Discurso no Senado Federal

REGOZIJO PELA AGRAVAÇÃO DO REFINANCIAMENTO DAS DIVIDAS DOS AGRICULTORES BRASILEIROS.

Autor
Ramez Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Ramez Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • REGOZIJO PELA AGRAVAÇÃO DO REFINANCIAMENTO DAS DIVIDAS DOS AGRICULTORES BRASILEIROS.
Aparteantes
Casildo Maldaner.
Publicação
Publicação no DSF de 28/10/1999 - Página 28665
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • COMENTARIO, ESFORÇO, VITORIA, CONGRESSO NACIONAL, APROVAÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), REFINANCIAMENTO, DIVIDA, AGRICULTOR, PAIS.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, COMPETENCIA, JOSE FOGAÇA, SENADOR, RELATOR, MEDIDA PROVISORIA (MPV), EXECUTIVO, BENEFICIO, AGRICULTOR.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS. Para uma comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr as e Srs. Senadores, trata-se apenas de um registro que reputo auspicioso. Desde que cheguei ao Senado da República como representante de Mato Grosso do Sul e portanto, da Região Centro-Oeste, a luta tem sido uma só; a bandeira maior que temos defendido é a da produção agrícola neste País. Temos defendido uma política efetiva para a agricultura.  

O Plano Real, como todos sabem, teve como âncora a agricultura. Isso custou caro: os agricultores ficaram desanimados e endividados. Felizmente, ontem vi algo extraordinário, que, aliás, não é a primeira vez que acontece.  

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na história do Parlamento brasileiro há momentos importantes, como o vivido ontem na reunião das duas Casas, do Senado e da Câmara no Congresso Nacional. Por quê? Porque os partidos políticos se uniram, se entenderam, conversaram à exaustão com o Poder Executivo e encontraram uma fórmula. Senão a desejada, pelo menos a possível para ajudar os agricultores que estão endividados. Foi como um oxigênio, um certo alívio dado àqueles homens que produzem no Brasil.  

Gostaria de ler aqui as regras, mas vejo que não temos tempo suficiente. Não posso, todavia, deixar de registrar que recebi telefonemas, telegramas, conversei com as entidades de classe do meu Estado e todas elas reconheceram o esforço do Congresso Nacional.  

Quem pontificou isso, Sr. Presidente?  

Quero fazer justiça. A relatoria da medida provisória encaminhada pelo Poder Executivo coube a um Senador desta Casa que, por sinal, sempre que a coisas se complicam, é chamado porque tem espírito conciliador, senso prático das coisas e atua com dedicação quase que em tempo exclusivo. Foi assim que acompanhei a relatoria, muito bem entregue ao nosso querido Senador José Fogaça, que representa o Estado do Rio Grande do Sul. Talvez porque o Rio Grande do Sul seja um Estado irmão de sofrimento do Centro-Oeste, um Estado agrícola, aliás, que detém a melhor tecnologia de campo, de produção no Brasil. Mas, em verdade, temos que fazer justiça ao Senador José Fogaça, a todos os componentes da Comissão.  

Esse trabalho foi acompanhado por mim e pelo Deputado Federal Waldemir Moka, que me disse: "O Senador Fogaça é credor da admiração de Mato Grosso do Sul". Falo pelo meu Estado, mas essa medida provisória beneficiou todos os agricultores do Brasil. É claro que não foi o ideal, Senador Fogaça. S. Exª queria mais. Nós também, mas foi o possível fazer dentro do quadro atual, foi um oxigênio para quem estava praticamente moribundo. Passou o agricultor a respirar com essa medida provisória. E o Brasil precisa produzir.  

O que aconteceu ontem foi uma vitória do Congresso Nacional, pela atuação dos ruralistas, pela compreensão da área econômica do Governo, porque a área econômica tinha que chegar à compreensão de que não podia ficar mais assim, que estava na hora de socorrer a agricultura, e tem que socorrer mais, porque essas medidas - volto a repetir - aliviam mas não resolvem inteiramente o problema.  

