O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PFL – RR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, em abril deste ano irá completar três anos que foi assassinado o índio Galdino, aqui em Brasília. E o que estava fazendo Galdino aqui em Brasília é o mesmo que fazem aproximadamente 200 índios por mês - que vêm aqui à sede da Funai, enquanto esta deveria ir até eles -: buscar soluções simples para seus problemas. A Funai não resolve os problemas indígenas porque não quer, e alega não possuir recursos.  

Quero registrar que foi publicado hoje, no Correio Braziliense , um artigo intitulado Índios passam fome em Brasília . Diz a mesma matéria que, "no jantar, três frangos são servidos para 72 pessoas". Na verdade, Sr. Presidente, trata-se de uma grave denúncia. As pensões, cerca de oito ou dez, estão há mais de oito meses sem receber o pagamento destinado à hospedagem e alimentação dos índios.  

No entanto, a Funai tem dinheiro, como teve na eleição de 1998, para mandar à Roraima uma centena de agentes, contratar ônibus, alugar aviões, pagar diárias e alimentação, atendendo a uma falsa denúncia de que havia formação de currais eleitorais nas áreas indígenas.  

Quero deixar registrada essa denúncia e solicitar ao Ministro da Justiça providências para que os índios brasileiros, no ano em que se completa 500 anos do nosso Descobrimento, sejam mais bem tratados. Aproveito a oportunidade também para reiterar meu pedido ao Presidente da República no sentido de que nomeie um índio para cuidar da Funai. Os índios saberão cuidar melhor de si próprios do que os gigolôs das ONGs que hoje dominam a Funai.  

Muito obrigado, Sr. Presidente.  

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