Pronunciamento de Eduardo Siqueira Campos em 12/11/1999
Discurso no Senado Federal
APELO AO GOVERNO FEDERAL PARA PROIBIR A VENDA DE SAL SEM IODO.
- Autor
- Eduardo Siqueira Campos (PFL - Partido da Frente Liberal/TO)
- Nome completo: José Eduardo Siqueira Campos
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
SAUDE.:
- APELO AO GOVERNO FEDERAL PARA PROIBIR A VENDA DE SAL SEM IODO.
- Publicação
- Publicação no DSF de 13/11/1999 - Página 30846
- Assunto
- Outros > SAUDE.
- Indexação
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- GRAVIDADE, DENUNCIA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), AUSENCIA, IODAÇÃO, SAL, BRASIL, RISCOS, BOCIO, POPULAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, INTERIOR, PAIS.
- SOLICITAÇÃO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), URGENCIA, PROVIDENCIA, PROIBIÇÃO, VENDA, SAL, AUSENCIA, ADIÇÃO, IODO, CUMPRIMENTO, LEGISLAÇÃO.
O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS
(PFL - TO) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos os brasileiros que habitam as regiões longe da costa litorânea – como nós, no Estado do Tocantins – conhecem os males decorrentes da falta de consumo de iodo, como o bócio, que caracteriza-se por enormes caroços que crescem em volta do pescoço.
Essa moléstia, além de outras similares, estava praticamente erradicada, desde que tornou-se obrigatória a adição de iodo ao sal consumido pela população.
No entanto, como denunciou recentemente o jornal Correio Braziliense , aliás, prestando um excelente serviço à saúde pública deste País, os produtores de sal entre 1995 e 1998 têm fornecido aos consumidores enormes quantidade de sal sem iodo.
Em conseqüência, crianças e adolescentes vêm sendo acometidos de males como deficiência mental, surdez, dificuldades de aprendizado, além de desenvolverem o bócio.
Consoante dados a que o jornal teve acesso, de acordo com pesquisa promovida pelo Ministério da Saúde entre 1994 e 1995, entre 179 mil estudantes, 59 mil apresentavam deficiência de iodo e, destes, nove mil tinham carência aguda desse elemento.
Em Paranã, por exemplo, no nosso Estado do Tocantins, todos os alunos apresentaram carência de iodo. Estando sujeitos a males irreversíveis. Não é à toa que, no ano letivo passado, 35% dos alunos da rede municipal de ensino foram reprovados, índice duas vezes maior que a média nacional. Em verdade, Sr. Presidente, é no mínimo criminosa a atitude dos produtores de sal, que vêm ignorando a obrigatoriedade de adição de iodo ao produto.
Toda uma geração está sendo condenada a ser portadora de gravíssimas enfermidades ou deficiências, devido a esse procedimento ignóbil.
Podemos e devemos cobrar do Governo Federal, especialmente do Ministério da Saúde, providências as mais urgentes no sentido de que a proibição de venda de sal sem iodo, que vigora desde os idos de 1956, seja cumprida.
É inadmissível que milhares de crianças e adolescentes estejam sujeitos aos males conseqüentes da falta de iodo no organismo, por má-fé dos produtores de sal e inépcia do Governo.
Finalizando, desejamos nos congratular com o jornal Correio Braziliense , por reportagem de tamanha importância denominada "A Amarga Tragédia do Sal" e pelo fundamental serviço prestado ao País.
Era o que tínhamos a dizer.