Discurso durante a 177ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM AOS CINQUENTA ANOS DE FUNDAÇÃO DA LEGIÃO DA BOA VONTADE - LBV.

Autor
Artur da Tavola (S/PARTIDO - Sem Partido/RJ)
Nome completo: Paulo Alberto Artur da Tavola Moretzsonh Monteiro de Barros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM AOS CINQUENTA ANOS DE FUNDAÇÃO DA LEGIÃO DA BOA VONTADE - LBV.
Publicação
Publicação no DSF de 10/12/1999 - Página 34328
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ENTIDADE, ASSISTENCIA SOCIAL, ELOGIO, ALZIRO ZARUR, FUNDADOR, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, ATENDIMENTO, POPULAÇÃO CARENTE, DEFESA, CIDADANIA, ASSISTENCIA ESPIRITUAL, LIBERDADE DE CRENÇA.

O SR. ARTUR DA TÁVOLA (Sem Partido - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Srªs e Srs. Representantes da Legião da Boa Vontade, eu tive a iniciativa, juntamente com alguns outros Senadores, de solicitar a realização, na Hora do Expediente, desta homenagem especial aos 50 anos da fundação da Legião da Boa Vontade, que transcorrerá no dia 1º de janeiro de 2000, ocasião em que o Parlamento estará fechado.  

Acompanho a Legião da Boa Vontade há muitos anos, até porque, sendo oriundo do rádio, tive a oportunidade de conhecer, ainda que ligeiramente, pelos idos dos anos 50, Alziro Zarur. Foi ele um grande homem de rádio, fez programas importantíssimos quando o rádio era, ao mesmo tempo, popular e cultural. Não havia essa distinção tão acentuada entre o rádio popular, o popularesco, e o que era de natureza cultural. Sobretudo, as décadas de 40 e 50 foram importantes.  

Zarur estava no rádio do Rio de Janeiro desde 1937 aproximadamente e realizou vários programas importantes, até que um dia recebeu uma mensagem. É curioso receber um chamado, uma mensagem, um apelo. Qual é a natureza intrínseca desses apelos? Para alguns, trata-se de uma natureza meramente espiritual, algo que se materializa; para outros, é um impulso interno; para terceiros, é uma iluminação oriunda de uma percepção milagrosa. O fato é que, seja qual for a interpretação que cada um dê a esses chamamentos, eles mudam uma vida e, muitas vezes, mudam até a humanidade.  

É conhecido o chamamento de São Paulo, que é um dos marcos da cristandade mais interessantes. São Paulo, como promotor, foi um antigo perseguidor dos cristãos. Ele, inclusive, autorizou o apedrejamento de cristãos. Mas, no caminho de Damasco, ele teve essa iluminação, que, de tão poderosa e forte, acabou cegando-o. Chegando ao seu destino, ele é procurado por Ananias, que o cura da cegueira.  

É evidente que o símbolo vale muita mais que a realidade factual. Aquela luz poderosa que chega a cegar São Paulo é essa luz misteriosa da iluminação. Por que cegar? Não importa que seja fisicamente cego; cega porque tira do ser qualquer outra forma de visão para lhe dar exclusivamente a certeza inabalável e misteriosa de algo determinado pelo que não se sabe: por Deus, por forças ocultas, pelo espírito. Cada qual dá a sua interpretação. Para os orientais, isso é a iluminação; para os católicos, a revelação. São palavras e conceitos muito ricos que se perderam no tempo, mas que são usados para explicar esse ato de uma percepção mágica, súbita, misteriosa e global da realidade.  

