Discurso no Senado Federal

COMEMORAÇÃO DO SEPTUAGESIMO QUINTO ANIVERSARIO DA FUNDAÇÃO DOS DIARIOS ASSOCIADOS.

Autor
José Roberto Arruda (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
Nome completo: José Roberto Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • COMEMORAÇÃO DO SEPTUAGESIMO QUINTO ANIVERSARIO DA FUNDAÇÃO DOS DIARIOS ASSOCIADOS.
Aparteantes
Carlos Wilson.
Publicação
Publicação no DSF de 29/10/1999 - Página 28700
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, EMPRESA, COMUNICAÇÕES, EMISSORA, RADIO, TELEVISÃO, JORNAL.
  • HOMENAGEM POSTUMA, FRANCISCO ASSIS CHATEAUBRIAND BANDEIRA DE MELO, FUNDADOR, EMPRESA, COMUNICAÇÕES, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, COMUNICAÇÃO SOCIAL, IMPRENSA, PAIS.

O SR. JOSÉ ROBERTO ARRUDA (PSDB - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Srªs e Srs. Deputados Federais, Embaixador, Embaixadora, autoridades diplomáticas, demais autoridades presentes a esta sessão, Dr. Paulo Cabral Araújo, Presidente do Condomínio dos Diários Associados; Dr. João Cabral, Srª Iza Chateaubriand Sessler, meu caro jornalista Fernando Calmon, em nome de quem cumprimento os familiares e amigos do nosso querido e eterno Senador João Calmon, hoje reúnem-se no plenário do Senado Federal não só parlamentares brasileiros de todos os partidos políticos, dos espectros mais diferenciados do pensamento político brasileiro. Reúnem-se neste plenário contemporâneos de Assis Chateaubriand, de João Calmon, que construíram a história dos Diários Associados e que ajudaram a construir a História recente do nosso País. Reúnem-se aqui testemunhas da época ainda do sonho da construção de Brasília. Está presente Ernesto Silva, que, convidado por Juscelino Kubitschek, fez parte, juntamente com Israel Pinheiro, Íris Memberg e Bernardo Sayão, da primeira diretoria da Novacap. Presente entre nós Padre Aleixo, filho de Pedro Aleixo.  

Ao citá-los, lembro todos os pioneiros desta cidade e todos aqueles que, desde o Rio de Janeiro e desde a primeira metade do nosso século, acompanhavam os sonhos de modernização do País e ajudavam a construir a grande revolução brasileira deste século, com o fenômeno da urbanização, industrialização, modernização do nosso sistema produtivo. Por isso, ou participaram diretamente ou testemunharam vivamente a história dos 75 anos dos Diários Associados . 

É preciso lembrar que, no dia 2 de outubro de 1924, Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo adquiria O Jornal do Rio de Janeiro. Nessa data exatamente, nascia aquela que viria ser uma importante, talvez a mais importante ao longo da nossa História, rede de comunicação no País: os Diários Associados.  

A partir de então, foram sendo incorporados, adquiridos, outros jornais; logo depois, emissoras de rádio. E, no final dos anos 40, já se constituía a rede de comunicação dos Diários Associados, que abrangia grande parte do território nacional . 

Em setembro de 1950, Chateaubriand, visionário, sonhador, determinado, inaugurou a TV Tupi de São Paulo, primeira emissora de televisão da América Latina e a quarta emissora de televisão do mundo. E aí uma curiosidade importante - que me lembraram os historiadores e os estudiosos como Adílson de Barros e Márcio Cotrim : Chateaubriand importou os equipamentos. Mas havia um pequeno detalhe: não havia receptores. Com urgência, ele trouxe dos Estados Unidos 600 aparelhos de televisão e os espalhou em algumas lojas de São Paulo. As pessoas que passavam em frente a essas lojas, perplexas e encantadas, ficavam paradas diante das vitrines vendo aquela maravilha.  

Não me contenho, Dr. Paulo Cabral, em lhe dizer publicamente que eu, garoto humilde do interior de Minas, entendi essa revolução. E vou contar como. Eu era muito garoto, e, no Natal, meu pai reuniu toda a família para passar essa festividade com meu avô, que morava em uma pequena cidade do interior de Minas chamada Soledade. Lá, a luz elétrica era muito fraca. Já era costume faltar energia por três ou quatro dias seguidos. Os filhos e os netos, então, reuniram-se e compraram para o meu avô, no final da década de 50, uma televisão. E o senhor não irá acreditar: era uma TV em cores, porque o papel que ficava em sua tela possuía três faixas coloridas - azul, verde e amarelo.  

