Pronunciamento de Mauro Miranda em 15/12/1999
Discurso durante a 181ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
HOMENAGEM PELO TRANSCURSO DOS 253 ANOS DO MUNICIPIO GOIANO DE LUZIANIA. FELICITAÇÕES AO GOIAS ESPORTE CLUBE PELA CONQUISTA DO TITULO DE CAMPEÃO BRASILEIRO DE FUTEBOL NA SERIE B.
- Autor
- Mauro Miranda (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
- Nome completo: Mauro Miranda Soares
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.
ESPORTE.
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- HOMENAGEM PELO TRANSCURSO DOS 253 ANOS DO MUNICIPIO GOIANO DE LUZIANIA. FELICITAÇÕES AO GOIAS ESPORTE CLUBE PELA CONQUISTA DO TITULO DE CAMPEÃO BRASILEIRO DE FUTEBOL NA SERIE B.
- Publicação
- Publicação no DSF de 16/12/1999 - Página 35171
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM. ESPORTE.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, EMANCIPAÇÃO, MUNICIPIO, LUZIANIA (GO), ESTADO DE GOIAS (GO).
- SAUDAÇÃO, CLUBE, FUTEBOL, OBTENÇÃO, TITULO, CAMPEONATO NACIONAL.
O SR. MAURO MIRANDA
(PMDB – GO) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, o mês de dezembro é particularmente significativo para o município goiano de Luziânia, pois marca os seus aniversários de fundação – ocorrido anteontem, dia 13 – e de emancipação – a transcorrer no dia 31.
Luziânia acaba de festejar 253 anos de sua fundação. Sendo um dos mais antigos municípios goianos, enquadra-se também entre aqueles de maior representatividade histórica, por força de seus monumentos, de sua liderança econômica na região e da qualidade de seu povo, que revelou alguns dos vultos de maior projeção na vida nacional.
A história de Luziânia começa no remoto ano de 1746, quando o bandeirante Antônio Bueno de Azeredo, que andava à procura de minas de ouro na região, descobriu algumas jazidas, a que deu o nome de Santa Luzia, em homenagem à santa do dia. As minas atraíram tanta gente, que o arraial, um ano depois, reunia cerca de dez mil pessoas.
Quando o fundador do arraial faleceu, em 1771, a mineração começava a apresentar sinais de declínio. No entanto, a atividade pecuária e a condição de centro de negócios, com a comercialização de café, tabaco, açúcar, marmelada e panos finos, compensariam o decréscimo da atividade mineradora de Santa Luzia, já então elevada à condição de freguesia.
Em 1833, a localidade se tornava vila e, em 1867, cidade. Em 31 de dezembro de 1943, passaria a denominar-se Luziânia. Localizada na zona fisiográfica do Planalto Central, com clima tropical úmido e tropical de altitude, Luziânia é um município privilegiado, a começar pela presença de numerosos rios e cachoeiras em seu território. Suas terras ainda são ricas em ouro, cristais de rocha e madeiras de lei, com destaque para o angico, o jatobá, a aroeira e a peroba.
Com todo esse potencial, e ainda uma localização privilegiada – a 62 quilômetros da Capital da República, a 255 quilômetros de Goiânia, e servida pelas BRs 040 e 050, além da GO-010 –, Luziânia busca agora uma incrementar uma nova atividade econômica de grande futuro, que é o turismo. Hoje, por sua proximidade com o Distrito Federal, já atrai numerosos brasilienses, que ali possuem chácaras e fazendas para seu lazer nos fins de semana.
Outro grande atrativo de Luziânia são os monumentos que contam sua história. Entre esses, destacam-se o sobrado defronte a Igreja Matriz, o prédio do Centro Cultural José Dilermando de Meirelles e a Igreja Nossa Senhora do Rosário, construída espontaneamente por escravos e inaugurada em 1763. Os três monumentos são relíquias autênticas do período colonial, e a igreja foi tombada pelo Instituto Histórico e Geográfico de Goiás em 1980.
O censo de 1996 revelou, em Luziânia, a existência de 119 mil habitantes. Estima-se que hoje a cidade já tenha pelo menos 130 mil moradores, que têm à sua disposição 16 postos de saúde, dois hospitais, um aeroporto, um centro de ensino superior, quatro escolas de segundo grau e 40 de primeiro grau.
Infelizmente, esse rápido crescimento, especialmente nos últimos anos, dada a proximidade com o Distrito Federal, deu-se de forma um tanto atabalhoada, motivo por que Luziânia, como as demais cidades do Entorno, merecem uma atenção especial dos governos dos estados limítrofes e especialmente das autoridades federais. Nesse sentido, a implementação dos programas da Secretaria de Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal revela-se auspiciosa.
