Discurso no Senado Federal

CRISE NA ALIANÇA PT-PDT NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Autor
Sebastião Bala Rocha (PDT - Partido Democrático Trabalhista/AP)
Nome completo: Sebastião Ferreira da Rocha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • CRISE NA ALIANÇA PT-PDT NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Publicação
Publicação no DSF de 27/10/1999 - Página 28502
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • CONVITE, SENADOR, COMPARECIMENTO, AUDIENCIA PUBLICA, COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, ESCLARECIMENTOS, PROJETO DE LEI, AUTORIA, TELMA DE SOUZA, DEPUTADO FEDERAL, CRIAÇÃO, SEMANA, COMBATE, PREVENÇÃO, CANCER, HOMEM.
  • ANALISE, CRISE, COLIGAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DEMOCRATICO TRABALHISTA (PDT), PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).

O SR. SEBASTIÃO ROCHA (Bloco/PDT - AP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, primeiro, quero lembrar que, daqui a pouco, às 17 horas e 30 minutos, na Comissão de Educação, haverá uma audiência pública para instruir o projeto de lei da autoria da Deputada Telma de Souza que institui a Semana Nacional de Combate e Prevenção do Câncer de Próstata. Gostaria, mais uma vez, de convidar todos os Senadores a comparecerem a essa importância audiência pública.  

Mas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o motivo principal de usar a palavra neste momento é fazer uma análise da crise instalada no Estado do Rio de Janeiro entre o PDT, o meu Partido, e o Partido dos Trabalhadores.  

Quero, nesta oportunidade, dizer que conheço de perto todo o esforço que o Governador Anthony Garotinho tem feito para manter essa aliança no Estado do Rio de Janeiro, estendendo-a até mesmo às próximas eleições municipais, quando se disputará o importante cargo de Prefeito do Rio de Janeiro.  

É importante ressaltar, porém, que o Governador Garotinho não está disposto a abrir mão de sua autoridade, nem da lealdade de seus aliados.  

Considero que o assunto está sendo tratado com maturidade e responsabilidade pelas lideranças de ambos os Partidos e que há realmente necessidade de se buscar conciliação, para que o PT e o PDT possam caminhar juntos, possam caminhar unidos no Rio de Janeiro, haja vista que, separados, dificilmente poderão alcançar a eleição para Prefeito do Rio de Janeiro no próximo ano.  

Então, é essa a expectativa que tenho, fazendo logicamente a reflexão de que o Governador Anthony Garotinho realmente exagerou quando chamou todo o Partido dos Trabalhadores de "partido da boquinha". Ele próprio já se manifestou, dizendo que fez referência apenas a uma pequena parte do Partido dos Trabalhadores, mas eu considero que, de fato, isso foi um exagero. O Governador, de forma nenhuma, quis ofender os ilustres membros do PT, a quem sempre dedicou grande respeito, sobretudo às suas lideranças nacionais. Essa crise no Rio de Janeiro entre PDT e PT é antiga, anterior às eleições estaduais, quando, em convenção, o PT estadual decidiu não coligar-se ao PDT. Houve, na oportunidade, um grande esforço das lideranças nacionais em favor da aliança que culminou com a eleição do Governador Anthony Garotinho e da Vice-Governadora Benedita da Silva, ex-Senadora desta Casa, a quem também sempre dedicamos grande respeito e consideração.  

Posso dizer que, pelo que tenho presenciado no Rio de Janeiro, o relacionamento entre o Governador Garotinho e a Vice-Governadora Benedita da Silva tem sido pautado pelo mais amplo respeito, cordialidade e lealdade.  

Seria, portanto, uma grande perda se setores mais radicais do PT do Rio de Janeiro prejudicassem essa aliança, deitassem por terra essa aliança, impedindo que possamos ter um prefeito oriundo de uma dessas forças nas próximas eleições, haja vista que, separados, PT e PDT dificilmente poderão conquistar a Prefeitura do Rio de Janeiro.  

Por último, Sr. Presidente, entendo que essa crise no Rio de Janeiro não deve, de maneira alguma, afetar o entendimento que tem havido entre PT e PDT no âmbito nacional. Essa crise deve restringir-se ao Estado do Rio de Janeiro, e deve ser assim considerada. Espero que, no âmbito nacional, bem como nas duas Casas do Parlamento, Câmara e Senado, possamos continuar trabalhando unidos em favor da coletividade, em defesa do interesse da maioria.  

Muito obrigado, Sr. Presidente.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/10/1999 - Página 28502