Nesse sentido, o conceito de revelação é muito interessante de ser pesquisado. A palavra "revelação" não quer dizer, como ficou habitual no seu significante, algo que aparece, que se revela. Ela é até usada artisticamente para que se escolham as Revelações do Ano. Etmologicamente, revelação quer dizer uma "nova velação", e isso se explica. Para muitos, a idéia de Deus não aparece, transparece. A idéia de Deus não existe plenamente na mente humana, mas esta pode, por momentos, alcançá-la. Isso ocorre com todos. São momentos fugidios, nos quais nos afastamos do pensamento lógico e racional e, por segundos, temos a percepção de uma realidade além de nós. E isso imediatamente se vela na mente. A mente tem aquela iluminação por momentos, o que logo depois se vela. É uma "re-velação", é algo que se vela; tão logo aparece, desaparece, porque não se agüentaria a plenitude daquela luz, que está acima da nossa capacidade mental. Daí a cegueira de São Paulo, simbólica ou real – tanto faz – do ponto de vista do seu significado.  

Alziro Zarur passou por isso a seu modo. Ele fundou a Legião da Boa Vontade, que surgiu de forma inteiramente marginal ao rádio brasileiro. E ele, que era um homem do broadcasting – isto é, do rádio de elenco, do rádio de programas interessantíssimos de Música Popular Brasileira –, começou gradativamente a construir essa caminhada, o que não foi fácil. Recordo-me que as pessoas ridicularizavam Zarur no começo, sobretudo ridicularizavam a sopa dos pobres. E ele passou por momentos muito difíceis, porque era muito mais fácil o caminho do rádio de sucesso do que o de um rádio voltado para um sentido de formação profunda da humanidade.  

Mas já ali estavam alguns germens do que seria a Legião da Boa Vontade ao longo do tempo. Primeiramente, estava ali o gérmen do sentido da caridade, sobre o qual falarei daqui a pouco. Estava ali um elemento, que foi apresentado muito na frente por Alziro Zarur, de um movimento que eclodiria, posteriormente a João XXIII, na Igreja Católica: a idéia ecumênica. Como tem custado à humanidade compreender a importância de uma visão ecumênica, que englobe todas as formas de crença no objetivo comum de servir e de prestar o bem, a caridade, a solidariedade!  

A visão ecumênica de Alziro Zarur é, portanto, antecipadora de um movimento que percorreria, principalmente depois de João XXIII, na Igreja Católica, o restante do Séc. XX, que termina com esforços formidáveis de paz entre os países em guerra milenar no Oriente Médio e entre os Estados em guerra secular na Irlanda do Norte, na Inglaterra. São conflitos de natureza religiosa, que também espocam na Europa Central. Recentemente, passamos por uma guerra desse tipo, e uma outra está, neste instante, a dizimar vidas na Chechênia, onde, por razões de natureza religiosa, estão morrendo milhares de pessoas.  

Está, portanto, no cerne do ecumenismo não apenas uma visão intelectual radiosa e generosa, mas uma visão caritativa: a de que os homens não podem separar-se e matar-se por aquilo que deveria ser motivo de união, ou seja, a causa comum do reerguimento humano.  

Zarur foi um grande homem de rádio. Ele possuía uma voz grave e uma grande capacidade de dramatizar sua mensagem. Graças a isso e a um bom trabalho de sonoplastia, pôde fazer programas que gradativamente foram se alargando, criando legionários, atraindo pessoas afins. Graças à gravação, esses programas ainda hoje são colocados no ar pelas emissoras da LBV. Eu, que sou um notívago, várias vezes assisto a um programa que começa, em geral, à meia-noite para ouvir a voz de Zarur, que é uma pessoa por quem tenho admiração, e para ouvir as mensagens.  

Há também ali uma antecipação do que seria, a partir da década de 50, o uso dos meios de comunicação para pregação religiosa. Esse é um capítulo sobre o qual há muitas controvérsias, mas o fato é que, também de modo pioneiro, a Legião da Boa Vontade iniciou pelo rádio um caminho de pregação de natureza religiosa - no caso, de natureza religiosa informal, pois não está ligada a nenhuma religião. Por não ser ligada a nenhuma religião, a pregação é capaz de transmitir a mensagem que, no caso da Legião da Boa Vontade, é vinculada a uma série de características do cristianismo estrito, com uma visão espiritualista que sempre fez parte da sua tradição de estar aberta ao fenômeno espiritual. Ali, no caso, tratava-se de religião mais como um elemento de espiritualização do que propriamente como exercício fechado de uma liturgia dentro de uma determinada igreja. E, graças a isso e graças também à solidariedade, a LBV se desenvolve.  

