O SR. ADEMIR ANDRADE (Bloco/PSB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Serei breve.  

Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho hoje à tribuna do Senado Federal para novamente homenagear o jornal O Liberal , que, segunda-feira, dia 15 de novembro, comemorará o seu quinqüagésimo terceiro aniversário de fundação.  

O primeiro exemplar do jornal O Liberal circulou exatamente no dia 15 de novembro de 1946, e a escolha desse dia não foi mera coincidência. Naquele ano, o País caminhava rumo à democracia, pois sob a égide da Constituição de 1946, promulgava em 18 de setembro de 1946, se restauravam as liberdades e garantias constitucionais que o Estado Novo havia violado - é pena que nesse processo tenhamos caminhado muito mal!  

O O Liberal foi um jornal que nasceu panfletário, cujo principal objetivo era exatamente o de propagar as idéias e propostas políticas de Magalhães Barata, então interventor do Estado do Pará e principal Líder do PSD.  

Contudo, a predestinação para a grandiosidade de um liberal já se encontrava presente desde a sua primeira edição, quando o editorial daquele dia 15 de novembro de 1946 dizia que o jornal estava "para a vida cotidiana com o espírito adulto e o coração maduro. Nosso patrimônio é moral e cívico." E realmente O Liberal teve uma história grandiosa que muito orgulha ao povo do Pará.  

Desde a sua primeira sede na rua Santo Antônio, passando pela Boulevard Castilho França, no bairro do Comércio, antiga sede do jornal Folha da Tarde , que era concorrente direto de O Liberal , mas que fora adquirido por este, até as novas e modernas instalações inauguradas em 1995, na qual se ergue um edifício de alumínio e vidro na Av. 25 de Setembro, nas proximidades do Bosque Rodrigues Alves, o jornal foi sempre um vencedor.  

Houve dificuldade, quando seu então primeiro proprietário, Magalhães Barata, após derrotas eleitorais, em 1950, sofreu fortes retaliações políticas que abalaram a vida financeira do jornal.  

Em meados do ano de 1964, O Liberal foi vendido a Ocyr Proença, que, apesar de todo o esforço, não conseguia recompor a vitalidade do empreendimento. A grandiosidade do jornal O Liberal era certa, apesar de o destino caminhar por linhas tortas.  

Em 1966, o jornal é novamente vendido, desta vez ao então publicitário e colunista social Romulo Maiorana.  

É interessante voltar um tempo na história para se perceber que a vida é um caminhar de luta e conquistas. O jornal O Liberal , em meados de 1958, percebeu o tino jornalístico do então publicitário Romulo Maiorana, com quem mantinha relações comerciais por intermédio da Duplex Publicidade, convidando-o para ser o colunista social. Ele era o responsável pela coluna "flagrantes sociais". Por outro lado, é exatamente no ano de 1958 que O Liberal rompe seus vínculos com o PSD, passando a caracterizar-se por uma linguagem mais dinâmica de jornalismo, acompanhando as mudanças e evoluções observadas na imprensa mundial.  

A partir daí a carreira de Romulo Maiorana não parou de crescer dentro do jornal, pois, antes de adquirir o periódico, passou a escrever também uma página semanal denominada "sempre aos domingos", além de ter sido chefe do departamento de publicidade do jornal.  

A reviravolta maior de O Liberal é melhor perceptível depois da sua aquisição por Romulo Maiorana. O jornal passou por profundas mudanças, a começar pela circulação que foi antecipada para o horário de meio-dia. Assim, à hora do almoço, os belenenses passaram a ter nas mãos todas as informações do dia, além do fato de que a comissão dos jornaleiros fora aumentada para 40%, forçando com que os demais jornais assim também o fizessem.  

O novo diretor e proprietário do jornal passou a assinar a coluna "Romulo Maiorana Informa", que era dividida em duas partes. A primeira, com notas avulsas das personalidades e fatos da vida paraense; e a segunda, que existe até hoje, na coluna "Repórter 70", denominada "Em Poucas Linhas". Esta ainda é, até hoje, a coluna mais lida e comentada dentre todos os jornais nos meios políticos e é elaborada pelo sempre bem informado jornalista Édson Salame.  

Os anos que se seguiram foram só de crescimento empresarial. Trocou-se a velha rotativa rotoplana, que impedia uma tiragem maior de exemplares, por uma rotativa adquirida de um jornal do Rio de Janeiro. Posteriormente, O Liberal passou a imprimir seus jornais no sistema Off-Set.  

O atual Sistema Romulo Maiorana de Comunicação é integrado pela TV Liberal , pela Rádio Liberal AM e FM (oito emissoras) e a Fundação Romulo Maiorana, com sucursais em Brasília, Macapá e Marabá, com representações no Rio de Janeiro, São Paulo e Estados Unidos.  

O Liberal conta hoje com uma tiragem diária de oitenta mil exemplares em dias úteis e cento e vinte mil exemplares aos domingos, o que, para nossa região, é um orgulho para todos nós.  

O Liberal , encontra-se, inclusive, na rede mundial "internet" possibilitando o acesso às informações diárias do Pará.  

Merece destaque o fato de o jornal O Liberal ter tamanha tiragem numa região de grandes distâncias, de ainda pouca infra-estrutura dos meios de transporte, sofrido pelas negligências das autoridades estaduais e federais que deixam as chuvas destruir as estradas, muito embora as dotações orçamentárias para esse fim sejam conquistadas aqui no Parlamento, e o Executivo sequer pensa em ferrovias e hidrovias.  

É de se destacar que O Liberal é encontrado em toda a Região Norte, em seus lugarejos mais longínquos, levando informações àquela população carente de toda sorte de atenção. Muitas vezes, na omissão das autoridades estaduais, esse povo encontra eco de seus anseios através do jornal, daí a responsabilidade e o papel desempenhado pela imprensa.  

Termino esse pronunciamento, Srªs e Srs. Senadores, homenageando o qüinquagésimo terceiro aniversário do jornal O Liberal , dizendo que nesses poucos mais de cinqüenta anos, este jornal, que foi só progresso, na verdade, em última análise, engrandeceu todo o povo amazônico, levando o que há de mais moderno do setor da imprensa para o Estado do Pará. Se o Sistema Rômulo Maiorana de Comunicação é um grande conglomerado empresarial da imprensa em meu Estado, grandioso é o orgulho que o povo do Pará deposita neste jornal.*  

Era o que tinha a dizer, Srª Presidente.  

Muito obrigado.  

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