Colocaram-na no meio da sala, e o melhor eletricista da cidade foi chamado para inserir o regulador de voltagem. Essa instalação consumiu as inteligências mais brilhantes e criativas de Soledade. Com a televisão instalada, meu avô Augusto colocou a roupa de ir à missa, sentou-se na poltrona mais bonita daquele ambiente e exigiu silêncio de toda a família para assistir, por duas horas, a TV Tupi . Ao final, alguém teve coragem de abordá-lo para perguntar o que pensava da televisão. Ele, então, solenemente, disse: "Olha, eu estou gostando muito. Só não consegui entender como esses homens ficam tão pequeninos para entrar naquela caixa".  

Dr. Paulo, para aquela geração era muito difícil entender a tecnologia da transmissão de imagens através de sinais. E mesmo aquela imagem chuviscada, para aquela geração, era uma revolução grande demais. Mas não para Assis Chateaubriand. Contemporâneo do seu futuro, ele não só entendeu a importância de trazer para o Brasil uma nova tecnologia, como o fazia de forma aplicada e corajosa, investindo um capital absolutamente respeitável. Assim, fez com que a sociedade brasileira, por intermédio da televisão, tivesse o símbolo de modernidade.  

Peço desculpas aos Srs. Senadores, Deputados, historiadores, jornalistas e estudiosos para fazer uma simplificação histórica. Vamos comemorar, ano que vem, 500 anos de Brasil. Naquela data, chegava ao Brasil Pedro Álvares Cabral. Nesse meio milênio, praticamente 400 anos foram perdidos. Fomos colônia de Portugal, fomos Império... Tivemos uma evolução política extremamente lenta, como nos relata, comparativamente, Vianna Moog, em Bandeirantes e Pioneiros . Socialmente, evoluímos muito pouco, pois fomos uma das últimas nações do mundo a abolir a escravidão. E, economicamente, evoluímos menos ainda, como um país da monocultura, um país agrícola.  

Claro que estou fazendo uma simplificação, porquanto não relato a saga dos Inconfidentes. Mas, a grande realidade é que, nesses 500 anos, os primeiros 400 anos foram praticamente perdidos.  

Veio a República e, com ela, o sonho de liberdade e democracia, mas continuamos naquela primeira República até os anos 30,com uma evolução política extremamente lenta, com a prevalência da força dos coronéis no interior do País. Não modificamos as raízes da nossa economia e socialmente continuamos um país injusto.  

Outra vez, é claro que estou simplificando, porque não estou lembrando dos ideais do Tenentismo, da Coluna Prestes e, aí, não posso esquecer da Revolução de 30. Só que aquele sonho terminava em 1937, com uma Constituição autoritária. Depois de todos os problemas por que passou o País de 1937 a 1945, vieram o Governo Dutra e o último Governo de Getúlio Vargas. A própria morte de Getúlio Vargas, ao invés de se transformar em obstáculo, acaba impulsionando o entusiasmo do País pela democracia.  

Vem Juscelino Kubitschek, e a presença aqui, entre tantas pessoas notáveis, do Coronel Afonso nos lembra que, aí, talvez tenhamos vívido o momento mais exponencial da nossa História. E o Brasil já tinha 450 anos. Foi talvez o momento mais bonito deste século, em que tínhamos liberdade, democracia, entusiasmo, uma relativa estabilidade e, mais que isso, crescimento econômico. Experimentamos o sentimento do perdão na anistia e, com as usinas hidrelétricas, com a construção de estrada, com a vinda da indústria automobilística, com a construção de Brasília, as marcas da grande revolução brasileira deste século.  

A população brasileira respondeu com seus símbolos, vencendo o concurso de Miss Universo, a primeira Copa do Mundo, apresentando ao mundo a nossa própria civilização, representada pela genialidade de Pelé. Vinha a Bossa Nova, o Cinema Novo. Toda a criatividade dessa miscigenação de raças que originou a sociedade brasileira mostravam ao mundo não só as nossas belezas naturais, mas a maneira alegre, inteligente e criativa de viver em solo brasileiro.  

