Pronunciamento de Ernandes Amorim em 08/12/1999
Discurso no Senado Federal
EXPECTATIVAS DE DEFESA DOS INTERESSES DOS SETORES PRODUTIVOS BRASILEIROS, DIANTE DOS PAISES DO MERCOSUL, PELO GOVERNO.
- Autor
- Ernandes Amorim (PPB - Partido Progressista Brasileiro/RO)
- Nome completo: Ernandes Santos Amorim
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).:
- EXPECTATIVAS DE DEFESA DOS INTERESSES DOS SETORES PRODUTIVOS BRASILEIROS, DIANTE DOS PAISES DO MERCOSUL, PELO GOVERNO.
- Publicação
- Publicação no DSF de 09/12/1999 - Página 34278
- Assunto
- Outros > MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).
- Indexação
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- REGISTRO, VISITA, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PAIS ESTRANGEIRO, URUGUAI, OBJETIVO, PARTICIPAÇÃO, REUNIÃO, CONSELHO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), DISCUSSÃO, REDUÇÃO, OBSTACULO, MELHORIA, COMERCIO EXTERIOR.
- DEFESA, REALIZAÇÃO, DEBATE, REUNIÃO, OBJETIVO, RETIRADA, RESTRIÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ARGENTINA, PRODUÇÃO AGROPECUARIA, PAIS, COMENTARIO, IMPORTANCIA, ADOÇÃO, POLITICA, INCENTIVO, EXPORTAÇÃO.
O SR. ERNANDES AMORIM
(PPB - RO) - Sr. Presidente, Sr as e Srs. Senadores, a visita do Presidente Fernando Henrique a Montevidéu onde participará da XVII Reunião do Conselho do Mercado Comum - Mercosul, com a participação dos chefes de Estado da Cúpula das Américas - esperamos que não se repita o fracasso da reunião nos Estados Unidos da OMC - pois a classe produtora brasileira espera do nosso Presidente, uma posição firme, diante das reiteradas intolerâncias por parte da Argentina, em relação aos nossos produtos.
A Argentina, ainda desgastada com a abrupta desvalorização do real, tem imposto restrições à entrada de alguns produtos brasileiros. O Brasil, o nosso Governo, tem que retrucar, dar ao nosso intolerante parceiro o mesmo tratamento. Muitos vêem no fato um perigo para o Mercosul. Eu pessoalmente vejo diferente.
É da discussão que surgem novos caminhos. Pois entendo também, que não se faz integração econômica só com foguetes e champanhes. Tem osso para roer também. É o que está acontecendo. Temos que marcar uma posição em defesa dos nossos produtores de leite, carnes, aves, frutas e calçados, enfim de todos os nossos produtores que exportam para o Mercosul. Não posso entender uma política comercial unilateral, onde temos que aceitar sempre os maus humores dos nossos parceiros portenhos.
Pois, entendo ainda que o Mercosul, para o Brasil, tem mais força política que econômica. Vejo que a grande jogada nacional, é usar esta integração regional, para agregar os países andinos, para a grande conversa integracionista com os Estados Unidos mais tarde. Pois conversar com os americanos sozinho é uma coisa, em conjunto é outra.
O Mercosul para os Argentinos é vital economicamente. Em torno de 30% de suas exportações são para o Brasil. Os interesses regionais são maiores que a constante mudança de humor dos Argentinos.
Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, os estudos sobre a hidrovia Paraguai-Paraná continuam. Vai chegar um momento, acredito, que isso deverá ser definido. Obedecendo as leis do meio ambiente, mas com a hidrovia funcionando, como aliás vem ocorrendo por mais de um século. Isto ocorrendo, teríamos a melhor e mais barata forma de transportes. As vendas e trocas seriam enormemente facilitadas. Na barganha comercial que deve vir, temos um trunfo nas mãos.
Os argentinos querem atingir a Amazônia brasileira, o que seria possível já hoje, chegar até Cáceres em Mato Grosso, e daí atingiriam um pedaço da Amazônia. Precisamos acordar para as nossas potencialidades, precisamos deixar de ser o País do Futuro, e ser o Brasil do presente, o Brasil que pensa, se posiciona e sabe o que quer. Chega de submissão, não podemos continuar submetendo os nossos produtores a vontades alheias, temos que nos impor, afinal representamos mais da metade da população da América do Sul, e eles sabem disso, nós é que parecemos sofrer de uma letargia crônica e uma cegueira em relação à defesa dos nossos interesses. Está na hora de nos liberarmos dos laços colonialista.
A nossa pecuária e a nossa indústria precisam de uma política agressiva de exportação. Temos qualidade e competitividade, o que nos falta é coragem e decisão política.
Era o que eu tinha a dizer.
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