Com muitos problemas para resolver, notadamente o desemprego, a assistência à saúde e a falta de saneamento, Luziânia não tem por que esmorecer na busca de um futuro melhor. Ao longo de sua história, a cidade tem revelado inequívoca vocação para o crescimento e para a atividade econômica. Suas riquezas, que nas origens se concentravam na mineração, espalharam-se para áreas como a agropecuária e a indústria. O turismo, seguramente, tornar-se-á uma das maiores fontes de renda do município. Sobre todos esses fatores, Luziânia conta com seu povo empreendedor, que já deu ao Brasil grandes administradores e homens públicos, entre os quais se incluem o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, e diversos parentes seus. Essa população obreira, voltada para o progresso e confiante no futuro, é o maior trunfo para a concretização dos sonhos dos luzianenses, às vésperas do quinquagésimo-sexto aniversário da cidade.
Sr. Presidente, aproveito esta oportunidade para tratar de um outro assunto.
O povo de Goiás tem motivos especiais para festejar este último ano do século XX. Depois de campanha brilhante, em que derrotou um a um todos os seus adversários, o Goiás Esporte Clube está saboreando, com a sua imensa torcida, todas as honras de uma conquista inédita ao longo de sua história: a conquista do título de campeão brasileiro de futebol na série B. É uma pena que o meu querido Vila Nova não possa fazer companhia ao Goiás nesse reingresso no grupo de elite do futebol brasileiro. Também cumprimos uma excelente campanha, uma das melhores na vida do clube, mas não conseguimos chegar ao segundo lugar, conquistado pelo Santa Cruz, de Recife, para a alegria dos companheiros Carlos Wilson, José Jorge e Roberto Freire.
Trago este registro à tribuna para felicitar a torcida vibrante do Goiás, o técnico Hélio dos Anjos, os 24 jogadores que participaram da campanha e o presidente do clube, João Gualberto. Mas também quero parabenizar o presidente Ricardo Namen, do Vila Nova, que modernizou a administração do clube, melhorou o seu patrimônio e criou condições para obter resultados de curto prazo. Fomos eleitos para representar o nosso povo, percutir seus anseios e alegrias, e por isso não posso ficar alheio a um sentimento de vitória que contaminou todo o meu Estado, com o êxito do Goiás e o destaque do Vila Nova. O gosto pelo futebol é um dos componentes mais fortes da alma brasileira, e assim como paulistas e mineiros vibram com a performance do Corínthians e do Atlético, nós também vibramos com os nossos dois clubes. Devo enfatizar a minha opinião de que o Brasil não é apenas o país do futebol, como já se disse com o objetivo de denegrir-nos a imagem internacional.
Eu vejo essa preferência nacional de forma positiva. O futebol é o esporte de massa mais popular do mundo, enche os estádios dos países mais civilizados da Europa, mobiliza milhões e milhões de dólares, e tem editorias especializadas em todos os veículos da grande imprensa universal. Se praticamos o melhor futebol do mundo, é natural que esse esporte seja uma de nossas grandes paixões, ou a maior de nossas paixões populares. Afinal, é graças ao futebol que temos em Pelé o atleta do século e o cidadão brasileiro mais conhecido no exterior, como enfatizou em seu discurso de ontem o nobre colega Álvaro Dias. E foi o futebol que encantou, inspirou e ajudou a consagrar uma das maiores figuras da dramaturgia do nosso século, o escritor Nelson Rodrigues, torcedor do Fluminense como o nosso querido companheiro Artur da Távola.
Srªs. e Srs. Senadores, o time do Goiás está voltando para o grande palco do maior de todos os campeonatos nacionais de futebol. Será o único representante dos estados da região Centro-Oeste. E estará cumprindo um papel que vai além das repercussões de uma competição esportiva. Com o uniforme verde que reflete a rica natureza do Estado de Goiás, e com um grupo preparado para competir em condições de igualdade com os grandes clubes de estados mais tradicionais na prática do futebol, o Goiás vai ajudar a projetar a imagem do nosso Estado, como tem feito sempre. E estou certo de que, com a nova estrutura do Vila Nova, teremos em breve todas as condições para colocar dois representantes na primeira divisão do futebol brasileiro. No campo esportivo, temos figuras ilustres que já ajudaram a projetar a imagem do nosso estado no exterior, como foi o jogador Baltasar, e como são hoje os goianos Anderson, que também joga na Seleção Brasileira e no futebol espanhol, o mais rico do planeta, e Paulo Nunes, um dos mais completos artilheiros do futebol brasileiro.
Quero saudar o time do Goiás, o novo astro na cultura globalizada do futebol. Quero saudar todos os meus amigos que torcem pelo Goiás e os companheiros de minha torcida pelo Vila Nova. O destaque do Vila e a vitória do Goiás, garantindo presença no primeiro campeonato brasileiro de futebol do milênio, são um flash de esperança e de alegria que eleva o moral do povo goiano, atualmente meio cabisbaixo com os desmandos administrativos e a apatia social de um governo que mergulha cada vez mais no plano inclinado da falta de credibilidade. Afinal, essas duas vitórias servem de consolo, em meio a tantas frustrações coletivas.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
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