Claro que depois disso vivemos outros momentos de retrocesso político. E chegamos, meu caro Dr. Paulo Cabral, Sr as e Sr s Senadores, Sr as e Sr s. Deputados, ao final deste século, como uma Nação ainda em formação. Em 500 anos, perdemos os primeiros 400; sofremos muito na Primeira República e, apesar das evoluções e retrocessos, a grande realidade é que ainda somos um País em formação política, portanto, primários nesse sentido. Um País que só agora, no final do século, alcança efetivamente a sua revolução industrial plena ao tentar alcançar, com a liberdade de mercado e com a inserção da nossa economia no mundo globalizado, os avanços da tecnologia que outros países em desenvolvimento, como o nosso, já haviam alcançado.  

E, mais do que isso, com todos os problemas da sociedade brasileira, não podemos nos esconder. É da nossa responsabilidade sublinhar o momento de liberdade, de democracia e de livre pensamento que a sociedade brasileira respira, e a força das nossas instituições democráticas tantas e tantas vezes testadas nos últimos 15 anos de redemocratização do País.  

Entretanto, por que essa simplificação histórica? Para dizer a todos os que ouvem o Plenário do Senado Federal, em todo o País, que um país ainda em formação, uma nação em construção tem poucas instituições que podem comemorar 75 anos. Estamos aqui comemorando 75 anos de uma instituição brasileira, de uma organização livre e democrática, que, ao exercer a liberdade de pensamento, sublinha, defende e extrapola para toda a sociedade esse seu sentimento de defesa das idéias, da polêmica, das controvérsias, da livre informação. Talvez seja no Brasil os Diários Associados o maior marco, o maior símbolo da defesa da liberdade de imprensa, da liberdade de pensar e de pensar por escrito, de pensar e de pensar alto, de pensar e de pensar em público e de gerar, pela controvérsia dos pensamentos opostos, o encontro das idéias, que cria, este sim, a convergência formadora, básica de um sentido de nacionalidade.  

Quantas instituições – eu os desafio a todos– conhecem os senhores e senhoras aqui no Brasil que têm 75 anos ininterruptos de história, de trabalho e de coerência na afirmação dos seus princípios? Eu poderia até simplificar o raciocínio: quantas instituições existem de 75 anos? Retiro todos os adjetivos e, ainda assim, percebo, na fisionomia de todos a dificuldade de encontrar mais de uma dezena de instituições que tenham esse privilégio.  

Entretanto, Dr. Paulo Cabral de Araújo, o sentido histórico desta comemoração não é o mais importante nesta data. Claro está que o Senado Federal presta hoje uma homenagem a um dos maiores Senadores de toda a História desta Casa. Falo do Império e da República e falo com emoção pelo privilégio que tive de conviver com João Calmon.

 

Lança-se hoje aqui, na comemoração dos 75 anos dos Diários Associados , Minhas Bandeiras de Luta . O próprio título faz parte da postura modesta, simples, humilde até, de João Calmon, porque a grande realidade é que, neste caso, o plural de "minhas bandeiras" é um plural simplificador, porque foi João Calmon, com seu idealismo e com uma bandeira de luta, quem mais fez pela educação no Brasil. Não há registro nesses 500 anos de um brasileiro que se tenha empenhado mais, que tenha lutado mais, que tenha dedicado mais a sua vida à educação do que João Calmon.  

Neste final de século, está na moda a busca de xavecos, de fórmulas, de fenômenos de mídia para passar a idéia de um pseudo investimento em educação, mas, há muito anos, João Calmon já nos ensinava que era pela persistência, pela marca orçamentária de um valor obrigatório de investimento em educação, nos três níveis de Poder, que poderia ser construído um novo país.  

Faço uma homenagem a João Calmon, que substituiu Chateaubriand. E, fazendo uma homenagem a João Calmon, lembro Assis Chateaubriand, que representou como ninguém o espírito de ousadia, de coragem, de determinação tão típico do povo brasileiro. Nordestino, sofrido, foi para o Rio de Janeiro. Poucos conhecem uma passagem importante da sua vida: muito novo, fez concurso para uma cátedra da Escola de Direito e julgou-se injustiçado com o resultado. Indignado, aquele jovem escreve uma carta ao então Presidente da República, Venceslau Brás. Impressionado com a precisão de raciocínio e com a forma com que a carta foi redigida, o Presidente Venceslau manda chamar aquele jovem impetuoso, que, depois desse encontro, acaba assumindo a cátedra que por direito era sua.  

