O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estava em meu gabinete quando ouvi o Senador Ramez Tebet apresentar requerimento de solidariedade e de pesar à família de Dorcelina Folador. Posteriormente, outro requerimento, assinado por praticamente toda a bancada do PT e por outros membros da Oposição, foi apresentado.

Assim, vim rapidamente a este plenário e pedi a V. Exª que me inscrevesse para encaminhar a votação da matéria. V. Exª me mostrou a lista, composta por vários nomes, afirmando que não sabia se daria tempo para eu me manifestar. Tive a sorte de poder me dirigir desta tribuna aos meus Pares; no entanto, não tive a sorte de falar sobre um tema bonito, florido, de esperança, mas, ao contrário, de repúdio, de tristeza, de vergonha e de revolta.

Dorcelina, pelo que tenho lido na imprensa, já vinha sendo ameaçada, pois era uma mulher de coragem, que realizou um trabalho dignificante no Poder Executivo, tendo sido eleita legitimamente, como disse o Senador Ramez Tebet, pelo povo de Mundo Novo.

Pergunto: quais foram as providências tomadas para que ela fosse protegida? Uma morte já encomendada, e a indiferença permaneceu durante todo o período em que se viu ameaçada até a conclusão lamentável da sua morte. Portanto, foi executada a ameaça feita ao longo de meses, com o intuito de que a Prefeita se acovardasse nos seus desígnios de cumprir bem o seu mandato e aquilo que estava estabelecido em sua plataforma de trabalho. 

É isto que os marginais fazem, Sr. Presidente: tentam acovardar aqueles que assumem o Poder Executivo, legitimamente eleitos, com a missão de defender os concidadãos que confiaram na sua pessoa. Haja poder para que isso não volte a acontecer!

Temos fé em Deus e acreditamos que os ocupantes de cargos no Poder Executivo ou Legislativo ainda poderão dignificar o homem, pois cumprirão a obrigação de realizar um trabalho moral sério, que resolva essa situação difícil pela qual atravessa o País.

Não podemos deixar impune a morte da Prefeita de Novo Mundo, nem tantas outras relatadas neste plenário. Temos que nos unir. Não há força partidária, nem representações regionais, como disse o Presidente Fernando Henrique Cardoso. Há que existir uma força da sociedade que não se acovarde mais perante essas ações criminosas em todos os segmentos.

Quando se assassina covarde e friamente alguém que está no exercício do poder, legitimamente eleito pelo seu povo, pelos seus concidadãos, a revolta tem que ser muito mais grave e forte. É isto que pedimos às autoridades constituídas: que se faça, neste plenário, a reclamação diária, até que esses marginais assassinos sejam presos e colocados à disposição da Justiça.

Minhas condolências.

Sou favorável ao encaminhamento dos dois requerimentos.