Agora, não se diga que vim a esta tribuna no fim desta tarde, no final desta sessão, dizer que as dívidas devem ser perdoadas. Isso não! Mas elas devem ser negociadas, como foram, pela capacidade, pela dedicação. Como homem de Mato Grosso do Sul, que sempre acompanhei os reclamos do homem do campo do meu Estado, eu não poderia deixar de registrar nos Anais desta Casa essa vitória do Congresso Nacional e de aplaudir os que trabalharam em favor dessa classe. Fazer isso é aplaudir o Relator, é dar o abraço em José Fogaça, que, mais uma vez, mostrou o quão competente e dedicado é, a serviço de uma causa tão justa como essa e de outras que foram colocadas sob sua responsabilidade. Nesse particular, o meu abraço ao colega do meu partido, José Fogaça, e também a todos os partidos indistintamente. Eu vi o comportamento de todos os partidos lá e ressalto o do Partido dos Trabalhadores.  

Entre outras palavras, Sr. Presidente, quero dizer que todos colaboraram para a vitória da agricultura, na noite de ontem.  

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - V. Exª. me concede um aparte?  

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS) - Com muita honra, concedo o aparte ao Senador Casildo Maldaner, Sr. Presidente, para, em seguida, encerrar o meu pronunciamento.  

O SR. PRESIDENTE (Nabor Júnior) - Peço ao Senador Casildo Maldaner que seja breve, porque o tempo da sessão já foi esgotado, e a Mesa concedeu um espaço de tempo bastante reduzido ao Senador Ramez Tebet.  

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - Atenderei o pedido de V. Exª, Sr. Presidente. Apenas para complementar aquilo que V. Exª está dizendo, Senador Ramez Tebet. Pedi o aparte apenas para dizer que V. Exª não só fala pelo seu Estado, mas fala pelo Brasil - e é óbvio que incluo o meu Estado de Santa Catarina. E meus agradecimentos a este grande Relator, porque não só o seu Estado lhe ficou grato. De Santa Catarina, várias pessoas me telefonaram hoje dizendo: "Mas, e o Senador José Fogaça? Por que não traz ele aqui ao nosso Estado um dia?" Aliás, ele já vive em Santa Catarina, mas há lugares em que ainda não foi, e as pessoas querem que ele vá para lá; há lugares, no meu Estado, onde desejam adotar o Fogaça. Isso porque ele é homem sensível a questões sociais, é equilibrado e competente. E quando o Governo, muitas vezes, se encontra numa situação sem saída, eis que vem, como solução, o Senador Fogaça. O Governo, na área econômica, já sabe disso. Quando as coisas apertam e se procura encontrar um caminho, um meio termo, aí vem o Senador Fogaça como uma solução. E desta vez foi a mesma coisa no caso da agricultura, foi uma grande solução. Agora, todos estão respirando bem, estão vibrando. Portanto, Senador Ramez Tebet, V. Exª, com muita razão, vem a esta tribuna para dizer a verdade, dizer aquilo que o Brasil está pensando, principalmente no setor da produção.  

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS) - Senador Casildo Maldaner, sei que V. Exª está gratificado, porque V. Exª muito lutou, e ainda o faz, pela causa dos produtores do campo.  

Sr. Presidente, nós, de Mato Grosso do Sul, o Senador Lúdio Coelho, que é afeito à terra, o Senador Juvêncio da Fonseca, os Deputados Federais Waldemir Moka, Marçal Filho, Nelson Trad, a Deputada Marisa Serrano, dois Deputados do PT, refiro-me ao Ben-Hur Ferreira e ao João Grandão, o Deputado Flávio Derzi, todos nós estivemos atentos. Foram oito Deputados Federais de Mato Grosso do Sul e três Senadores. Todos transmitimos ao Senador José Fogaça o apelo, o clamor dos agricultores da nossa terra.  

Portanto, Senador José Fogaça, receba os nossos agradecimentos. Espero que essa tenha sido a solução possível. Todo o Congresso está de parabéns.  

Muito obrigado.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/10/1999 - Página 28665