Dr. Paulo Cabral, Venceslau Brás foi Presidente de 1914 a 1918 e, depois disso, com a sua simplicidade, voltou para o sul de Minas, para Itajubá. Lembro que está presente aqui o Prefeito de Itajubá. De 1918 a 1967, por quase 50 anos, como ex-Presidente da República, Venceslau Brás viveu num sobrado muito humilde na praça central da cidade. Eu me lembro, ainda garoto, quando estudava no grupo escolar, das visitas que Chateaubriand fazia ao Presidente Venceslau até o final da vida. Chateaubriand, responsável pelo maior império de comunicação do Brasil, nunca deixou de visitar Venceslau Brás no ocaso da sua existência. Cito isso para lembrar a marca humana de Chateaubriand, porque sua marca de homem público já é tão conhecida de todos nós.  

Eu não podia deixar de citar aqui uma revista que marcou a geração de todos nós e que marcou a comunicação brasileira. Falo da gloriosa revista O Cruzeiro , que, exclusivamente com venda em bancas — naquela época não havia assinatura de revista —, chegou a fazer circular no Brasil 750 mil exemplares. Isso ocorreu em 1952. Dr. Paulo Cabral, resolvi citar esse dado até para ajudá-lo no esforço de fazer com que o seu Diretor de Redação, Ricardo Noblat, que tem obtido tantos sucessos à frente do Correio Braziliense , o qual se tem modernizado tanto, não fique muito entusiasmado. É impressionante: a Veja, a revista de maior circulação atualmente no Brasil, tem uma tiragem de cerca de um milhão de exemplares, e, em 1952, O Cruzeiro fazia circular 750 mil exemplares.  

Em 1960, Chateaubriand foi vítima de um acidente cerebral que o deixou tetraplégico, mas preservou, na íntegra, a sua capacidade mental. Durante oito anos em que padeceu dessa enfermidade, em nenhum momento, ele esmoreceu. Seus artigos diários continuavam a ser escritos e publicados, completando a fantástica quantidade de 12.251 artigos escritos.  

Em 1980, por razões de ordem política, deu-se a cassação da Rede Tupi de Televisão , o que significou forte impacto negativo para o grupo. A partir daí, assume João Calmon, um batalhador pela causa da educação. E hoje assistimos ao lançamento do seu livro.  

Posteriormente, coube a Paulo Cabral de Araújo assumir a presidência do grupo. Desde então, desempenha uma forte atuação de recuperação financeira, gráfica e institucional dos Diários Associados . Deus, que me tem dado tantos privilégios, conferiu-me também o de privar da amizade de Dr. Paulo Cabral e o de poder externar, no dia-a-dia da minha vida profissional e política, o meu respeito e a minha admiração por esse grande homem.  

Dr. Paulo Cabral descende dessa linha de homens de fibra - Chateaubriand, João Calmon -, dos quais herdou, além da ousadia, da coragem, da determinação e do espírito visionário, a sua característica mais importante. O sentimento que tenho, Dr. Paulo - e não sei se traduzo a sua experiência humana -, é que, no seu dia-a-dia, o senhor transforma, moderniza, cria desafios para si próprio e para o grupo que dirige. Esse é o seu jeito de continuar jovem.  

A juventude do seu espírito é que resulta na modernização do grupo, ou é a modernização do grupo que o impulsiona e que renova o seu espírito? Não sei. O que sei é que o seu espírito jovem e o espírito empreendedor e modernizador dos Diários Associados são variáveis intrinsecamente ligadas, e, dificilmente, algum de nós poderá dizer quem é responsável por quem.  

Dr. Paulo Cabral, depois de ter falado tanto de história, depois de ter cometido até o sacrilégio de, desta tribuna, contar "causos" de vida pessoal, ao encerrar esta manifestação de apreço e de respeito pelos Diários Associados , que não é minha, pois esta não é a minha voz, mas a do Senado Federal, devo dizer que o que justifica esta sessão de homenagem é o fato de os Diários Associados estarem completando 75 anos com uma história repleta de feitos. Mas o mais importante é que, num País tão jovem, poucas instituições podem comemorar 75 anos. A pergunta que faço é a seguinte: quantas dessas instituições que completam 75 anos podem dizer, no dia-a-dia, que têm mais futuro do que passado?  

