Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM POSTUMA AO JORNALISTA FABIO NASSER, DO ESTADO DE GOIAS.

Autor
Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM POSTUMA AO JORNALISTA FABIO NASSER, DO ESTADO DE GOIAS.
Publicação
Publicação no DSF de 17/11/1999 - Página 30916
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, FABIO NASSER, JORNALISTA, ESTADO DE GOIAS (GO).

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB .- GO) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, pouquíssimas vezes assomei a esta tribuna tomado por tão forte sentimento de melancolia, tristeza e saudade, como o faço agora para homenagear uma das mais brilhantes inteligências da história recente de meu Estado. Trata-se do excepcional jornalista Fábio Nasser, que, muito jovem, se foi para a eternidade em trágica morte no último mês de janeiro.  

Falo como o conterrâneo que sempre se orgulhou do brilhante jornalista. Como o leitor assíduo, que se deleitava e aprendia com seus textos. Mas sobretudo como o amigo sincero, que sentiu e sente a sua falta entre nós.  

Fábio Nasser recebeu justa homenagem na semana passada, em Goiânia, quando, por uma oportuna iniciativa do Vereador Anselmo Pereira, foi inaugurada uma bela praça que leva o seu nome. Um simbolismo, que se não apaga e nem diminui a dor da perda de tão significativa inteligência, contribui para solidificar na sociedade de Goiás o legado importante deixado por ele para essa e para as futuras gerações.  

Conheci Fábio Nasser bem moço ainda, logo que cheguei a Goiânia eleito deputado estadual, através de seu pai, o também brilhante jornalista Batista Custódio. Com ele travei uma amizade sincera, calcada no companheirismo leal e na troca permanente de experiências e idéias. Com o jornalista Fábio Nasser, discutia política, economia, os problemas regionais e nacionais. Com o poeta, dissertava sobre literatura, sobre Deus e o Universo. Com o amigo, cultivava um carinho e um respeito extraordinário.  

Fábio era, de fato, uma pessoa excepcional. Reunia, num só ser, a paixão do poeta, a inteligência e o conhecimento do intelectual, o idealismo do cidadão e o pragmatismo do empreendedor. Qualidades refletidas tanto em suas ações diárias como em seus brilhantes textos, publicados quotidianamente no respeitado Diário da Manhã , que sempre movimentavam a opinião pública de Goiás.  

A inteligência e o preparo de Fábio eram busca de aconselhamento constante. Em diversas ocasiões, durante o meu governo em Goiás, dialoguei, discuti e me aconselhei com ele. Não foram poucas as suas contribuições aproveitadas em minha gestão, como não foram poucas as contribuições dele partidas e que muito contribuíram com o Estado ao longo dos anos.  

E não poderia ser diferente, não apenas pelo seu incontestável valor pessoal, mas também pelo prestígio e pela tradição de sua família, vinda dos mais brilhantes troncos goianos. A família Nasser, desde o saudoso Alfredo Nasser, tem participado ativamente do processo de desenvolvimento de meu Estado, do Centro-Oeste e porque não dizer do Brasil.  

Embora não tenha tido a oportunidade, por opção pessoal, de disputar nenhum cargo público, Fábio tinha a política no sangue. A paixão pela vida pública e pelo servir ao povo, no caso de Fábio, era como que hereditário. Nunca foram menores em seus pais, o desejo incontido de ser útil à coletividade, característica que somente os homens de verdadeira vocação política costumam levar às últimas conseqüências. Fábio, como eles, pertencia a essa estirpe de obstinados, aqueles em que nada faz desviar de seu caminho.  

Fábio sempre foi um homem à frente de seu tempo. Portador de uma alma e de um espírito altamente evoluídos, como os grandes poetas de nosso tempo, foi embora cedo. Deixando saudade, mas também um legado de futuro. As suas idéias serão imortais no tempo e no espaço. Pela força de seus ideais, permanecerão através das épocas e das gerações.  

Aproveito a oportunidade para homenagear e me somar na solidariedade aos seus pais, o fantástico Batista Custódio e a brava mãe Consuelo Nasser, batalhadora incansável pelos direito da mulher brasileira.  

Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, desculpem-me pela digressão sentimental, mas falo realmente com o coração. Faz-se justa esta homenagem feita aqui da mais importante tribuna política brasileira. Os Anais do Senado Federal precisavam ter registrados um pouco da memória desse extraordinário e inesquecível goiano, o poeta Fábio Nasser.  

Muito obrigado.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/11/1999 - Página 30916