Pronunciamento de Pedro Simon em 04/11/1999
Discurso no Senado Federal
COMENTARIO AO PRONUNCIAMENTO DO SENADOR ROBERTO REQUIÃO SOBRE A CPI DOS PRECATORIOS.
- Autor
- Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
- Nome completo: Pedro Jorge Simon
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PRECATORIO.
POLITICA DE TRANSPORTES.
JOGO DE AZAR.:
- COMENTARIO AO PRONUNCIAMENTO DO SENADOR ROBERTO REQUIÃO SOBRE A CPI DOS PRECATORIOS.
- Publicação
- Publicação no DSF de 05/11/1999 - Página 29777
- Assunto
- Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PRECATORIO. POLITICA DE TRANSPORTES. JOGO DE AZAR.
- Indexação
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- COMENTARIO, PRONUNCIAMENTO, ROBERTO REQUIÃO, SENADOR, DENUNCIA, MINISTERIO PUBLICO FEDERAL, AUMENTO, NUMERO, INDICIADO, PARTICIPAÇÃO, IRREGULARIDADE, EMISSÃO, TITULO DA DIVIDA PUBLICA, REFERENCIA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PRECATORIO.
- ESCLARECIMENTOS, DEFESA, ORADOR, CONVOCAÇÃO, ELISEU PADILHA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR), COMPARECIMENTO, SENADO.
- INFORMAÇÃO, ENTRADA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR), REQUERIMENTO, SOLICITAÇÃO, COMPARECIMENTO, CONGRESSO NACIONAL, ESCLARECIMENTOS, IRREGULARIDADE, LICITAÇÃO, PAVIMENTAÇÃO, RODOVIA, ESTADO DO PARANA (PR), ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
- DEFESA, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), APURAÇÃO, FRAUDE, BINGO.
- DEFESA, RENUNCIA, LUIZ ESTEVÃO, SENADOR, PARTICIPAÇÃO, COMISSÃO, PLANO PLURIANUAL (PPA), ORÇAMENTO.
O SR. PEDRO SIMON
(PMDB-RS. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, como tenho que ser rápido, dispenso as homenagens que faria a V. Exª, pedindo que conste da Ata o meu agradecimento.
Em primeiro lugar, acho que o Senador Requião abordou um assunto da maior importância. E é bom que a imprensa, a sociedade, que estão acompanhando, entendam o pronunciamento de S. Exª. Levou muito tempo, mais do que eu imaginava! Mas, felizmente, o promotor apresentou a denúncia contra os dirigentes do Bradesco e os dirigentes dos outros bancos na questão dos precatórios. Podia ter apresentado mais; mas apresentou. Está na mão do juiz, que tem que responder - estamos na expectativa dessa resposta.
Com relação ao Ministro Padilha, imediatamente ao tomar conhecimento, defendi a matéria de que S. Exª deveria se colocar à disposição da Câmara e do Senado para dar as suas explicações. E posso comunicar ao Senado e à Câmara que o Ministro Padilha está entrando com um requerimento pedindo para ser ouvido no Senado e na Câmara dos Deputados. Acho que isso é fundamental e muito importante. Vamos ouvi-lo, e, de acordo com o que S. Exª falar, interpretaremos sua análise. A imprensa diz que o Presidente da República ficou satisfeito. O que posso dizer é que tomei conhecimento. No início, falei com o Padilha que no Hospital Conceição, de Porto Alegre, eles tinham iniciado um processo inédito: todas as compras daquele hospital - que é um grupo da União, com cerca de três ou quatro mil leitos - ia para a Internet. Todos os fornecedores do Hospital da Conceição, todos os materiais, medicamentos, etc., acompanhavam, na Internet, a proposta de compra, as propostas apresentadas para venda e quem ganhou a concorrência. O Ministro Padilha adotou isto no seu Ministério. É o primeiro Ministério que está fazendo isto. Todas as concorrências abertas, todas as propostas, no seu Ministério são publicadas na Internet, assim como o resultado também é publicado. Quero dizer ao meu amigo Requião que acho muito importante que ele, o Ministro Padilha, venha depor.
