O SR. BERNARDO CABRAL (PFL - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho o cuidado de raras vezes trazer à tribuna do Senado um assunto que possa ter conotação regional. Todavia, não me escuso de fazê-lo quando a matéria é importante para a nossa região.  

Neste particular, ao dar conhecimento ao Senador Gilberto Mestrinho, que aqui se encontra comigo desde o início da sessão – não posso fazê-lo em nome do outro Colega, o Senador Jefferson Péres, porque não tenho essa autorização –, de que faria este registro, recebi de S. Exª a incumbência de falar também em seu nome.  

Nós, que somos amazonenses, que acompanhamos desde o nascimento a Radio Difusora do Amazonas , podemos dar este testemunho.  

Hoje, exatamente na data de hoje, a Radio Difusora do Amazonas completa 51 anos de existência. Para os que hoje dispõem de uma rádio ou que nela trabalham, produzem, vivem, talvez seja um fato simples. Mas, há 51 anos, no nosso longínquo Estado, só havia a então Rádio Baré , do grupo dos Diários Associados .  

Para ali foi um jovem jornalista chamado Josué Cláudio de Souza. Àquela altura, ele criou a chamada "A Crônica da Cidade", que, durante anos, mais ou menos ao longo de cinco anos, tinha quase unânime índice de audiência.  

Pois bem, Sr. Presidente, passada essa fase, quando para ali foi designado por Assis Chateaubriand, exatamente nos idos de 1942, a Rádio Baré e o Jornal do Comércio transformaram-se em dois órgãos importantíssimos, ambos sob a direção de Josué Cláudio de Souza, que, no ano de 1948, fundou a Radio Difusora exatamente no dia 24 de novembro, dizendo:  

"Está no ar a Rádio Difusora do Amazonas, estação ZYS-8, a mais poderosa da planície e a mais querida de Manaus, operando na freqüência de 4.805 kilociclos, ondas intermediárias de 62,40 metros."  

Sr. Presidente, no ano seguinte, em 1949, no dia 15 de maio, um irmão meu de sangue era brutalmente assassinado. E Josué Cláudio de Souza, na crônica do meio-dia, como havia sido vítima da sanha policialesca, fez a Crônica da Cidade , mostrando a insegurança que existia, tendo em vista o fato de um jovem de 27 anos ter sido brutalmente assassinado.  

Nunca pude resgatar esse débito. Sempre supunha que um dia registraria o que a Rádio Difusora teria e tem feito pela minha terra.  

Hoje, Josué Cláudio de Souza, que foi Deputado Estadual, Governador em exercício, Deputado Federal por três Legislaturas, já está sentado lá em cima, sob as bênçãos do Senhor. Mas aqui, Sr. Presidente, seus filhos - à frente está Josué Filho - e agora também o neto estão seguindo os passos do velho Josué.  

Por essa razão, requeri um voto de louvor. Peço a V. Exª que tome o que aqui está impresso como justificativa, para não tomar o tempo dos eminentes Colegas, já que estamos num instante em que isso não me é permitido, visto que é um registro dessa ordem.  

Peço também que V. Exª, ao despachar para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, na forma regimental, a fim de que seja apreciado este requerimento - de logo sei que será aprovado -, dê conhecimento à família de Josué Cláudio de Souza desse acontecimento de 51 anos de existência.  

Esse era o registro que eu gostaria de fazer, Sr. Presidente.  

Muito obrigado.  

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR BERNARDO CABRAL EM SEU PRONUNCIAMENTO.  

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