Muitos anos depois, uma figura querida e cultuada, importantíssima na vida brasileira, o Betinho, sacudiria o campo da esquerda, ao qual ele pertencia, com uma idéia de algo que a esquerda sempre, de certa forma, combateu, em parte com razão, em parte equivocada: o conceito burguês de caridade. A idéia muito disseminada por setores das classes privilegiadas era a de que, uma vez adquirida a riqueza, seria possível ajudar os pobres com aquilo que sobra da riqueza. Essa é uma caridade reacionária, e, para esse sentido, a esquerda sempre soube apontar. Porém, a idéia da caridade não é necessariamente a idéia de se utilizar o que sobra dos ricos, principalmente quando o que sobra dos ricos surgiu mediante um processo de concentração de riqueza, este sim injusto, anti-humano. É a caridade para eliminar de dentro de si uma certa culpabilidade intrínseca por pilotar ou tripular um processo que, em si mesmo, é concentrador de riqueza e, logo, excludente de muitos setores da sociedade.  

A verdadeira idéia da caridade não vem daí, mas sim do princípio de doar o que se tem, de compartir o que se tem e o que se é, de dividir com o próximo aquilo que está para ser dividido. A caridade está, portanto, ligada à idéia do amor. E, por isso, seria uma manifestação divina. Essa é a lógica por meio da qual, no Cristianismo, surge a concepção da caridade, que, inclusive, é anterior ao Cristianismo, pois os históricos já tinham essa idéia. O Cristianismo amplia essa visão com a idéia de que a caridade é uma manifestação de amor e de um sentimento de justiça que se expressa na direção do próximo.  

Essa foi a visão de Betinho. Sendo um homem de esquerda, ele conseguiu o milagre de fazer com que a caridade passasse a ser um pouco mais bem compreendida. Betinho era um cristão de esquerda. Fui amigo dele. Somos contemporâneos; convivemos muito, sobretudo, na juventude. Ele realizou, em plenitude, essa idéia. Ele unificou o conceito da justiça social com o da caridade pessoal, com o dessa entrega.  

O curioso é que Alziro Zarur e a Legião da Boa Vontade não vieram da esquerda, embora a pregação da Legião da Boa Vontade seja progressista. E, no Brasil, só tem prestígio o que vem da esquerda. Nada obstante, gradativamente, pelo trabalho, pela conquista, pelo desenvolvimento, pela seriedade, a Legião da Boa Vontade se alastra contra tudo.  

Houve um tempo em que a LBV adquiriu uma emissora, a Rádio Mundial . V. Exªs não têm idéia de como ela sofreu! Naquela época, houve uma série de interesses ali contrariados, que levaram a ataques quase que diários à Legião da Boa Vontade. Mas, de forma alguma, esses ataques a destruíram. Ainda ao tempo de Alziro Zarur, esses ataques o levaram a uma resistência firme, segura. A essa altura, Zarur já era auxiliado por muitos daqueles que, depois de sua morte, vieram a promover o que seria a grande expansão da LBV, a sua internacionalização, por meio de uma organização primorosa, com um sentido enorme de harmonia na formação dos seus quadros e com uma militância no campo social que orgulha a qualquer um. É a fase de José de Paiva Netto.

 

A Legião da Boa Vontade, que, por algum tempo, foi dirigida pela esposa de Alziro Zarur, pouco depois, já sob a direção de Paiva Netto, teve uma expansão que faz jus a uma das mais importantes organizações não-governamentais do nosso tempo. E curioso: ela foi uma ONG muito antes – outro sentido antecipador – da existência das ONGs, que passaram a ser formas por meio das quais a humanidade ou grupos da humanidade se reúnem para realizar aquilo que os Estados não realizam, que os sistemas não permitem. São instituições que correm paralelas aos sistemas e que - umas excelentes; outras, não - dão uma contribuição significativa ao nosso tempo, como a organização coordenada pelo nosso Betinho.  