Com relação ao paranaense, Ministro do Turismo, eu tenho acompanhado, mas são tão volumosos os pronunciamentos dos Senadores do Paraná, são tão claros e tão precisos os pronunciamentos do Paraná, que eu venho acompanhando. Acho que viria fazer o pronunciamento da tribuna quando houve a decisão de se convocar uma CPI - o que eu acho correto. Fui um dos primeiros, se não me engano o terceiro Parlamentar, que assinou a instalação da CPI. Convocada a CPI, é mais do que evidente que vamos ver o que vai acontecer. No momento em que convocamos uma CPI para analisar o comportamento de um Ministro, o normal é acompanharmos o debate em torno desta CPI. É correto que os Parlamentares do Paraná, que estão debatendo essa matéria, venham seguidamente à tribuna para que a matéria não desapareça da manchete, para que não caia no vazio, porque é tradicional no Brasil ela cair no vazio, e o escândalo de hoje faz a gente esquecer o escândalo de ontem. Então, considero que os Senadores Álvaro Dias, Osmar Dias e Roberto Requião estão absolutamente corretos em repetir, desta tribuna, as denúncias, buscando a CPI.
Por que não falei sobre esses dois casos? Porque não concordo com o que estão afirmando por aí: "o Simon fala e o Ministro cai". Isso é tão vazio, é tão sem significado, que estou procurando, deliberadamente, falar o menos possível. Falei naquela oportunidade porque o caso iria morrer. Não falo agora porque o caso está na manchete. Falar agora é querer concorrer com os bravos Senadores do Paraná, a quem quero fazer justiça, porque estão esmiuçando na mais absoluta totalidade a vida e a biografia do Ministro, além de todo esse caso com relação ao jogo. Não falo agora apenas por isso. Não é possível querer dizer que o meu pronunciamento é mais vibrante que o de um Requião! Todos sabem que ninguém, aqui nesta Casa e no Congresso Nacional, é mais vibrante, mais radical e mais demolidor do que o Senador Roberto Requião. Ele já está fazendo. Agora, se ninguém estivesse fazendo, pode ficar certo, Senador, eu estaria fazendo, como aconteceu no caso do General indicado para o Superior Tribunal Militar - e que surpreendentemente foi, é uma coisa fantástica. Houve vinte e quadro discursos desta tribuna; vinte e três eram contra a ida do General para o Superior Tribunal Militar. Um, que era o Líder, por obrigação, disse que ia votar a favor. A argumentação dele foi fantástica: "vou votar a favor porque todas as informações que recebi de todos os membros da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania indicam que ele realmente impressionou favoravelmente". Ele ouviu aqui vinte e três pronunciamentos dos quais seis eram do Tribunal de Justiça.
Por isso, meu amigo Requião, agradeço a V. Exª pela gentileza da sua referência, mas eu, quando tenho que dizer as coisas, digo o que penso: Rafael Greca, acho que a CPI foi criada. Ministro dos Transporte, acho, com toda a sinceridade, que V. Exª tem que vir depor e vamos ouvir o seu depoimento. E vou além, embora o nosso amigo Requião não tenha falado: nosso ilustre Senador do PMDB de Brasília, eu acho, querido Presidente, que ele devia renunciar à Sub-relatoria da Comissão. Acho que ele não se diminuiria por isso. Ele se somaria e seria bom mostrar esse desprendimento e evitar esse constrangimento que está sendo criado. Eu não entro nem na análise da questão. Há uma CPI funcionando. Ele está expondo; está se defendendo. Acho isso normal. Mas criou um constrangimento por outro lado. Acho que o normal seria ele, espontaneamente, pedir a V. Exª , ao Relator e ao nosso Líder o seu afastamento.
Como vê o Senador Requião, quando eu tenho que falar, falo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.