citar, não por serem de menor importância, mas pelo tempo que me é limitado.  

Tive a constatação de que Vilson Kleinübing a muitos fez falta, isto é, proporcionou saudades. Hoje, seus caminhos são lembrados e seguidos, e o que me traz aqui é tentar perpetuar suas idéias; idéias de um homem que, como disse, não mediu esforços em elevar o nome de Santa Catarina, de perpetuar suas idéias, que são verdadeiras lições de caráter e preocupação com o futuro deste País.  

O sentimento de saudade que eu sinto pelo líder e amigo Vilson Pedro Kleinübing é o mesmo sentimento que sente o povo da minha querida Santa Catarina.  

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - V. Exª me permite um aparte, Senador Geraldo Althoff?  

O SR. GERALDO ALTHOFF (PFL - SC) - Pois não, Senador Casildo Maldaner.  

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - Senador Geraldo Althoff, não solicitei o aparte antes para não interromper a exposição que V. Exª vinha fazendo sobre Vilson Pedro Kleinübing. Aliás, uma exposição digna, real. Quero fazer uma confissão, Senador: como passa rápido o tempo! Até parece que foram ontem os funerais, aos quais todo mundo acorreu, na Assembléia Legislativa, em Florianópolis, em que se disse adeus. Alguns até diziam que não acreditar que era um adeus, que era algo diferente, porque a sua marca ficará para todos, em praças públicas, logradouros e escolas que estarão sendo inaugurados e que levarão o nome de Pedro Vilson Kleinübing. E, na realidade, isso vem ocorrendo. Vamos ser sinceros: como passou rápido um ano da ida do eminente Senador Vilson Kleinübing. E sou insuspeito para falar, pois, como eu disse naquela ocasião, S. Exª era um adversário sereno, digno. Eu era seu opositor e Presidente de uma legenda antagônica à dele e à de V. Exª. S. Exª fazia que dormíssemos menos, fazia que levantássemos mais cedo para pensar nas discussões públicas, porque S. Exª dava trabalho! Sou sincero ao afirmar isto. No final do meu mandato de Governador, passei a S. Exª o comando do Estado, no dia 15 de março de 1998. Tive essa honra. De lá para cá, S. Exª como Governador, disputamos a eleição juntos, em 1994, para o Senado da República. Para cá viemos juntos, para, com o atual Governador, representar o Estado. Sou sincero ao afirmar que S. Exª foi um homem muito prático, pragmático em todos os sentidos. Como eu disse, nós o respeitávamos porque ele era muito franco, não escondia a maneira como iria nos enfrentar. Até avisava a nós, seus adversários; não o fazia à socapa. S. Exª tinha essa franqueza comigo. Muitas vezes, tratar com um adversário franco, leal, é melhor. Em determinados momentos, dentro de casa, não se sabe o que está acontecendo. Afinal de contas, o registro que V. Exª faz pela passagem de um ano, pelo aniversário da viagem do Senador Vilson Kleinübing, é oportuno e quero associar-me às suas palavras. V. Exª disse que foi algo prematuro. Não só prematuro em relação às idéias que S. Exª defendia, à franqueza, ao pragmatismo, mas também em relação à idade. Ele era jovem ainda. Sei que o Senador Kleinübing, V. Exª e o segundo suplente são um triunvirato. Que se incorpora, como a Santíssima Trindade, que é uma coisa só. V. Exª tem o grande papel de seguir essa caminhada, esse trabalho, e sei que o está fazendo com dignidade. Portanto, eu gostaria de, neste momento, Senador Geraldo Althoff, associar-me a essa manifestação. Não só o meu Partido, mas toda a sociedade catarinense sente saudade. E não só os catarinenses e esta Casa, mas o Brasil. Muito obrigado.

 

O SR. GERALDO ALTHOFF (PFL - SC) - Agradeço as palavras de V. Exª.  

A melhor maneira, Sr. Presidente, de terminar esta homenagem ao Senador Vilson Kleinübing, sem dúvida nenhuma, foi escutando as palavras do nobre Senador Casildo Maldaner, meu Colega de Bancada.  

Muito obrigado.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/10/1999 - Página 28494