Discurso no Senado Federal

CONSIDERAÇÕES SOBRE A GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA E SUAS CONSEQUENCIAS NA AGRICULTURA NACIONAL.

Autor
Ernandes Amorim (PPB - Partido Progressista Brasileiro/RO)
Nome completo: Ernandes Santos Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA NACIONAL. ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.:
  • CONSIDERAÇÕES SOBRE A GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA E SUAS CONSEQUENCIAS NA AGRICULTURA NACIONAL.
Publicação
Publicação no DSF de 08/12/1999 - Página 34054
Assunto
Outros > ECONOMIA NACIONAL. ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.
Indexação
  • ANALISE, CRITICA, PROCESSO, GLOBALIZAÇÃO, ECONOMIA, PROVOCAÇÃO, AUMENTO, DIVIDA INTERNA, DESEMPREGO, RECESSÃO, DESVALORIZAÇÃO, REAL, FACILITAÇÃO, EXPORTAÇÃO, REDUÇÃO, DEFICIT, BALANÇO DE PAGAMENTOS.
  • CRITICA, INEFICACIA, ATUAÇÃO, GOVERNO BRASILEIRO, CONFERENCIA INTERNACIONAL, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMERCIO (OMC), IMPEDIMENTO, REDUÇÃO, SUBSIDIOS, FINANCIAMENTO, EXPORTAÇÃO, ATENDIMENTO, EMPRESA ESTRANGEIRA, DISPUTA, EMPRESA BRASILEIRA DE AERONAUTICA (EMBRAER), MERCADO, AERONAVE.
  • QUESTIONAMENTO, INCOERENCIA, ATUAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, PARALISAÇÃO, ATIVIDADE, SECRETARIA, DEFESA AGROPECUARIA, COMPROMETIMENTO, PROGRAMA, CONTROLE, FEBRE AFTOSA, PREJUIZO, AGROPECUARIA, PAIS, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DE RONDONIA (RO).

O SR. ERNANDES AMORIM (PPB - RO) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, em nome da modernidade o Brasil abriu suas fronteiras para o mercado global, e permite o livre fluxo de capitais. Com isso, para captar os dólares necessários ao pagamento das importações e serviços, construímos uma dívida interna enorme, cujos juros estão desviando recursos que deveriam estar sendo aplicados em educação, saúde, infra-estrutura, e financiamento da atividade produtiva.  

Isso custou desemprego, recessão, e veio a desvalorização do real, para facilitar as exportações. Aquecer a economia. Diminuir e eliminar o déficit na balança de pagamentos.  

Inclusive, foi feita uma reforma administrativa, mudança de ministros, para incrementar as exportações.  

Por outro lado, havia aí uma grande expectativa com a reunião da Organização Mundial do Comércio, na esperança que fossem eliminadas as barreiras alfandegárias dos mercados do primeiro mundo, e os subsídios lá existentes, para os produtos da agricultura e pecuária.  

No entanto a reunião foi uma decepção. Não se chegou a lugar nenhum. Mais uma vez a diplomacia brasileira mostrou que não está cumprindo suas funções de maneira adequada.  

Não gerou nenhuma alternativa, ao contrário, ainda recentemente conseguiu reduzir subsídios para financiamentos da exportação. Para atender empresa canadense que disputa o mercado de aviões com a Embraer.  

Mas nem tudo é incompetência.  

Face as exigências de saúde animal para a exportação de carne, no âmbito da Secretaria de Defesa Agropecuária foi iniciado um amplo programa de controle da zoonose, principalmente da aftosa, que vinha obtendo resultados.  

Eu disse: vinha obtendo resultados -, porque agora o trabalho daquele setor do Ministério da Agricultura está sendo esvaziado.  

São essas coisas da administração pública brasileira que não se pode mais admitir. Um setor que funciona, que está fazendo um bom trabalho, e um trabalho importante, quando muda um Ministro, é esvaziado por questões de assessoria, ou porque acham que aquele assunto deve ser centralizado, deve ficar na mão de fulano, ou sicrano.  

É preciso acabar com isso. O dinheiro público não pode ficar sendo gasto em tentativas administrativas, e o que está funcionando está funcionando.  

Ninguém chega em um Ministério para morar ali a vida toda não. O Ministro, e seu pessoal, precisam se adequar a estrutura que encontram. Fazer as correções necessárias. Definir a política a ser seguida, a trabalhar. Não dá pra ficar inventando a roda. O Brasil não é mais subsidiado, e a administração pública brasileira precisa de ser competitiva. Também.  

Então, Sr. Presidente, é preciso seriedade e responsabilidade. Esses setores essenciais, que estão funcionando, precisam ser aprimorados, melhorados, não paralisados. E é o que está acontecendo com a Secretaria de Defesa Agropecuária.  

Meu Estado é praticamente agrícola e pecuarista, e todo o programa que se havia iniciado para o controle da aftosa está comprometido, porque mudou o ministro, e alguém da assessoria passou a controlar essa área, parando tudo que estava acontecendo.  

Não é assim que vamos conseguir resolver nossos problemas. É preciso mais responsabilidade.  

Muito obrigado.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/12/1999 - Página 34054