Discurso no Senado Federal

EXPECTATIVAS DE DEFESA DOS INTERESSES DOS SETORES PRODUTIVOS BRASILEIROS, DIANTE DOS PAISES DO MERCOSUL, PELO GOVERNO.

Autor
Ernandes Amorim (PPB - Partido Progressista Brasileiro/RO)
Nome completo: Ernandes Santos Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).:
  • EXPECTATIVAS DE DEFESA DOS INTERESSES DOS SETORES PRODUTIVOS BRASILEIROS, DIANTE DOS PAISES DO MERCOSUL, PELO GOVERNO.
Publicação
Publicação no DSF de 09/12/1999 - Página 34278
Assunto
Outros > MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PAIS ESTRANGEIRO, URUGUAI, OBJETIVO, PARTICIPAÇÃO, REUNIÃO, CONSELHO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), DISCUSSÃO, REDUÇÃO, OBSTACULO, MELHORIA, COMERCIO EXTERIOR.
  • DEFESA, REALIZAÇÃO, DEBATE, REUNIÃO, OBJETIVO, RETIRADA, RESTRIÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ARGENTINA, PRODUÇÃO AGROPECUARIA, PAIS, COMENTARIO, IMPORTANCIA, ADOÇÃO, POLITICA, INCENTIVO, EXPORTAÇÃO.

O SR. ERNANDES AMORIM (PPB - RO) - Sr. Presidente, Sr as e Srs. Senadores, a visita do Presidente Fernando Henrique a Montevidéu onde participará da XVII Reunião do Conselho do Mercado Comum - Mercosul, com a participação dos chefes de Estado da Cúpula das Américas - esperamos que não se repita o fracasso da reunião nos Estados Unidos da OMC - pois a classe produtora brasileira espera do nosso Presidente, uma posição firme, diante das reiteradas intolerâncias por parte da Argentina, em relação aos nossos produtos.  

A Argentina, ainda desgastada com a abrupta desvalorização do real, tem imposto restrições à entrada de alguns produtos brasileiros. O Brasil, o nosso Governo, tem que retrucar, dar ao nosso intolerante parceiro o mesmo tratamento. Muitos vêem no fato um perigo para o Mercosul. Eu pessoalmente vejo diferente.  

É da discussão que surgem novos caminhos. Pois entendo também, que não se faz integração econômica só com foguetes e champanhes. Tem osso para roer também. É o que está acontecendo. Temos que marcar uma posição em defesa dos nossos produtores de leite, carnes, aves, frutas e calçados, enfim de todos os nossos produtores que exportam para o Mercosul. Não posso entender uma política comercial unilateral, onde temos que aceitar sempre os maus humores dos nossos parceiros portenhos.  

Pois, entendo ainda que o Mercosul, para o Brasil, tem mais força política que econômica. Vejo que a grande jogada nacional, é usar esta integração regional, para agregar os países andinos, para a grande conversa integracionista com os Estados Unidos mais tarde. Pois conversar com os americanos sozinho é uma coisa, em conjunto é outra.  

O Mercosul para os Argentinos é vital economicamente. Em torno de 30% de suas exportações são para o Brasil. Os interesses regionais são maiores que a constante mudança de humor dos Argentinos.  

Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, os estudos sobre a hidrovia Paraguai-Paraná continuam. Vai chegar um momento, acredito, que isso deverá ser definido. Obedecendo as leis do meio ambiente, mas com a hidrovia funcionando, como aliás vem ocorrendo por mais de um século. Isto ocorrendo, teríamos a melhor e mais barata forma de transportes. As vendas e trocas seriam enormemente facilitadas. Na barganha comercial que deve vir, temos um trunfo nas mãos.  

Os argentinos querem atingir a Amazônia brasileira, o que seria possível já hoje, chegar até Cáceres em Mato Grosso, e daí atingiriam um pedaço da Amazônia. Precisamos acordar para as nossas potencialidades, precisamos deixar de ser o País do Futuro, e ser o Brasil do presente, o Brasil que pensa, se posiciona e sabe o que quer. Chega de submissão, não podemos continuar submetendo os nossos produtores a vontades alheias, temos que nos impor, afinal representamos mais da metade da população da América do Sul, e eles sabem disso, nós é que parecemos sofrer de uma letargia crônica e uma cegueira em relação à defesa dos nossos interesses. Está na hora de nos liberarmos dos laços colonialista.  

A nossa pecuária e a nossa indústria precisam de uma política agressiva de exportação. Temos qualidade e competitividade, o que nos falta é coragem e decisão política.  

Era o que eu tinha a dizer.  

 

K


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/12/1999 - Página 34278