A LBV, em 1999, atingiu 3.850.000 pessoas nos seus serviços de natureza social. Em programas diários do Instituto de Educação José de Paiva Netto, em São Paulo, foram atendidas 1.400 crianças e adolescentes. No Centro Educacional, Cultural e Comunitário da LBV do Rio de Janeiro, no Lar e Parque da LBV em Glorinha/RS, na Escola de Marcenaria de Americana/SP, nas Escolas de Educação Infantil, no Programa "LBV - Criança: Futuro no Presente", no programa "Geração 2000 - LBV e Comunidades", nas Brinquedotecas e nas Brinquedotecas Comunitárias, nos tratamentos odontológicos, nas consultas pediátricas, foram feitos 48.417 atendimentos a crianças e adolescentes. Na faixa de jovens e adultos, no que diz respeito à qualificação profissional, a lares para a terceira idade, ao grupo de convivência, ao programa "Cidadão Bebê", ao atendimento psicológico e à alfabetização de adultos, houve 93.638 atendimentos.  

Isso foi obtido, Sr. Presidente, sem contarmos com aquela outra caridade franciscana, que a mim, particularmente, toca muito, porque é a caridade feita pessoa a pessoa, exigindo o mesmo despojamento de algumas figuras magnas da Cristandade, como São Francisco de Assis, que abandonou o seu conforto para, pessoalmente, abraçar os leprosos, tratar de suas feridas, levar-lhes comida, conviver com a doença, com o sangue, com o pus.  

Esse é um tipo de caridade notável, que está presente nos hospitais cristãos, por meio de médicos abnegados, e também na Ronda da Caridade, programa em que, em 1999, foram feitos 2.563.737 atendimentos. Esse tipo de caridade também está presente nos atendimentos de emergência e na distribuição de cestas de alimentos a 475.420 pessoas. Enfim, só na campanha SOS – Nordeste, a LBV conseguiu mais de 4,1 milhões de quilos de alimentos. Como isso foi feito? Silenciosamente, misteriosamente, por meio dos seus canais, dos programas de rádio, da pregação de Paiva Netto, pela sua capacidade de organização, pela sua capacidade de formação dos grupos de atendimento, o que não é fácil. Isso, evidentemente, leva a este País tão necessitado de ajuda a presença dessa caridade direta a que aludi.  

Sempre me fiz, como pessoa, uma pergunta extremamente dramática. Nós, políticos, somos seres que às vezes deixamos de fazer aquele atendimento pessoal para buscarmos uma forma de atendimento coletivo, no trabalho parlamentar, na elaboração de leis. Ou seja, buscamos uma forma de atendimento distante, de alta importância. Quando votamos uma lei sobre a educação, quando votamos uma lei econômica, quando votamos uma lei que trata da área de saúde, quando votamos determinados créditos, estamos, evidentemente, a legislar na direção do próximo, sobretudo quando as leis são justas. Sempre cobrei de mim mesmo se, no profundo do meu ser, eu estaria vivendo em plenitude a minha existência apenas buscando realizar a modesta parte que me cabe nesse enorme movimento de ação coletiva na direção do próximo, que é a atividade política.  

Acredito que é possível cumprir o dever, que é possível a consciência ficar tranqüila. Contudo, sempre grita dentro, de alguma forma, aquela certeza de que algo mais pode ser feito, de que, às vezes, no plano pessoal, por causa da ação coletiva, deixamos de dar um atendimento tão necessário.  