Essa é a realidade do Correio Braziliense , por exemplo, o jornal mais importante da Capital do País, um jornal corajoso, livre e independente, que se moderniza, gráfica e editorialmente, no dia-a-dia e que não se acomoda – e poderia tê-lo feito, líder que é.  

Mas não é só o que se passa no Correio Braziliense ; é o que se passa também no Diário de Pernambuco , com a sua renovação gráfica; é o que acontece no Imparcial, do Maranhão, com a sua renovação gráfica, com a construção da nova sede. E está aqui o Senador Edison Lobão, que fará o seu pronunciamento; S. Exª é um dos Senadores que começou a sua vida trabalhando nos Diários Associados . Em Minas, O Estado de Minas também está construindo uma nova sede.  

Poderíamos citar vários outros exemplos, mas o importante é dizer aqui que os Diários Associados , por meio dos seus jornais e das suas rádios, continuam sendo uma rede de comunicação presente em todo o Território Nacional. Mais do que isso: continuam sendo ponto de referência na multiplicação de opiniões.  

O Sr. Carlos Wilson (PSDB - PE) - V. Exª me permite um aparte?  

O SR. JOSÉ ROBERTO ARRUDA (PSDB - DF) - Com o maior prazer, concedo o aparte a V. Exª.  

O Sr. Carlos Wilson (PSDB - PE) - Serei muito rápido. Depois do expressivo discurso de V. Exª, pouco eu teria a acrescentar. Todavia, a sua referência ao Diário de Pernambuco tocou no coração deste pernambucano. O Diário de Pernambuco é o maior orgulho do nosso Estado. V. Exª falava sobre os 75 anos dos Diários Associados . O nosso Diário de Pernambuco , Senador José Roberto Arruda, tem 174 anos; é o jornal mais antigo da América Latina. Assim, quando, numa hora muito oportuna, V. Exª homenageia os 75 anos dos Diários Associados , na figura do nosso querido Paulo Cabral, homem trabalhador, que representa o somatório dos esforços atuais de recuperação, de pujança dos Diários Associados , quero também homenagear todos aqueles que compõem o Diário de Pernambuco e os Diários Associados do nosso País. Parabéns, Senador José Roberto Arruda, pela iniciativa de homenagear uma instituição que é orgulho para todos nós brasileiros, os Diários Associados ! 

O SR. JOSÉ ROBERTO ARRUDA (PSDB - DF) - Agradeço o aparte de V. Exª. Teria sido uma falha se eu concluísse este pronunciamento na emoção, no entusiasmo, e deixasse de citar aqui a homenagem que, por intermédio do Dr. Paulo Cabral, desejamos fazer a todos aqueles que, aqui em Brasília e em todo o País, compõem a família dos Diários Associados . 

Sou testemunha do espírito solidário e participativo com que essa organização é dirigida. E é exatamente desse espírito solidário e participativo que nasce o espírito crítico dentro dos próprios Diários Associados como variável maior, como mola mestra da sua própria existência.  

Uma outra falha que o aparte do Senador Carlos Wilson me faz lembrar e corrigir é que a iniciativa desta sessão foi uma iniciativa conjunta de três Senadores: Senador Antonio Carlos Magalhães, que preside esta Casa; Senador Edison Lobão – ambos já trabalharam nos Diários Associados –; e este que vos fala. Emprestei a minha humilde assinatura, porque, se tenho uma mania, é a de andar bem acompanhado, principalmente em iniciativas como essa.  

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - Senador José Roberto Arruda, gostaria de dizer que V. Exª foi a locomotiva desta solenidade.  

O SR. JOSÉ ROBERTO ARRUDA (PSDB - DF) - Muito obrigado, Senador Edison Lobão.  

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, concluo este meu pronunciamento saudando a presença de tantos pioneiros que ajudaram a construir Brasília, a presença de Senadores de vários Estados brasileiros onde a atuação dos Diários Associados é marcante, e a presença da direção maior dos Diários Associados e do Correio Braziliense. 

Ao meu caro Dr. Paulo Cabral digo que, humildemente, nós nos miramos no exemplo de Chateaubriand, de João Calmon e de Paulo Cabral para a construção da nossa própria trajetória política.  

Muito obrigado. (Palmas)  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/10/1999 - Página 28700