Assim, Srs. Representantes da Legião da Boa Vontade, Srªs e Srs. Senadores, esta homenagem não tem nenhum caráter formal, para simplesmente agradar alguém; ela nasce da reflexão, de natureza política, de que podemos fazer algo mais por meio de um movimento como a Legião da Boa Vontade, porque esta traz, ao primeiro plano da discussão, a questão da caridade, que, por sua vez, regulando o procedimento moral do homem para com outros seres, é uma das questões centrais da vida. A caridade tanto está na ação política que tem a finalidade de atender o coletivo, como está na ação individual, ao alcance de cada cidadão, já que ele pode fazer da sua vida um instrumento de doação.  

Recordo-me ainda de Zarur, que insistia, como também o faz Paiva Netto, nesta passagem bíblica: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens da boa vontade de Deus". Zarur acrescentava a expressão "de Deus". A Legião da Boa Vontade traz no nome um dos conceitos mais bonitos, hoje em dia nem sempre percebido por causa do significante que a expressão "boa vontade" teve. Boa vontade é uma expressão de origem propriamente bíblica e hoje significa uma pequena vontade favorável a algo. A boa vontade é muito mais do que isso. A boa vontade é a vontade profunda, aberta - por isso boa - ao próximo. Daí o pedido de glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens da boa vontade.  

E qual o conceito de paz aí? Não é um conceito de paz apenas no sentido da não-guerra. É que, quando se faz uma ação social significativa, quando se luta pela justiça, num Parlamento ou na Legião da Boa Vontade, está-se lutando pela paz. A paz é filha do equilíbrio; o equilíbrio é filho de uma ação justa; uma ação justa é filha da caridade, no sentido amplo que pretendi abordar no começo da minha fala.  

É por essa razão, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores da Legião da Boa Vontade, que, com muito sentimento, com muita verdade, com muita sinceridade, optamos, aqui no Senado, por fazer uma homenagem aos 50 anos da Legião da Boa Vontade, uma pioneira do movimento das ONGs, e hoje uma entidade internacional.  

Nos seus programas de rádio, além de falar exclusivamente para os seus legionários, como fazem muitos programas de natureza religiosa, abre-se na direção de vários outros caminhos culturais. Tenho ouvido a emissora, sobretudo a do Rio de Janeiro, em 940KHz, e há uma aqui em Brasília, em 1.221 KHz, nas ondas médias, no AM. Sei que há um intento, além da formação específica dos quadros para a LBV, de abrir a entidade para a sociedade, para a música erudita, para a música popular. Porque a formação desses legionários, que são ecumênicos - tenham a religião que tiverem, são homens de boa vontade e estão dispostos a servir o próximo -, será tão maior quanto mais cultura também, ao lado da ajuda material, sejam capazes de disseminar. Porque se a sopa dos pobres é importante, são importantes também os pratos de cultura, de sensibilidade oferecidos ao ser humano, a cada dia, seja nos meios de comunicação, seja na organização de corais, seja nos programas de televisão que a própria Legião da Boa Vontade realiza.  

Hoje em dia, a Legião da Boa Vontade é uma instituição que ultrapassa fronteiras, que se afirmou como uma instituição brasileira significativa. Possui o Templo da Boa Vontade e o Parlamento Ecumênico, aqui, em Brasília, e, uma vez mais, uma idéia brilhante devida, no caso, a Paiva Netto, que é a idéia de um parlamento ecumênico, onde as nações também possam expressar o seu movimento de boa vontade.  

Por tudo isso, seja essa homenagem a expressão de uma sincera admiração e não apenas o cumprimento de uma gentileza formal ou de uma comemoração simples de um aniversário. A julgar pelo que fez em 50 anos, a julgar pela tendência universalista que hoje percorre o mundo, a julgar pela expansão de uma visão ecumênica da vida, a julgar pela importância de se lutar contra qualquer forma de exclusão, no âmbito da caridade pessoal ou no nível da ação pública, por tudo isso, a Legião da Boa Vontade merece esta nossa homenagem. Com profunda alegria interior, tenho a honra de abri-la nesta tarde em que a homenageamos.  

Muito obrigado, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores. (Palmas)  

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTUR DA TÁVOLA EM SEU PRONUNCIAMENTO:  

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/12/1999 - Página 34328